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-DIMITRYYY, ACORDA OU VOCÊ VAI SE ATRASAR.
  Acordei num pulo com minha mãe me chamando no andar de baixo de nossa casa.
-JÁ VOU, MÃE.
  Eu simplesmente odeio quando ela me acorda assim, aos gritos. Juro, uma vez eu achei que a casa tava pegando fogo ou algo do tipo. Levanto da cama praticamente me arrastando e coloco meu novo uniforme. Que saco, sempre detestei coisas novas e meus pais decidem o que? Me colocar em uma nova escola, haha, beleza... Pelo menos, não estou sozinho nessa. Quando completei 7 anos de idade, meus pais e seus amigos decidiram construir uma "mini vila" para todos, pois tinham dinheiro o suficiente para fazê-lo, então agora moramos todos, literalmente, um do lado do outro. Na minha opinião, bem melhor assim, pois aquele apartamento era pequeno demais para todos nós.
  Quando acabei de escovar meus dentes e me arrumar, desci para tomar café e acabei me deparando com o meu pai.
-Fala, pai.
-Eai, filhão. Vê se não apronta na escola como sempre fazia, heim?
-Não prometo nada...
-Quer dicas de traquinagens para fazer com os professores?
-Opa, pode falar.
  Cheguei mais perto dele, esperando alguma coisa.
-Cassy, não direcione-o para caminhos errados!
  Minha mãe chega por trás dele com cara de brava.
-Que foi? Só estou dando umas dicas.
-Vocês dois, viu...?
  Ela balançou a cabeça negativamente e passou a mão pelos meus cabelos pretos curtos, coisa que não gosto muito.
-Ai, mãe.
-Você já vai chamar bastante atenção com esses seus olhos.
  Ela aponta para eles. Eu tenho heterocromia, uma doença que faz nossos olhos serem de duas cores diferentes. O direito era cinza (puxei do meu pai) e o esquerdo era marrom claro (puxei da minha mãe).
-São iguais aos do tio Lys, não enche.
  Lembrei dele, os olhos dele era verde e amarelo. Ela da um sorriso para mim.
-Vai comer logo, daqui a pouco tenho que te levar.
  Dou uma risadinha e me sento a mesa. Acabo meu café em questão de minutos e pego minha nova mochila verde com listras horizontais vermelhas. Ouço a campainha tocar e vou logo correr para atender, quando abro a porta me deparo com meu melhor amigo.
-Oi, Dim.
-Fala, Matsuda.
  Dou um aperto de mão que nós mesmos inventamos.
-Sua mãe vai te levar?
-Sim, porque?
-O meu pai Raito queria levar todos no primeiro dia, pode avisar a tia Cloe?
-Claro.
  Coloco a cabeça para dentro de casa.
-Ô, MANHÊ, O TIO RAITO VAI LEVAR TODO MUNDO, MORÔ'?
-TÁ BOM, BOA AULA, FILHO.
  O Matsuda era filho adotivo (claro, né?) do tio Raito e do tio L. Meu pai fala que eles o adotaram um ano depois que nasci. Eu e ele passamos de casa em casa avisando todos, e logo em seguida, estávamos todos dentro do carro. Estava nesta ordem: Matsu no banco do passageiro e eu, Viollete, Levi e Olivia no banco de trás, todos espremidos.
  Vou falar um pouco dos meus amigos enquanto faço o caminho até a escola.
  Matsuda é filho do tio Raito e do tio L, tendo cabelos pretos bagunçados, ama atrapalhar e é bem extrovertido. Viollete é filha da tia Kime e do tio Near, consequentemente era prima do Matsu; ela tem os cabelos roxos e curtos, ama desenhar e é bem introvertida. Levi é filho adotivo do tio Alexy e do tio Kentin; ele tem cabelos pretos bem divididos, ama limpeza e é bem sério, mas quando conhecemos ele se torna um cara legal. E por fim, tem a Olivia; ela tem os cabelos compridos e prateados, os olhos são amarelos como o Sol, ama animais e é bem divertida.
Olho pela janela e vejo a nossa nova escola. Ela é bem grande e se chama Pudro (nomezinho legal, eu sei).
-Até, meus pequenos purpurinados.
Raito fala.
-Tchau, pai.
-Tchau, tio Raito.
Falamos em uníssono e saímos do carro e entramos na escola, todos juntos. Chegamos bem cedo então não tinha muita gente. Estamos no 8º ano escolar; acabei esquecendo de falar nossas idades, certo? Bom, todos tem 12, menos eu, que sou um ano mais velho, tendo 13.
-Pessoal, eu vou dar uma olhada na escola antes de ir para a aula.
  Matsu falou.
-Certo. Eu vou ficar aqui neste banco e ouvir minhas músicas.
  Levi senta em um banco de madeira bem perto de nós.
-Eu vou com o Matsu, para não ficar sozinha.
  Vio sendo tímida, como sempre.
-Eu vou ficar na sala, já. Não quero chegar atrasada.
  Olivia foi para lá, me deixando sozinho no imenso pátio. Respiro fundo e vou para os armários procurar o meu. Depois de muito esforço (SQN) encontro-o com meu nome escrito.
-Pelo menos eu não te perco, armário.
  Quando abro a porta, encontro um pequeno livro no fundo do mesmo. Pego-o na mão e tiro o pó que nele havia, para assim poder ler o título.
-Aliados da Natureza... Que livro tem esse tipo de nome?
  Eu ia jogando-o fora, mas alguma coisa me impedia de fazer isso. Acabei por colocá-lo dentro da minha bolsa.
-Deve haver alguma coisa de errado comigo por eu cogitar essa ideia...
  Peguei meu lápis e meu caderno de desenhos para continuar a história que estava fazendo. Sim, eu costumo escrever histórias quando não tenho muita coisa para fazer.
  Depois de uns minutos, vejo uma sombra parada bem em minha frente, então ergo o olhar para ver quem é.
-Garoto, o que você... Dimitry?
-Oi?
-É você mesmo?
-Eu deveria conhecê-la?
-Não... Eu acabei indo embora quando você tinha 2 anos, mas eu conheço sua mãe muito bem.
-Qual é o seu nome?
-Laila, prazer.
  Ela estende a mão e aperta a minha.
-Olá.
-Eu serei sua professora de literatura, pelo visto você gosta de ler, correto?
-Sim, eu amo. Acho que vou me dar bem na sua matéria.
  Rimos com o meu comentário e o sinal toca, avisando a todos os alunos que é a hora de ir para a sala.
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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*
Aqui estou eu mais uma vez :P.

Aliados Da Natureza  (HIATOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora