Fim

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E era assim que o Mundo acabava 

Com a dor de todos nós, amaldiçoava

A vida, o fim, a existência

E se apagava

Queria eu, simples bela dama 

Aguentar carregar o fardo do fim 

E nessa eternidade de palavras belas e cortes amedrontados

sobrou o fim 

Dessa mão corroída 

Dessa palma frígida

Desses dedos concedidos

Beleza, mar, ar 

E existe outras vidas,

Outras almas poluídas por mim 

Esse é o meu fim por escritora 

Você, bravo leitor que se amaldiçoou 

Não se afeiçoou 

Mas corrompido está 

Eternamente gravado na alma 

Agora você grita Perdoe-me 

Para todo o Mundo 

Para toda a existência 

É o que sobrou 

Esse amargo fim 

Essa minha mão já despedaçada

De uma boneca virou 

Lentamente digito minhas últimas palavras 

Que em paz, a vida siga

E como ar, você viva

Recebendo não só amor, mas sendo o cognitivo 

Espírito bendito 

Você que se tornou Inquisidor 

Saberá o mar que o leva

O coração partido é mais belo que o intangível 

Partido é cicatriz que se cura 

Marca de guerra, e fúria 

Então, que sobre isso de nós 

Leitor, para você, eu, a criadora

Para o longe, amargo fim destemido 

Agora, que soem os tambores 

É o fim dos cacos de vidro 

E essas mãos irão parar 

                                                                                 Agora

Perdoe-meOnde histórias criam vida. Descubra agora