Depois

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This hope is treacherous

This daydream is dangerous

This hope is treacherous

I, I, I like it

Taylor Swift – Treacherous

Seis meses depois

Patrick estava na faculdade e eu enfiada dentro da cozinha. A massa de um dos cupcakes não tinha dado muito certo e eu estava correndo para refazer tudo. Isso da massa desandar estava me incomodando, porque isso nunca acontecia comigo. Quando algo dará errado na minha cozinha, era porque algo ruim estava por acontecer. Não sou do tipo supersticiosa, mas nunca se sabe.

Assim que tive uns minutos de folga, peguei o telefone e liguei para a casa dos meus pais, não estava me sentindo bem, tinha um aperto em meu peito, como um nó que não desatava nunca. Só que mesmo depois da minha mãe afirmar categoricamente, e mais de dez vezes, que estava tudo bem, eu não conseguia relaxar. Expirei fortemente, como se fosse possível colocar aquela angústia pra fora, mas não serviu de nada. Hanna apareceu na porta da cozinha, chamando minha atenção.

 — Stella, tem uma senhora lá fora querendo falar com você.

 — Sobre? – perguntei, ainda meio aérea.

 — Ela não disse. – Hanna respondeu, dando de ombros.

 — Ok, diga a ela que eu já vou. – pedi, sorrindo de lado. Lavei minhas mãos, tirei o avental sujo e pedi que Lily ficasse de olho nos cupcakes que estavam no forno. Caminhei lentamente até o salão, vendo Hanna apontar para uma moça que estava sentada perto da porta. Ela não era bem uma senhora, lembrava um pouco a minha cunhada na aparência. Parei em frente à mesa, recebendo um olhar confuso vindo dela. Ela retirou os óculos escuros e me olhou da cabeça aos pés. Me senti um pouco incomodada com a forma que fui medida, mas decidi ficar quieta.

 — Você é a Stella? – ela perguntou, com sua voz beirando o choque.

 — Sim, por quê? – perguntei, estranhando o rumo da conversa.

 — Eu sou Margot Stewart, a mãe do Patrick.

Merda.

Era a única coisa que eu poderia pensar. Ela não estava aqui para falar do emprego do Patrick, muito menos para conversar e agradecer o que eu tenho feito por ele. Ela sabia. Merda, ela sabia mesmo. Tentei manter minha expressão facial controla, para não dar todas as respostas que ela queria só com um olhar, mas era muito difícil. Se já é difícil ter que lidar com uma sogra, imagina lidar com uma sogra que não parece nada feliz de te ter como nora?

 — Aconteceu alguma coisa com o Patrick? – perguntei, tentando manter a calma e falhando vergonhosamente.

 — Aconteceu, sim. Aparentemente ele perdeu o juízo de vez. – seus lábios formavam uma linha em seu rosto e seus olhos se mantinham em mim, me julgando mais a cada minuto. – Mas eu não posso culpá-lo, não é mesmo? Ele é quase uma criança, outra pessoa deveria saber se portar melhor.

 — Eu não acho que devemos ter essa conversa aqui. – pedi, falando baixo. – Eu moro aqui em cima. Podemos subir e conversar de forma mais tranquila. Por favor.

 — Tudo bem. – ela se colocou de pé e saiu do café antes mesmo que eu falasse qualquer coisa. Me virei para Hanna, pedi que ela tomasse conta de tudo e que ligasse para o Patrick, falando que eu precisava que ele estivesse aqui o mais rápido que ele pudesse. Que era um código vermelho, ele entenderia.

Grown WomanWhere stories live. Discover now