Mari.
Malas. Arrumar as malas.
Eu não queria pensar que o Vinni iria vir aqui daqui alguns minutos falar que eu não sou correspondida. Falar se a gente pode ser apenas amigos. Ou pior, ele falar para mim escutar Friends do Marshmello com a Anne-Marie, que aquilo era tudo.
Acho que eu não gosto tanto dessa música agora.
A campainha tocou e eu atendi, era ele. Eu estava tentando me manter relaxada. Confiante. Subimos para o meu quarto, o que não foi uma boa ideia, porque eu estava arrumando a mala e podia ter algumas roupas íntimas espalhadas pelo quarto. Enquanto ele se sentava eu catava as roupas e jogava no guarda-roupa. Nem estava envergonhada.
- Olha, Mari. Eu nem sei o quem dizer... - ele parou um tempo e ficou me olhando. - Eu gosto de você, mais não sei se é do mesmo jeito que você gosta de mim, entende? - balancei a cabeça concordando. - Quando a gente era mais novo, com uns doze anos, eu tinha uma queda enorme por você - ri lembrando dessa época, em que ele não era um galinha e a gente era super grudado. - Depois de um tempo eu percebi que você era muito boa para mim e fui virando aquele babaca pegador que eu sou.
- Então quer dizer que você gostava de mim? - ele assentiu. - E eu também gostava de você.
Se eu não fosse burra e escondesse meus sentimentos eu poderia ter tido algo com ele. Ai, meu Deus.
- Eu não sei exatamente o que eu sinto por você, se você quiser esperar até eu perceber que eu ainda gosto de você, tudo bem, mais se quiser seguir o baile, vai em frente - ri com isso.
Eu não sabia se queria esperar, eu o amava claro. Só que eu não sei. Eu não sei de nada.
- Eu realmente não sei, Vinni - disse.
Ele apenas sorriu.
- Posso te beijar? - ele perguntou.
Ele perguntou se pode me beijar?
ELE REALMENTE ME PERGUNTOU SE PODE ME BEIJAR? PUTA MERDA! EU NÃO TO BEM.
Eu respondo que sim, certo? Mais eu não sei beijar, ele é profissional, eu não.
E se eu beijar mal e ele desistir de vez de mim?
Respira e responde.
- Pode, só que eu provavelmente beijo mal, porque eu não faço isso com frequência, sabe?! - ele riu e se aproximou.
Eu sempre imaginei como seria nosso primeiro beijo, e nunca pensei que fosse assim. Mais assim tava ótimo, não tô reclamando.
Quando seus lábios finalmente se juntaram aos meus as malditas borboletas voaram mais rápido em meu estômago. Minhas mãos estavam em seus cabelos, e puxava-os um pouco, já as dele se encontrava uma em meu rosto e outra em minha cintura. Ele pediu passagem e eu cedi, ele beijava tão bem. A sua mão que estava em meu rosto foi para minha cintura, assim ele me puxou para o colo dele. Quando o ar se fez necessário ele desceu os beijos para meu pescoço, soltei um gemido. Quando ele percebeu que o beijo ia virar outra coisa, ele parou. Eu não queria que ele parasse, mais eu vou me controlar.
Sorri envergonhada e quando percebi que estava em seu colo, já saí.
- Você gostou? - perguntou ele.
- Sim - disse e senti meu rosto queimar.
Era uma vergonha que não se acaba.
- Por favor, a gente vai para Paris e eu não quero que fique um clima estranho entre a gente... - ele disse e eu confirmei. - Amigos até eu me decidir se ainda gosto de você?
- Amigos.
Um tiro doeria menos, só que como ele disse que pode gostar de mim, tá tudo ótimo.
- Me ajuda com as malas? Eu sou péssimos nisso - ele pediu e eu ri.
- Ajudo.
~***~
Eram 2:00p.m e eu e meus amigos estavamos no aeroporto, o vôo sairia as 2:35p.m. O vôo da minha mãe foi de madrugada, essa hora eu acho que ela ainda estaria no avião, eu não sei quantas horas são do Rio de Janeiro à Paris. Melhor eu pesquisar. Ficamos conversando sobre coisas bem aleatórias que eu até levei susto quando a moça falou nos auto-falantes.
- Sennhores passageiros, do vôo 2356 com destino a Paris se dirija no portão de embarque 3 - levantei em um pulo já com a mochila nos ombros e fomos em direção ao portão.
Eram três fileiras e cada fileira com dois assentos, na fileira da janela sentou eu e Vinni. Na do meio Isa e Tini e na da outra janela Wes e Clary. O certo era eu ir com Tini, já que eu tenho um leve medo de altura, mas Isa disse que não queria sentar com o irmão e ficou com a Tini.
Me sentei na poltrona e já coloquei o cinto. Eu não tenho um medo de altura, é que tipo, se eu for em um lugar alto que tenha muita probabilidade de eu cair, eu fico desesperada, mas como no avião eu sabia que ele tinha só 10% de chance de cair eu não me assustava tanto.
O avião começou a subir, eu respirava com dificuldade, era sempre assim na subida ou na descida. Agarrei o assento, não ia mudar nada mas me confortava.
Senti a mão de Vinni por cima da minha e o olhei.
- Eu sei do seu medo. Só relaxa.
Eu segurei a mão dele e tentei relaxar. Até que melhorou alguma coisa. Quando o avião já estava com uma altitude boa eu peguei meu celular e fone de ouvido. Coloquei no aleatório, logo começando The Middle, do Zedd.
Não sei em que parte do vôo eu dormi, só sei que acordei horas depois.
^^
ta acabandooo
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messages - terminada.
Ficção Adolescente"eu amo ele, mas ele não me ama" Mari é uma garota completamente apaixonada pelo irmão de sua amiga, mas nunca conseguiu declarar seus sentimentos à ele. Mais uma simples mensagem, pode mudar tudo. × história original × plágio é crime • starded on:...