Surpresas de uma cidade pequena.

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Padre Newton era um homem podre, e quando Thomas finalizou sua quarta dose de tequila consecutiva e virou-se na direção da pista de dança, teve ainda mais certeza daquilo.

Mas que merda, ele estava em todos os lugares.

O homem de cabelos louros dançava colado com uma mulher enquanto dividiam o mesmo copo de bebida.

Ele era desprezível. Newton nem ao menos se vestia como um padre! Ou se portava como um. Thomas não fazia ideia de como todas aquelas pessoas fofoqueiras, típicas de cidades pequenas, não falavam sobre o padre. Porque eles sabiam! Era impossível não saber, Newton não fazia questão de se esconder.

Suas roupas eram bonitas no entanto, uma jeans escura, rasgada nos joelhos, uma camiseta cinza e uma jaqueta de couro preta com alguns detalhes em vermelho, Newton era bonito. E a forma sugestiva como dançava fazia com que Thomas se lembrasse da sua primeira noite na cidade.

Fora naquele mesmo bar, ele havia acabado de chegar de Nova Iorque, seus pais haviam mandado-o para Glader Town como o presidente da nova filial da empresa de advogados a qual eram donos, e depois de um dia cansativo de trabalho, Thomas acabara por ir a este bar com uns de seus funcionários. Ele conheceu Newt ali, dançaram juntos, se beijaram e transaram. No banheiro mesmo. Haviam tido uma atração física muito forte, mas não trocaram telefones, nem nada além de seus primeiros nomes.

Três dias depois, em um sábado, o moreno decidira ir à missa a fim de agradecer a Deus por tudo estar correndo bem com o novo negócio, Thomas não era um religioso extremamente devoto, mas estava agradecido, e acreditava que vez ou outra era bom para si ir á Igreja. Para sua surpresa, quando chegou lá, já um pouco atrasado, o cara com quem havia transado no bar dias atrás era o padre que celebrava a missa.

No começo, tentou encontrar o que havia de errado, uma justificativa, talvez aquilo fosse uma brincadeira de mal gosto do outro homem, ou um irmão gêmeo, mas não, ele era de fato um dos padres da cidade, e era filho único.

        Levou uns meses para que Thomas se acostumasse com aquilo, e um pouco mais que isso para que a sua firma passasse a ser responsável por todos os casos contra o padre Newton.

        Thomas simplesmente não conseguia se ver livre daquele homem. E ele o odiava tanto.

        Newton era sujo de formas que faziam uma careta se formar no rosto do moreno só ao ouvir seu nome, era tudo o que o advogado abominava em outro ser humano, era padre sem nem ao menos acreditar em sua religião. Ele rejeitava tudo o que pregava em seus discursos religiosos e agia como um adolescente rebelde quando todos aqueles com mais de trinta anos já não estavam mais o olhando.

        Agora, um ano e três meses depois que tudo começou, depois de transarem na primeira noite de Thomas ali, de Newton assistir o moreno fugir confuso da Igreja durante uma missa de sábado, e de todos os processos que nunca deram em nada, eles estavam novamente naquele bar.

        Malditas cidades pequenas e malditas opções restritas que faziam com que aquele fosse o único bar com pista de dança da cidade.

        Thomas bebeu mais uma dose de tequila, e quando o louro percebeu o olhar insistente que recebia do advogado, ele sorriu provocante e piscou na direção do outro.

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⏰ Última atualização: Mar 12, 2018 ⏰

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