Se havia alguém tão aparentemente segura e firme do que queria era Melanie. Nem a timidez a atrapalharia do que ela queria dizer para Ryan, assim pensava. Mas para ele, a curiosidade era outra: Quem era o homem que a acompanhava? E não perdeu tempo, logo expressando seu descontentamento em vê-la junto a um rapaz, a Richard. Estava enciumado.
— Quem é aquele rapaz que a acompanha? — questionou.
— Um colega. — Limitou-se a dizer, ainda de pé e ele apenas deu de ombros.
— Ele a trouxe aqui?
— Obviamente já que você fez questão de não me deixar nenhum contato — proferiu com sarcasmo, mas ele não se importou com a resposta. — Estava me questionando como daria a resposta daquela carta — acrescentou.
— Tinha esquecido dessa parte. — Passou a mão na nuca. — Sente-se, am... Mel. — Por pouco não deixara escapulir o que estava sentindo por ela: amor.
Ela se assentou e o encarou, sem saber como começar a dizer o que vinha matutando desde que saíra da lanchonete. Pedia para que Deus a acalmasse, a todo instante.
— É... Obrigada pelas flores. São lindas, mas não quero que haja entre nós um vínculo de amizade, antes, continuarmos da forma como estamos — disse, rapidamente, por se encontrar nervosa.
— Pensei que quisesse meu contato. — Franziu a testa, encarando-a, duvidoso, afinal ela acabou por ser controversa. Melanie abriu a boca para dizer algo, mas logo se calou. Então ele continuou: — O que eu preciso fazer para que você me entenda de uma vez por todas? Que mulher difícil e cabeça dura, an?! — Levantou-se e se aproximou dela, recostando-se na mesa. Ela virou o rosto para o lado e o encarou; ele fez o mesmo.
— Bem, eu quero propor um acordo de paz.
— Desde quando estivemos em guerra? —retrucou, descrente, e sorriu com desdém. Estava começando a ficar nervoso com suas palavras.
— Não estivemos e antes que haja uma eu quero propor um acordo.
— Você pirou, Mel. Não é possível. — Afastou-se da mesa e passou as mãos no cabelo. Ela, no entanto, riu baixo por seu modo de agir. Parecia estar se divertindo com seu aborrecimento.
— É o seguinte. Não apareça mais em nossa casa, nem mande mais nada. Então, teremos a tal amizade que aliás inclui em não me enviar flores ou qualquer outra coisa e...
No mínimo seria uma amizade à distância a não ser que ela fosse mais direta em dizer que ele deveria evaporar de sua vida.
— Não farei isso sua teimosa! — vociferou, Ryan, e ela se levantou em um sobressalto, indignada. — Nem me faça essa cara. A sua teimosia e orgulho me surpreendem. Jesus! — exclamou, esfregando as pálpebras, deixando-a perplexa por tamanha audácia em suas palavras.
— Esse é o nosso acordo e ponto final. — Melanie falou, não acreditando no que ouvia da boca dele até o momento. Suas palavras de afronta e insolência, assim pensava, perturbavam-na cada vez mais levando-a a verbalizar de uma maneira mais direta e decisiva.
— Seu acordo, não meu! E aliás fazer com que eu saia da sua vida e da de Matt está fora de cogitação! Deus não me trouxe para perto de vocês para absolutamente eu me afastar do nada. Eu não quero isso!
— Como assim, não quer? Você age como se fosse algo meu e impõe coisas em nós e eu não posso impôr nada. Não é justo — retrucou, aborrecida.
— Minha imposição é para seu bem. A sua é um orgulho sem tamanho que não queres admitir. — Pôs as mãos na cintura, suspirando por não estarem chegando em um consenso.
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Segunda chance
EspiritualRyan é um homem destemido, versado naquilo que faz e receado por muitos que o circunda. Com um passado oculto para a maioria, insiste em permanecer na impiedade sem se dar conta do quão vil se tornara; até estar prestes a desapoderar a empresa de se...