Capítulo 4

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Acomodei-me no banco e dirigi um olhar de lado para Valentina. Eu sabia que não seria fácil chegar onde eu queria, “na cama dela, e no meu contrato”. Mas eu não desistiria facilmente. A fim de provocá-la, retirei meu cinto a abaixei-me em direção ao porta luvas, roçando propositalmente no em seu corpo Senti quando ela se retraiu e sorri intimamente. Abri o porta-luvas, e retirei um pendrive, voltei para o meu lugar esbarrando mais uma vez no corpo de Valentina.

Encaixei o pendrive no player e Amy Winehouse com a sua voz rouca e sensual  começou a cantar Back to Black.

Eu dei um sorriso de lado, provocante, intenso. Sem desviar o olhar dela que continuava com o rosto voltado para frente e totalmente estática. 

– Vamos lá Tina, preciso do seu endereço. –  eu pedi em um tom grave e tranquilo.

– Valentina, para você é Valentina, não te dei intimidades para abreviar meu nome – ela respondeu um tanto petulante.

– Tem certeza “Tina”? – frisei novamente seu nome, fiz uma pausa para dar algum impacto em minhas próximas palavras e então eu prossegui. –  Lembro-me perfeitamente de  deliciosas horas de total intimidade ao seu lado. – usei um tom sensual, embora eu quisesse rir, quando percebi mesmo no escuro que ela havia ruborizado.

– Talvez você lembre Rafael, mas te garanto que para mim foi uma noite tão irrelevante... – “mentirosa” pensei, mas continuei em silêncio. –...que  teria esquecido completamente se você não tivesse tocado no assunto agora.

Ela remexeu na bolsa procurando por algo,  com certeza para disfarçar o nervosismo, e eu não me deixei abater por suas palavras.

– Não minta para você mesma Valentina, aposto que não esqueceu aquela noite um único dia da sua vida.

– Agora está sendo presunçoso Rafael, você sempre se vê acima do que realmente é? – Ela retrucou rapidamente, já puxando a maçaneta, a fim de sair do carro.

– Espere! – pedi rapidamente, mas usando um tom ameno para não assustá-la – Desculpe, sei que estou sendo totalmente prepotente, e te encontrar hoje só me fez ver o quanto fui idiota no passado. – respirei fundo, e continuei. –  Se eu dissesse que me arrependo do que fiz, você me daria a chance de tentar conhecê-la novamente “Tina”? De ser seu amigo...

Ela me olhou desconfiada e então tirou a mão da maçaneta.

– Eu sei o que você quer Rafael, e a resposta do meu cliente é não. Não pense que poderá me usar para alcançar seu objetivo novamente, por que não vai. – Valentina voltou a mexer na bolsa, procurando por algo.

– Sim, não posso negar que desejo muito esse contrato e que usarei de todos os meios para consegui-lo, mas independente disso eu gostaria de uma chance para te conhecer melhor. – Droga, eu estava mesmo dizendo isso? – Uma chance, Tina prometo não te usar ou não fazer nada que você não queira.

–  Algumas condições Rafael, Você não tentará me induzir a vender os direitos de “ Amor em pecado” Não tentará me seduzir também.

Passei as mãos  nos cabelos em um gesto desesperado, ela estava me colocando na berlinda com as únicas coisas que eu queria. Ah! Mas ela não levaria a melhor.

– A primeira condição eu posso garantir Valentina, já a segunda é praticamente impossível, eu te desejo desde o momento em que te vi naquela livraria– ela voltou a colocar a mão na maçaneta, eu concluí rapidamente. Prometo fazer apenas quando me pedir.

– Nesse caso podemos tentar, Rafael, – ela deu um sorriso zombeteiro – Eu nunca irei pedir. – disse estendendo um cartão em minha direção, eu peguei e vi que era o endereço da sua casa.

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