.Paris, a cidade do Amor.

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Os pingos de chuva começaram a cair sobre meu casaco. Por um momento, um breve momento, eu só queria estar verdadeiramente sozinho, e eu estava!
Scarlet havia ficado no hotel. Eu por sinal, resolvi conhecer a cidade, Paris a cidade luz. Um dos lugares que eu conheci com Sávio.
Entro num museu, onde estava tendo uma apresentação de quadros de uma pintora portuguesa. Eram quadros realistas, pessoas pintadas com muitíssima delicadeza.

"São lindos, né?"

Sem olhar para voz que eu escutava, respondi:

"Sim."– falei secamente.

"Posso saber seu nome."– perguntou.

Olho para o homem que estava do meu lado. Seus músculos se destacavam sobre o casaco de couro. A pele morena, um penteado moderno que o acompanhava, e uma tatuagem no pescoço, mostrando que tinha mais escondidas. Parecia algo tribal.

"Alec."– digo.

"Prazer, me chamo Nathaniel Thornhill ."– falou.

Dou um sorriso para ele.
Seus olhos vagaram pelo meu corpo e pararam na minha mão com o anel de noivado, que Sávio havia me dado.

"Oh, me desculpe. Estar acompanhado?"– perguntou confuso. O homem coçou a cabeça e pôs as mãos no bolso. Parecia envergonhado.

Eu de verdade não sabia o que falar. Estou fugindo à anos para não responder uma dessas perguntas. Descido contar a verdade.

"Não. O anel foi só um presente, agora é uma recordação."– falei alisando o anel com delicadeza.

Ele prestava bastante atenção em cada palavra que saia da minha boca.

"Gosta de arte?"– perguntou apontando para o quadro que estava na nossa frente.

"Sim."– digo sorrindo.

"Bom, ma Jolie. Me acompanharia a um café. Conheço uma cafeteria perfeita aqui por perto."– falou.

Não sei se devia _ penso.

"Só para um café."– falou.

Confirmo com a cabeça.  No caminho, ele puxou assunto.

"De onde veio?"

"Sou de Vancouver, Canadá. Mas agora moro em Malibu com minha filha."

"Hum, agora saquei o anel. É casado?"

Ponho as mãos no bolso e respiro fundo.

"Não, meu marido faleceu a mais de dez anos. Até então, não me adaptei em outros relacionamentos._ estávamos falando só sobre mim, assim como ele, eu gostaria de saber sobre sua vida._ "E você?"– digo.

Entramos uma cafeteria lindinha, um lugar bastante aconchegante e aquecido. O cheiro do café atingiu minhas narinas com voracidade. Nos sentamos um de frete para o outro.

"Minha esposa morreu a dois anos, em um acidente de carro. Não temos filhos."

"Meus pêsames!"– falei.

"Igualmente!"

A garçonete trouxe nosso pedido, eu havia pedido um bolinho de chocolate trunfado e um cappuccino, e ele donuts recheados com coco e um café preto.

"Pretende ficar quanto tempo na cidade?"– perguntou tomado seu café.

"Só mais dois dias. Vamos para Monte Carlo."

"Vamos? Veio com sua filha?"– perguntou.

"Não, uma amiga."

"Entendi, que pena que não poderá ficar mais tempo em Paris."

"Aqui é um belo lugar. Vim aqui antes dele morrer."

"Seu marido deve ter sido um homem muito feliz, aliás, tê-lo como companheiro deve ser divino."

"É, Sávio era um belo homem!"– afirmo, dou uma garfada no bolo.

"Estava falando de você."

Sinto meu rosto corar, como fazia tempo que não me sentia assim. Desejado.
Conversamos ainda por muito tempo, quando percebi estávamos de frente para a Torre Eiffel, agora toda iluminada pelas luzes que a acompanha.

"Obrigado pelo dia incrível."– falei.

"Eu que agradeço... poderíamos nos encontrar para almoçar juntos, amanhã."

"Quem sabe..."– digo sorrindo.

Entro no táxi e sigo para o hotel.

Entrei no quarto onde estávamos hospedados.

"Ele chegou... Espere."_ouço um sussurro. Seguido de um grito._ "Alec."

Vou para o quarto, onde Scarlet estava deitada na cama com o tablet na mão e com a televisão ligada em um filme francês em preto e branco.

"Vem, estou em uma chamada de vídeo com Ana. Ela estar em Vancouver."

Me sento ao lado dela para ver minha filha.

"Pai. Como você estar?"– perguntou sorridente.

"Estou bem querida, como estão as coisas por aí? Sua avó estar bem?"

"Sim. Tia Elena estava aqui agora, resolveu ir comprar pizza. Tio Ítalo vai chegar daqui a pouco e com Zack e Katherine, eles haviam saído para encontrar os amigos, tio Ítalo foi buscá-los."

"Hum, e como você estar? Estar comendo?"

"Estou ótima pai... E você, como estar? Parece feliz, sorridente."

"Não tem nada."– digo sorrindo.

"Ana, preciso desligar. Parece que tem alguma coisa acontecendo. Beijos!"

Scarlet me olha e sorri.

"O que aconteceu com você, saio calado e voltou sorridente demais. O que aconteceu com você?"– perguntou.

Eu com certeza iria contar tudo para ela. Cada detalhe!

Após o Advogado!Onde histórias criam vida. Descubra agora