Capítulo XVII: "Vamos ouvir o som do mar" (part 3 final)

37 4 0
                                    

Ele levanta a sua mão em direção a mim com uma arma e tira um bilhete do bolso, joga-o no chão e sai, eu ainda paralisado fico sem saber o que fazer, tremendo me aproximo do bilhete e o pego, nele está escrito uma mensagem, volto para meu quarto, ligo às luzes e tranco a porta, me sento na cama e pego novamente o bilhete e nele está escrito: " você está indo longe demais garoto, eu lhe salvei uma vez, não salvarei de novo"  O que isso significa?! Ele está me vigiando? E o que ele quis dizer com "eu lhe salvei uma vez"

Após este estranho incidente acontecer tento pelo menos dormir, mas não consigo, isso é muito estranho, quando fui sequestrado não fiquei desse jeito, os outros homens apontaram armas para mim e até atiraram, mas ele era diferente, eu me senti impotente, ele trazia consigo um ar assassino.

Antes que eu percebe-se já tinha amanhecido e como EU tenho a certeza de que estou sendo vigiado acho melhor sair daqui o mais rápido possível, vou para recepção e pago a diária, Após isso saio de lá o mais rápido possível, me aproximo do meu carro e mais uma vez volto para a estrada, eu estava pensando em voltar para casa, mas algo me diz que ainda tenho algo para fazer nessa parte da região, vou para onde tudo isso começou, vou voltar para aquele manicômio onde todas essas minhas dúvidas começaram, ligo o GPS do meu celular para conferir se estou indo na direção certa e vou para Steinvell novamente, mas desta vez estou indo por conta própria, querendo ou não vou demorar até chegar lá e irei ter que faltar alguns dias de aula, mas hoje é sexta e para chegar a Steinvell demorarei no máximo 3 dias, mas como eu já estou numa distância considerável de minha cidade, talvez em 2 dias eu chegue lá, olho em minha carteira de tenho dinheiro o suficiente e mais uma vez volto para a estrada.

*Alguns dias depois*

Estou vendo a entrada da cidade, nem sei que dia é hoje deve ser domingo, cheguei na madrugada aqui, são 4h e já é segunda, desço do carro, pego as fotos e as guardo em meu bolso e pego o meu celular, não acho necessário levar as cartas agora, vou deixá-las no carro, estou com os pés formigando vou trancar o carro e dar  uma volta por aqui, ando pela mesma rua de onde tudo havia começado, tenho recordações das muitas coisas que ali ocorreram, passo pela rua e a mesma está como eu a vi da primeira vez, pessoas sem teto, animais...  Me aproximo do manicômio e antes de entrar nele ou fazer qualquer coisa, eu me sento no chão repleto de grama em frente ao manicômio e paro para pensar um pouco, minha dor de cabeça diminuiu, ainda está tudo um pouco escuro e alguns postes estão ligados, não me arriscaria entrar no manicômio nessa escuridão, vou esperar o céu clariar um pouco.

Vou aproveitar esse tempo e tentar tirar algumas dúvidas, bem tudo começou quando eu retornei da escola e me sequestraram, mas num sequestro muita das vezes logo após o desaparecimento é pedido um resgate, mas minha mãe me disse que eles não entraram em contato e nem deixaram um bilhete ou algo do tipo, os possíveis sequestradores me levaram quando eu tentei despista-los na entrada da cidade e me drogaram, por uns 2 dias, então seria um assassinato? Não, se fosse isso eles teriam me matado me capturaram na entrada da cidade, quando eu acordei havia comida e água no meu lado, então eles tinham a intenção de me deixarem ali, talvez alguém tenha os contratado para me sequestrar e eles estavam aguardando essa pessoa chegar, é uma teoria boa e faz até sentido, mas por que aqui? Por que neste manicômio? Eu cavei a minha própria cova por sempre retornar para casa pelo mesmo caminho, mas quem acharia que isso fosse acontecer? Ninguém na verdade, isso  tudo foi muito bem organizado para ser por acaso, eles estavam me vigiando e previram até aonde eu iria para tentar despista-los, mas não previram que eu escaparia, com certeza isso não estava no plano deles, eles previram tudo muito bem, menos a minha fuga, talvez a mente ou as mentes por trás disso não conseguiram me ver fugindo deste manicômio, por tudo está muito bem calculado.

*Dia amanhecendo e Dave se levanta*

Pensar um pouco foi até bom para mim e para a solução deste mistério intrigante, mas quando olho para o manicômio vejo novamente o seu letreiro e o nome "APC"  escrito nele, esse nome é muito familiar, tenho certeza que já o vi antes de ser sequestrado, espera um momento, tiro as fotos do bolso e procuro as fotos do meu pai na empresa em que ele trabalhava e as encontro, todos na foto estavam com o fardamento da empresa e finalmente uma das minhas dúvidas foi esclarecida, o nome que estava na farda de todos ali  era APC, eu fiquei chocado, minha mente ficou vaga e não consegui acreditar que eu não lembrava de um detalhe tão importante para descobrir o tal motivo do meu sequestro.

Naquela hora eu quis não acreditar no que vi e lembrei, mas foi a partir daquele momento que tudo começou a "andar".

O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora