(Visão do Declan do capítulo anterior)
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•| Declan |•
Sabe aquela sensação de leveza? De que está tudo bem, aquele sentimento de que nada no mundo vai te machucar, quando você se sente totalmente protegido?
Era o que eu sentia quando Johnny se aproximava de mim, desde a nossa primeira troca de olhares. Eu sabia que aquilo não era só impressão. Aquilo se confirmou mais quando ele disse que não tinha problemas dar carona a um cara gay.
Naquele dia passei a tarde chorando, não podia me permitir apaixonar de novo e muito provavelmente sair machucado, novamente. Sabia muito bem como era namorar caras que antes de me conhecer eram "Héteros", nunca prestava.
E como eu me conhecia bem, sabia que seria extremamente fácil me apaixonar por ele. Por isso hesitei.
Entrar em uma escola nova já não era algo fácil, eu não era de fazer amizades facilmente, e felizmente ou infelizmente eu era muito tímido.
As coisas ficaram confusas pra mim depois que ele achou ruim de eu ter ido a um bar gay, que na verdade fui para ajudar um ex namorado que estava prestes a fazer burrada, coisa que acabei não contando para o Johnny, ainda.
Naquele dia, embaixo da arquibancada do campo da escola Johnny me beijou, me prensando na parede, foi um beijo bem excitante e gostoso, se ele não tivesse achado ruim e pedido desculpa indo embora, eu diria que foi perfeito. Acredito que ele esteja passando por um período de negação, posso entender isso.
Sempre me pegava observando Johnny, na sala, nos treinos e ainda não acreditava que alguém tão bonito como ele, pudesse gostar de mim, ele era loiro, daqueles que até as sobrancelhas e os silios eram também,os olhos azuis escuros, pele clara, as sobrancelhas grossas eram mais escuras que o cabelo destacando-as bem, o corpo forte típico de alguém acostumado com exercícios físicos, extremamente alto e dono de um sorriso encantador, daqueles que fazem a gente ficar excitado só de olhar. E isso tudo poderia estar gostando de mim, só de pensar nisso já tentava me distrair e não imaginar coisas. Mas tive a certeza de que algo estava surgindo quando ele teve ciúmes de mim, quando fiz dupla com Eddie em uma aula de campo. Conheci o Eddie um dia antes do primeiro dia de aula, ele era meu vizinho, novo vizinho.
Johnny insistia em dizer que foi a raiva que o fez bater em Eddie, mas sei que foi ciúmes, coisa que pelo jeito ele sentia muito, ciúmes. E só sentimos ciúmes quando gostamos da pessoa de alguma forma.
Ele queria conversar comigo, e eu claro, aceitei com facilidade, isso porque nessa altura das coisas eu já estava caidinho por ele, especialmente depois do nosso primeiro beijo.
— Onde vai arrumado assim meu bem? — perguntou minha mãe vindo do corredor entrando no meu quarto me tirando do devaneio. Eu me encontrava me olhando no espelho, encarando meu novo cabelo, pois o cortei um pouco,mais cedo, já estava grande demais para o meu gosto.
— O Johnny quer conversar comigo, esqueceu mãe? —falei a lembrando. Eu compartilhava tudo com minha mãe, além de filho e mãe, éramos amigos. Ela era uma versão minha feminina, magra,olhos azuis e cabelos escuros. Eu a amava demais, além de aceitar incrivelmente bem um filho gay, ela era a pessoa mais compreensiva que eu conhecia.
— Ah é verdade! Bom, lembre-se do que eu te disse filho, saiba o que ele está sentindo por você e seja sincero com ele também. — falou minha mãe me dando um abraço rápido antes de pegar as roupas sujas do meu banheiro e colocá-las em um cesto.
Balancei a cabeça confirmando o que ela disse e desci para me despedir de Holly, minha irmã de 10 anos, que era um amor de pessoa também. O azar que tive em não conhecer meu pai acabou me dando sorte em dobro tendo essas duas pessoas maravilhosas em minha vida.
Logo Johnny havia me mandando mensagem dizendo que ia se atrasar um pouco e que jajá estaria aqui.
Alguns minutos depois ouvi as buzinas típicas do Johnny, que eram extremamente altas.
— Até mais tarde querido! Juízo. —disse minha mãe que estava assistindo desenho com minha irmã.
— Claro mãe, até mais tarde. —falei saindo pela porta.
No carro Johnny me deixou envergonhado dizendo que eu estava bonito com o cabelo daquele jeito, não que eu discordasse, mas sempre que ele olhava pra mim a vergonha era instantânea, a beleza dele, a energia que eu sentia com seu olhar, o seu corpo, tudo me deixava assim, meio sem jeito, isso porque ainda era difícil aceitar que alguém tão bonito poderia estar gostando de mim.
Quando chegamos na casa dele, ele fez questão de me mostra-la. Era enorme, nada comparado a minha, e olha que eu já considerava a minha grande pra três pessoas.
Era tudo muito claro, e colorido, não imaginava a casa dele assim. Depois ele me apresentou a Dona Rosa, e que mulher simpática, senti uma boa energia vindo dela. Eu realmente gostei dela. Me perguntei se ela sabia sobre nós dois, mas parecia que não.
Subimos para o segundo andar e ele me mostrou uma grande sala de estar que tinha, e eu fiquei realmente admirado, o quarto do pai dele também era enorme. Foi nesse andar de cima que comecei a sentir uma tensão sobre nós.
Hora ou outra eu o pegava me encarando de uma forma misteriosa. Como se ele quisesse fazer algo muito errado ou insano. Em um momento na sala de estar nossos braços se encostaram e por um momento achei que ele me beijaria por causa da energia que aquele simples toque causou.
Minutos depois ele me levou até seu quarto, ele era grande como tudo lá, os móveis em sua maioria eram brancos ou marrons. Era até bem limpinho, imaginava um quarto mais bagunçado. Johnny não parecia ser organizado, ri mentalmente disso.
— Sua casa é incrível, muito bonita e grande. —falei me sentando na cama.
— Obrigado, eu acho. —ele respondeu rápido olhando pra mim, ele parecia nervoso, como se estivesse criando coragem para fazer algo. Ele olhou para o chão fitando-o e segundos depois voltou a olhar pra mim.
— Temos que conversar não é? — perguntei tomando atitude me levantando da cama.
Mantendo nosso olhar ele trancou a porta atrás de si e começou a vir na minha direção, lentamente.
— Porque trancou a porta Johnny? — perguntei sem entender. Eu podia sentir o clima, mas não queria acreditar.
Ele não respondeu e continuou vindo na minha direção até estar a poucos centímetros de mim, e logo colocou as mãos em meu rosto.
— Declan... —falou colando sua testa na minha, fechando os olhos, como se aquilo fosse de alguma forma duro pra ele, mas continuou mantendo suas mãos em meu rosto.
— Me beije. — ele continuou falando um pouco mais baixo, abrindo os olhos, mantendo nossas testas juntas, passando suas mãos para minha cintura, me puxando contra ele...
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Olá amores, mais um capítulo pra vocês, foi bem resumido porque se não vocês iriam ler a história toda de novo porém na visão do Declan.
Por isso fiz esse para entendermos um pouquinho da vida do Declan e de como ele se sente. Daqui pra frente farei mais capítulos na visão dele.
Comentem bastante, qualquer erro ortográfico me falem, o corretor é traiçoeiro.
Beijos molhados da Ella e até o próximo 😘
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• M E U F A C Í N I O •
Fiction générale[ Romance Gay ] Johnny Miller, um garoto de 18 anos, capitão do time da escola, popular e extremamente impulsivo, se vê passando por um desafio quando passa a gostar do novo garoto da escola, Declan. Mas coisas do seu passado não vão facilitar es...
