Capítulo III: Cicatriz que não sara

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Dave está acordado desde muito cedo e começa a pensar em quem podia ter tido a ideia de terem o sequestrado e levá-lo ao manicômio que o mesmo tem como nome "APC" que Dave não recorda de onde ouviu ou viu essa palavra, ele não consegue pensar numa pessoa que faria algo de tão alta gravidade contra a sua pessoa,ele decide deixar isso de lado por enquanto e focar em voltar para casa e ver sua família novamente.
Mas antes que ele percebe-se lembranças que antes estavam adormecidas começam a vir a tona.

10 ANOS ATRÁS (Narrado por Dave)

  Ouço minha mãe falar com alguém no telefone, ela parece está desesperada dizendo:
- Tem certeza que é ele? Você não se confundiu? Eu não acredito! -diz minha mãe com uma voz trêmula.
 
  Ao me aproximar dela ela me diz para esperar ela na sala, pois ela  está  conversando sobre algo muito importante  no telefone. Olho para o relógio da sala e vejo que são 22h e noto que meu pai ainda não chegou de sua reunião que ele tinha ido, ele disse que ia para essa reunião para tratar de negócios de sua empresa, uma reunião disse ele, a empresa que ele trabalha cuida de pessoas doentes, mas ele nunca me disse que tipo de pessoas doentes eram, acho que é porque só tenho 7 anos e eu era muito novo para entender tais coisas, possa ser que seja algo muito forte para eu ouvir agora, mas não dou muita atenção para isso. Paro e penso se aconteceu algo com o meu pai já que ele havia saído as 10h da manhã e já são 22h da noite!! Como o tempo passa rápido, será que ele foi assaltado? Será que só pegou um trânsito? Eu sinceramente não sei. Vejo minha mãe se aproximando e diz:

- Filho eu estava no telefone com o Mateus que é o assistente do seu pai e ele disse que seu pai sofreu um acidente na estrada e que ele está...

  Ela começa a chorar e eu também, ouço alguém bater na porta, é o tal do Mateus, mamãe manda eu subi para o meu quarto, mas eu estava tão intrigado que não pude resistir a ficar escondido e ouvir a conversa, ouço ele dizendo que a batida foi tão feia que o rosto de meu pai está irreconhecível e também diz que o homem que bateu no carro de meu pai fugiu e deixou o carro  totalmente destruindo para trás, Mateus diz:

-Tenho certeza que o homem que bateu no carro do Sr Daniel estava bêbado, acho isso por encontrarem garrafas de bebidas alcoólicas no carro e este homem vinha na mão errada com os faróis desligados.

Vejo minha mãe ficar com uma mistura de raiva e tristeza, mas ela não sabe de onde tirar forças para continuar essa jornada que é a vida sem o seu amor, mas o Mateus a consola, Depois disso eu subo inconformado para o meu quarto, não sei se sinto ódio do homem que bateu no carro de meu pai ou se eu me entrego as lágrimas, antes que eu possa pensar já estou mergulhado em lágrimas.

Ao se  passar 1hr  ouço  do meu quarto pessoas falarem lá embaixo que o corpo do meu pai havia chegado, ao ouvir isso pensei que não seria forte o bastante para continuar sem ele, ele era a minha inspiração de vida. Não consigo parar de pensar nisto, me tranco em meu quarto e começo a chorar, choro tanto que chego a até mesmo soluçar.

No dia seguinte foi o enterro de meu pai, meus olhos inchados já mostram para todos o que eu havia passado, naquele momento eu senti como se só existe eu e aquele caixão, não pude nem sequer olhá-lo pois eu estava com muito medo de vê-lo daquele jeito, eu vi muitas pessoas naquele enterro, amigos, parentes, colegas, etc... Todos lá e eu não consegui nem sequer falar uma palavra, me afasto do enterro e vejo uma árvore, sento em baixo dela e começo a chorar amargamente, aquele dia está tatuado em minha memória como uma cicatriz que nunca irá sarar.

3 ANOS DEPOIS

  Estou na escola e amanhã será o dia de levar o pai para o colégio e dizer a profissão, etc... como eu posso lidar com isso sendo que não tenho mais pai? Não tenho mais aquele grande amigo, irei faltar amanhã, acho que querem fazer essa dinâmica para os alunos continuarem a ir a escola sendo que o ano já está acabando e não fará diferença se eu não for.
  
   Chego em casa e vou brincar com meu irmão mais novo Bart que agora tem seus 5 anos ficamos brincando a tarde toda até anoitecer, essa parte do dia foi até legal, quando fui a escola na manhã seguinte...

  DIAS ATUAIS

Jonathan acorda Dave que parece que caiu no sono e diz:

-Ei está acordado? Temos que iniciar nossa jornada Dave.

Dave acorda e diz:

-Eu cai no sono? Achei que não iria conseguir dormir de novo (risos)

Jonathan ri com ele e Dave se levanta da "cama" . Jonathan vai na frente e Dave está o seguindo, ele sorri e uma lágrima escorre em seu rosto.

Eles terão que iniciar a sua jornada mais antes terão de saber onde estão

O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora