capitulo 3

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Naquela noite, sonhou com ele. O homem sem nome e os lindos olhos assombrados. Sonhou com um incêndio. Presa na torre, Stonewood Abbey queimava, as chamas quentes, a fumaça espessa. Ela protegeu os olhos no sonho, e o homem do espelho atravessou as paredes do castelo, estendendo as mãos para ela. Ele puxou-a pela janela da torre em seus braços.

Sua boca apertou-se sobre seus lábios, quente e doce, possessiva. Ela gemeu contra sua boca, sua língua se defrontando com a dele em um beijo ardente. Seus lábios eram firmes contra os dela, cada golpe de sua língua acendia um tipo diferente de fogo que pulsava em suas veias. Foi o melhor beijo que ela já teve. Depois a desceu até o chão do castelo em ruínas, o cheiro de cinzas chegando a seu nariz, o telhado em chamas acima deles.

A mão do homem deslizou entre suas pernas, movendo-se para tocá-la onde ela estava molhada e esperando por ele. Bella choramingou e separou suas coxas, em antecipação, precisando da mão dele lá, em seu sexo, onde seu desejo pulsava e arrepiava sua pele.  

— Sim —  ela sussurrou. —  Por favor, me toque. Eu estou em fogo. 

O toque nunca veio. Ela acordou com um suspiro infeliz e olhou para o teto, odiando o sonho por torturá-la e odiando ainda mais porque ela tinha acordado.

Na manhã seguinte, Isabella acordou com um plano. Ela não conseguia tirar a imagem do escudo dele de sua mente. Algo sobre isto a estava incomodando. Ela tinha visto aquela imagem antes em algum lugar, tinha certeza.

Na cozinha, aquela lembrança olhou-a diretamente. Ela pegou sua caneca de café preferida e observou-a enquanto esperava o café filtrar. Não era o mesmo desenho, vermelho com as flores brancas. Um pouco diferente, mas o padrão era o mesmo. Ele tinha lhe mostrado um brasão de armas.

Seu brasão de armas?

Animada, Bella abandonou a cozinha e correu para a loja de presentes da Abadia, ainda de pijama. Ela foi arrancando os cartões postais e pilhas de livros, prometendo a si mesma limpar a bagunça depois. Em sua mente, podia imaginá-lo com o escudo em suas mãos, e se debruçou sob um livro após o outro, procurando a imagem que ele mostrou. Como não era uma busca rápida, ela se sentou de pernas cruzadas sobre os azulejos frios do chão e continuou a ler.

E justamente quando estava começando a se desesperar para encontrar as mesmas cores e design exatos, chegou a uma estante quase vazia no fundo e encontrou um livro fino. O escudo com o mesmo brasão que ele havia mostrado na última noite apareceu na capa, fazendo seu fôlego prender-se em sua garganta. Outro símbolo heráldico estava ao lado dele, um que ela havia visto na casa, mas não tinha entendido o significado.

Quase com reverência, Isabella pegou o livro fino e abriu-o. Era a história da Abadia, desde o século XII, por de volta do reinado de Henrique II, descrevendo o que foi um castelo construído para abrigar o barão e supervisionar as terras.

Stonewood Abbey havia sido construído em 1168, ela leu, e o castelo original tinha desaparecido há muito tempo. A atual construção era uma mistura de reconstruções ao longo dos séculos.

O primeiro barão de Stonewood tinha sido Carlisle Cullen de Beauchamp, que construiu o castelo e governou aquelas terras com punho de ferro. Ele morreu em 1192 e passou o castelo para...

—Oláááá —   Uma voz chamou atrás dela, e Bella quase pulou, surpresa.

Uma cabeça familiar apareceu na porta, angelical, apesar dos cabelos curtos e pretos apontando para todos os lados. Os cabelos de Alice Muffin estavam adornados pela mais horrível variedade de presilhas em forma de borboletas que Bella já tinha visto.  Ela usava um poncho de crochê sobre um vestido amarelo e seus saltos bateram contra o piso de mármore enquanto se aproximava de Issabella.  

O Cavaleiro do EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora