Opium Honeymoon

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Junto ao rio, onde árvores velhas se curvam
Com galhos ferrugentos, vencidos de dores
Lá, onde os vícios patológicos circulam
Há uma ilha no rio, coberta de flores.

E lá uma garota habita, envolta em sigilo
Entre os muros da torre, que ampliam seu mistério
Inalando a sorrir, o perfume de um lírio
Ela se entrega a mirar o seu império.

Sua mão acena aos ceifeiros do campo
Que ao avistarem-na, dizem: "essa é a garota da torre"
E o efeito temporário nela vai atuando
Enchendo sua alma de êxtase e cores.

E quando vem o barco no rio de acetona
A tripulação lhe brinda uma coroa de jasmins
Que ela põe na cabeça e enfim se abandona
A um sono sereno em sua cama de cetim.

Chá de Papoula - PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora