Twenty seven Π Real Life

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Mari

Eu sou uma idiota. Uma idiota iludida. Mas é claro que o Vinnicios não gosta de mim, é óbvio que se ele me vê, é apenas como uma amiga, ou como a irmã da cunhada dele, ou algo assim. Eu sou a nerd que se apaixona e que no final fica sozinha, porque aqui é realidade, nunca que eu vou achar alguém que me ame. E eu acho que nunca vou amar alguém como eu amei o Vinnicios.

Já se passaram três dias desde que eu mandei aquela mensagem para ele, e minha rotina mudou completamente, eu vou de casa à escola e volto para casa, ou melhor, para meu quarto. Me Fechei completamente, não tenho falado com as meninas direito, só com a Clary. Eu tento, juro que tento, não ficar tão abalada, mais dói muito, tipo muito mesmo.

A única coisa que não faz eu ficar chorando o dia inteiro são meus livros, eu me distraio bastante lendo, mais de repente eu me desconcentro da leitura e penso nele e começo a chorar. Ta sendo horrível, demais.

Levantei da cama, me sentindo um lixo. Fui ao banheiro, tomei banho e fiz minhas higienes, saí enrolada na toalha já pegando uma calça jeans e uma blusa branca, não tô afim de ir de uniforme hoje, infelizmente estava calor (maldito Brasil por ser quente), eu queria ir tanto de moletom. Me olhei no espelho e fiz uma careta, apenas fiz um coque mal-feito no cabelo e peguei meu óculos. Desci as escadas dando de cara com Clary, Isa, Vinni e Wes. Meu dia tinha tudo para não piorar e piorou.

Peguei uma maçã e saí de casa. Fui caminhando e comendo a maçã.

Ao chegar na escola fui direto a biblioteca, eu tinha uns quinze minutos antes das aulas começarem. Tirei meu livro da mochila, A Escolha, da saga A Seleção, e comecei a ler.

~***~

- Mari, poderia vir ao quadro responder essa questão? - a professora de inglês perguntou. Tudo que eu queria era ficar quieta no meu canto, agora tenho que ir no quadro.

Levantei, escrevi o que tinha que escrever na resposta e me sentei novamente.

Peguei meus fones e deitei a cabeça na mesa, eu não sou de fazer isso, mas como inglês é uma matéria que eu não preciso me preocupar, eu apenas coloquei em uma playlist qualquer e fechei os olhos. Eu não dormi, ainda conseguia ouvir a professora falando, os alunos cochichando, só que meus pensamentos estavam focados em outra coisa.

Um tempo depois o sinal tocou, era o intervalo, eu estava com fome, mas as únicas pessoas da escola que eu conversava eram as que eu não queria ver. Então só fui para a biblioteca, meu porto seguro. Lugar onde ninguém me incomoda. Ou era isso que eu pensava, até o Vinícios aparecer lá, do nada. Eu estava distraída e chorando um pouco pelo livro, já que era uma das partes mais tristes. Até que aquele ser apareceu.

- Oi, Mari - ele disse e se sentou do meu lado.

Levantei a cabeça e vi que era ele, fechei o livro e sequei as lágrimas.

- Oi, Vinícios - disse apenas.

Eu não sabia o que falar, eu não sabia como agir, eu estava nervosa, estava com medo de falar alguma coisa que me entregasse.

- Tudo bem? Você estava chorando? Por que que se afastou da gente?

Eu esperava uma pergunta de cada vez, não uma enxorrada. Respirei fundo e respondi:

- Tô mais ou menos. Estava chorando por causa do livro e me afastei por uns motivos pessoais.

Ele apenas assentiu com a cabeça. Parecia que um século havia se passado até ele falar de novo.

- Então, será que você pode me ajudar em algo? - assenti. - Eu tinha uma amiga virtual que gostava de mim, só que ela parou de falar comigo e agora eu sinto falta de falar com ela... Será que você não emprestaria seu celular para mim mandar mensagem para ela? Só para perguntar se ela pode me desbloquear.

Fudeu. Quando eu comprei o chip eu ia colocar em um celular que eu não usava mais que estava em casa, mas para não ficar andando com dois celulares eu coloquei o chip no meu celular mesmo, como que eu empresto meu celular para ele se a mensagem vai chegar nesse mesmo celular?

- Ahn, é que... Meu... É, eu... E-eu... - comecei a gaguejar, óbvio que eu ia gaguejar.

- Mari, você está bem? - ele perguntou.

Claro... que não, né?!

- É só que... Eu sou a menina que te manda mensagens - falei, eu simplesmente joguei.

Isso foi bom, só que foi ruim... Agora ele está me olhando. Maldita boca grande.

- Você? - ele parou e pensou por um instante. - É claro! Mari Bernadelli, M e B, Mabê. Como eu não descobri antes.

Eu só saí correndo dali. Cheguei ao banheiro e me joguei no chão, chorando. Como medo do que ele vai falar, liguei para Clary e pedi para ela vir aqui.

- Mari? O que aconteceu? - perguntou ela, dois minutos depois de eu ter ligado.

Eu não respondi, apenas a abracei e chorei. Eu nem sei porque eu to chorando. Ele ainda nem disse nada.

Quando já estava mais calma, expliquei para Clary o motivo de eu estar chorando.

- Conversa com ele, ele estava preocupado com você hoje - ela disse. - Quem sabe ele sente alguma coisa por você e não sabe ainda?

Olhei para ela com um pouco de esperança. Era tudo que eu queria.

- Será, maninha? - ela apenas confirmou com a cabeça e sorriu.

~***~

Eu e Clary ficamos no banheiro até o final da aula, ela pediu para Wesley pegar nossas coisas e fomos para casa.

O que eu não esperava era chegar em casa e dar de cara com minha mãe. Eu e Clary somos irmãs apenas por parte de pai, mas como moramos com nosso pai desde de pequenas temos uma ligação muito forte. Minha mãe é modelo, Ariana Silva, não para em casa por está sempre em vários desfiles, já a mãe de Clary é Arquiteta, Clara Santos, não vive muito em um lugar só também por sempre está ao redor do mundo desenhando prédios. Nosso pai, Paulo Bernadelli, é advogado. Ela viaja bastante, só que está mais presente nas nossas vidas.

- Mãe? - perguntei e logo corri para seus braços.

Eu estava com muita saudade dela.

- Ah, minha pequena! Que saudade que eu estava - disse ela, quando nos separamos do abraço. - Você cresceu e que cara inchada é essa?

- Não é nada, mamãe - sorri. - Também estava com saudade da senhora.

- Oi, tia Ari - disse Clary.

Mamãe pode não ser mãe de Clary, mas a adora como uma filha, assim como tia Clara não é minha mãe, mas me adora como uma. Temos uma relação excelente.

- Mãe, posso saber o motivo da senhora aparecer aqui, do nada? - perguntei.

- Ah, é claro. Meu próximo desfile é em Paris, e sua madrinha disse para eu levar as duas comigo e vocês iram passar um tempo com ela lá - disse ela.

Minha madrinha mora em Paris, e eu sempre quis ir para lá, só que eu não esperava isso. Como eu amo minha madrinha.

- Mas é claro! - olhei para Clary que concordou. - Nós vamos para Paris!

Comecei a dar pulinhos e gritar.

- Ah, e se quiser pode levar seus amigos, a Isa, o Wes e o Vinni... E tem a ruiva lá que eu esqueci o nome - disse mamãe, aí que eu pirei.

Aí lembrei que o Vinni ia também. Minha alegria se esvaiu.

Mamãe percebeu e perguntou, e claro eu contei.

^^
heey
me bateu um bloqueio criativo que meu deus.
acho que agora vou conseguir att com frequência.

messages - terminada. Onde histórias criam vida. Descubra agora