Capítulo 12

397 56 2
                                    

Se havia alguém tão aparentemente segura e firme do que queria era Melanie. Nem a timidez a atrapalharia do que ela queria dizer para Ryan, assim pensava. Mas para ele, a curiosidade era outra: Quem era o homem que a acompanhava? E não perdeu tempo, logo expressando seu descontentamento em vê-la junto a um rapaz, a Richard. Estava enciumado.

— Quem é aquele rapaz que a acompanha? — questionou.

— Um colega. — Limitou-se a dizer, ainda de pé e ele apenas deu de ombros.

— Ele a trouxe aqui?

— Obviamente já que você fez questão de não me deixar nenhum contato — proferiu com sarcasmo, mas ele não se importou com a resposta. — Estava me questionando como daria a resposta daquela carta — acrescentou.

— Tinha esquecido dessa parte. — Passou a mão na nuca. — Sente-se, am... Mel. — Por pouco não deixara escapulir o que estava sentindo por ela: amor.

Ela se assentou e o encarou, sem saber como começar a dizer o que vinha matutando desde que saíra da lanchonete. Pedia para que Deus a acalmasse, a todo instante.

— É... Obrigada pelas flores. São lindas, mas não quero que haja entre nós um vínculo de amizade, antes, continuarmos da forma como estamos — disse, rapidamente, por se encontrar nervosa.

— Pensei que quisesse meu contato. — Franziu a testa, encarando-a, duvidoso, afinal ela acabou por ser controversa. Melanie abriu a boca para dizer algo, mas logo se calou. Então ele continuou: — O que eu preciso fazer para que você me entenda de uma vez por todas? Que mulher difícil e cabeça dura, an?! — Levantou-se e se aproximou dela, recostando-se na mesa. Ela virou o rosto para o lado e o encarou; ele fez o mesmo.

— Bem, eu quero propor um acordo de paz.

— Desde quando estivemos em guerra? —retrucou, descrente, e sorriu com desdém. Estava começando a ficar nervoso com suas palavras.

— Não estivemos e antes que haja uma eu quero propor um acordo.

— Você pirou, Mel. Não é possível. — Afastou-se da mesa e passou as mãos no cabelo. Ela, no entanto, riu baixo por seu modo de agir. Parecia estar se divertindo com seu aborrecimento.

— É o seguinte. Não apareça mais em nossa casa, nem mande mais nada. Então, teremos a tal amizade que aliás inclui em não me enviar flores ou qualquer outra coisa e...

No mínimo seria uma amizade à distância a não ser que ela fosse mais direta em dizer que ele deveria evaporar de sua vida.

— Não farei isso sua teimosa! — vociferou, Ryan, e ela se levantou em um sobressalto, indignada. — Nem me faça essa cara. A sua teimosia e orgulho me surpreendem. Jesus! — exclamou, esfregando as pálpebras, deixando-a perplexa por tamanha audácia em suas palavras.

— Esse é o nosso acordo e ponto final. — Melanie falou, não acreditando no que ouvia da boca dele até o momento. Suas palavras de afronta e insolência, assim pensava, perturbavam-na cada vez mais levando-a a verbalizar de uma maneira mais direta e decisiva.

— Seu acordo, não meu! E aliás fazer com que eu saia da sua vida e da de Matt está fora de cogitação! Deus não me trouxe para perto de vocês para absolutamente eu me afastar do nada. Eu não quero isso!

— Como assim, não quer? Você age como se fosse algo meu e impõe coisas em nós e eu não posso impôr nada. Não é justo — retrucou, aborrecida.

— Minha imposição é para seu bem. A sua é um orgulho sem tamanho que não queres admitir. — Pôs as mãos na cintura, suspirando por não estarem chegando em um consenso.

Segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora