Depois de acordar 4:00 Am, teria de levar 40 kg de arroz até a outra cidade, era assim que nós sobrevíviamos. Eu e minha mãe sempre trabalhamos duro, levando vegetais de nossas plantações até as cidades mais próximas, com isso ganhavámos em média: 50 reais por venda, não era muito dinheiro, mas pra pessoas como nós, todo dinheiro é muito.
Ah, não posso esquecer de me apresentar, meu nome é Jullie e tenho apenas 20 anos, moro em uma espécie de cabana com minha mãe, meu pai faleceu há alguns anos atrás e agora minha mãe luta para sobreviver.
vamos Ju, não temos tempo. - disse minha mãe.
quantos kg? - perguntei
60 kg - respondeu enquanto pegava vários sacos jogando em suas costas.
isso renderá mais dinheiro - falei enquanto pegava dois sacos de 10 kg
Saímos caminhando em direção à estrada, o sol já aparecia no leste, esse seria um dia ensolarado
depois de caminhar 40 minutos já estavamos exaustas, paramos em frente a uma ribanceira, minha mãe tinha seu olhar cansado mirando no nascer do sol. Ouvimos um barulho, viramos ao mesmo tempo para olhar da onde vinham as buzinas. Passava uma caminhonete em alta velocidade quase perdendo o controle, isso fez minha mãe cair para o lado e deixar os sacos caírem morro abaixo. ainda tonta se levantou atordoada procurando pelos sacos de arroz, soltei os meus tomando cuidado para não caírem e fui ajuda-la. você está bem, mãe? - perguntei preocupada. cadê os sacos? ela olhava a todo canto desesperada a procura deles.
eles caíram - eu disse sentindo o efeito das palavras nela.
NÃAAO, E COMO VAMOS SOBREVIVER? ela se levantou trombando para os lados, indo em direção ao morro, e eu a segurei.
A gente planta mais, mãe por favor fique calma - respondi desesperada
não, nós precis... - ela não terminou de falar e pôs a mão no peito, caindo desacordada.
mãe? mãe acorda.. mãe por favor responda - eu dizia enquanto balançava ela pelos ombros. naquele exato momento estava passando um carro luxuoso, sem pensar duas vezes, parei na frente dele acenando, o motorista aos poucos foi diminuindo a velocidade, depois de abrir a janela do carro, uma garota morena apareceu.
__ Por favor ajude a minha mãe, ela está desmaiada ali. - apontei
a garota sem pensar duas vezes, saiu do carro pegando um celular e discando um número, imaginei que fosse da emergência, mas não teríamos como arcar com os custos.
