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Você sempre brigava comigo quando eu saia e não chamava você.

Quando eu postava foto de algum passeio nos meus stories, você morria de raiva por não ter te chamado pra ir junto.

O chato foi que você sempre reclamava por eu não sair com você.

Mas você nunca me chamou pra sair.

E quando me falava pra ir em um lugar, nunca era só nós dois.

Isso me deixava meio, sei lá, mas eu sempre fingi que eu não ligava.

Eu era especialista de fingir as coisas para mim mesma e acreditar nelas.

Se eu colocava uma coisa na cabeça, ela se tornava realidade pra mim.

Isso nunca deu certo em relação a você.

Eu sempre tentei convencer a minha cabeça de que eu não sentia essas coisas por você.

Que éramos amigos.

Só amigos.

Que meus sentimentos eram unicamente de amizade.

Mas eu nunca confiei em mim mesma.

Você sempre foi um problemão pra minha cabeça.

O bom foi que eu nunca alimentei esse sentimento.

Mas eu sabia, percebia a cada dia o quanto era horrível estar apaixonada pelo meu melhor amigo.

Não era como é nos livros que eu leio.

Não tem aquela coisa dos dois se gostarem, mas só de um saber.

Não tem aquela coisa de sinais.

De tensão sexual entre amigos.

Aquelas cenas constrangedoras um com o outro.

Porque só é constrangedor pra quem está apaixonado, e no caso eu sempre soube que era só eu.

Eu sempre soube que você não sentia nada por mim.

Sempre soube que eu não teria chance com você.

Eu não fazia o seu tipo.

Sabia que você jamais conseguiria gostar de mim como algo além da sua melhor amiga.

Então eu deixei como tava.

Deixei você com as suas garotas e eu com a minha paixão por você.

Hoje paro pra pensar que talvez eu devesse ter feito algo à respeito.

Só mais uma pequena carta de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora