Stop that safadeza

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Meu copo de café, melhor amigo no momento, estava me fazendo companhia

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Meu copo de café, melhor amigo no momento, estava me fazendo companhia. Estava sentada no chão do meu apartamento com as costas encostadas no meu sofá lendo o roteiro dos próximos capítulos. Com o marca-texto ia selecionando as partes importantes, tecnicamente as minhas partes. O barulho da água do chuveiro ecoou pelo apartamento, então olhei para a direção do banheiro, mas logo ignorei.

Minha personagem, Lica, iria passar por uma situação bem delicada. E eu estava colocando todo esforço nisso, eu iria dar o meu melhor pra que tudo saia perfeito.

Sem falar que o grande marco na novela logo iria acontecer: a separação das five. Eu não podia fazer feio, todos estavam contando comigo.

Todos os acontecimento iriam levar a isso. Cada episódio que se passava, mais a tensão aumentava. Claro que estava feliz por estar fazendo meu primeiro papel em TV aberta e ainda mais por ser uma das principais, mas eu arrisquei muito com esse personagem. Eu não me parecia nada com ela e tive um pouco de medo e insegurança por ter aceito um papel tão radical. Eu estava completamente saindo da minha zona de conforto.

Por exemplo, Heloísa iria ter problemas com droga. Já eu, mal chego perto de bebidas, salvo uma itaipava.

Fazia alguns meses que havia trancando minha faculdade de Artes cênicas em São Paulo para me mudar pro Rio de Janeiro, cidade onde ficava o estúdio da novela na qual tinha sido escalada – Malhação: Viva a Diferença. Logo ouvi o barulho da água cessar, denunciando que o chuveiro havia sido desligado. Soltei um suspiro longo levando o copo a minha boca e bebendo um pouco de café.

Fazia dias que não conseguia ter momentos de paz e harmonia e claro que a culpa disso tinha nome e sobrenome.

Estava aproveitando que era de madrugada, mas o "nome e sobrenome" decidiu ficar até mais tarde da nossa colega de elenco e, quando chegou, me atrapalhou com meus estudos. Ficou pela casa andando e me interrompendo.

Cuspi meu café quando uma Giovanna Grigio passou pela minha sala. Detalhe, uma Giovanna que estava como tinha vindo ao mundo, certo, ela estava de toalha, mas...

— Qual o seu problema?

Perguntei um pouco envergonhada, devido a palidez meu rosto estava levemente corado provavelmente. Giovanna estava só de toalha. Só de toalha, repito. Indo para cozinha em direção a geladeira. Já falei que essa garota tem um buraco negro na barriga?

— Estou com fome — disse abrindo a mesma e pegando um potinho que estava lá dentro, um potinho com um pedaço de queijo.

O meu queijo. Meu queijinho que eu ia comer mais tarde, meu potinho.

— Giovanna, esse queijo é meu.

Saturn (Griperti)Onde histórias criam vida. Descubra agora