Acordei com um barulho na porta.
Eram batidas e um leve sussurro
Bia é você? - Perguntei.
Sim, posso entrar? - Ela respondeu do lado de fora já entrando.
Assenti com a cabeça.
Ela veio até a cama, estava com uma expressão meio triste.
Você está bem? Conseguiu dormir? - perguntou.
Não tem como estar bem. Estou em um local desconhecido com pessoas desconhecidas e não tenho notícias da minha mãe tem horas. - respondi desabafando - só queria minha vida de volta.
Ela me deu um olhar triste e apenas concordou com a cabeça.
Há muitas coisas que precisamos conversar. Mas primeiro, tome um banho e iremos descer para tomarmos café juntas. Sua vida irá mudar a partir de hoje, mas será para melhor. Eu garanto! - ela disse com firmeza.
Tudo bem! Onde fica o banheiro mesmo? - olhei ao redor, e pela primeira vez percebi o quão grande e belo era o quarto. Tinham cortinas gigantes de bordados numa sacada que tinham portas de vidro, uma penteadeira com um espelho, um closet com várias roupas e sapatos. Estava completamente admirada.
Bia sorriu e me ajudou a levantar, eu estava me sentindo fraca e com leves dores pelo corpo. Ela me conduziu até uma porta que tinha dentro do próprio quarto.
O banheiro era estonteante, tinha um cheiro agradável e tinham espelhos, box e uma banheira, mais para dentro parecia haver uma sauna. Coisas que eu só havia visto nas grandes casas que minha mãe trabalhava. Nunca tive o prazer de experimentar nenhum dos luxos.
Bia me deu um beijo na testa e se retirou. Fiquei ali perdida nos meus pensamentos sem saber por onde começar.
Fui até a banheira e haviam duas torneiras.
Abri uma e coloquei a mão, a água estava fervendo de quente, a outra a água era gelada como o próprio gelo. Entendi que era o meio termo que faria a água ficar agradável.
Após encher, fiquei nua e deixei meu corpo cair dentro da banheira. Não há explicação que possa demonstrar as sensações que eu senti. Eu estava leve como papel e poderia voar a qualquer momento.
Depois de longos minutos, acordei para realidade e me retirei do banheiro.
Algumas das roupas que haviam naquele grande armário, eram estonteantes. Pareciam roupas daquelas festas elegantes que eu já havia visto na tv. Peguei um vestido com uma cor acizentada e vesti-o
Ao me olhar no espelho percebi como havia marcado no corpo. As curvas do meu corpo estavam destacadas.
Sorri pela primeira vez ao me ver arrumada desse jeito.
Ao descer, ouvi algumas vozes e fui em direção a elas.
Estavam todos numa mesa que estava repleta de comidas e frutas. Meu olhar encontrou com os olhos verdes brilhantes daquele mesmo menino que havia me chamado de mendiga.
Ele desviou o olhar e desceu os olhos ao meu corpo. Confesso que corei. Senti meu coração pulsar de uma forma estranha.
