Sabe... eu ando notando muito o quão solitária eu sou, eu sou demasiada patética.
Falo pouco por medo de falar demais e dizer o que não devo. Todos ficam comigo por dó. Todos.Eu sempre fui sozinha. Dês do primeiro dia de aula na minha escolinha. Eu não tinha ninguém, então, ficava vagando pelo pátio da escolinha, imaginando e criando uma versão incrível de mim mesma. Um mundo em que todos me louvavam e idolatravam. Acabou que o único dia que eu consegui brincar com alguém foi o último dia de aula e com o menino que eu "gostava". Lembro que na formatura, todos iriam ser um personagem e dançariam a última dança juntos, como uma bela despedida. Eu estava tão ansiosa para isso... seria um grande evento! Na hora de designarem os papéis, eu me lembro exatamente todos eles, eu estava louca para ser uma fada. Haviam três fadas, um passarinho, duas girafas, uma onça, dois tigres e um leão. As fadas seriam as "principais".
Eu queria tanto ser uma fada, até que... a menina que era realmente louvada por todos ficou com o papel. As amigas dela ficaram com os outros dois papéis de fada, e eu... fiquei com um papel que ninguém se importava, mas que ninguém queria ser. Eu era uma insignificante lagarta. O meu papel era estar lá, só isso. Eu lembro também que eu chorei muito depois da formatura, apesar de não conhecer e nem brincar com ninguém, eu sentiria saudades daquela escola. De ver os outros brincarem, de andar naquele velotrol e atropelar todo mundo, de fantasiar histórias maravilhosas e de imaginar versões de mim para aquela escola. Eu estava desolada, abalada, inconsolável.Após um ano eu entrei no primeiro ano do ensino fundamental. Como sempre, solitária e jogada em um canto. Até que eu encontrei uma menina chamada Vitória. A gente brincava bastante durante o recreio e conversava bastante na sala de aula. Eu a considerava a minha melhor amiga! Mas eu sabia que ela não me via da mesma forma que eu a via. Sempre que podia, ela ia brincar com as outras meninas, e quando se cansava ia brincar comigo. Era muito cansativo. Um dia eu percebi o que ela fazia comigo e resolvi tentar mudar um pouco isso. Ela disse que nunca mais seria minha amiga. Eu fiquei horrível, pois ela era a minha única amiga. Eu fui para o segundo pátio da minha escola e comecei a chorar muito, eu me sentia... péssima, horrível, um monstro inútil que só atrapalhava e que não fazia diferença nenhuma na vida de ninguém. Eu me lembro muito bem de quando três amigos foram conversar comigo. Eles me perguntaram o que havia acontecido e o porque de eu estar chorando tanto. Eu tinha dito o motivo e eles teentaram fazer alguma coisa, porém, não funcionou e eles deixaram de lado. Eu e a Vitória não conversavamos mais e eu voltei a ser solitária.
Mais um ano se passou, eu agora estava no segundo ano do ensino fundamental. Eu continuava sozinha, até que eu conheci um menino chamado Leony. Nós brincávamos e nos divertiamos muito juntos. Eu não precisava continuar criando aquelas versões de mim. O Leony me entendia muito bem, ele também era bastante solitário. Nós erámos melhores amigos agora! Eu tinha alguém pra conversar e brincar, alguém que me fizesse rir e falar para os quatro ventos sem me preocupar com nada. Era maravilhoso. Até hoje considero 2014 o melhor ano da minha vida.
E assim, outro ano havia passado. Eu estava no terceiro ano.
O Leony ainda era da minha sala, mas não conversávamos mais como antes. Eu conheci um menino chamado Keven. Ele era bastante animado e feliz. Ele vivia com todos envolta dele. Era amigo de todos... ele virou o meu melhor amigo. Eu me orgulho disso, pois meus dias ficaram cada vez mais animados e felizes. Confesso que ele era bem safado, mas e era legal. Agora ele é modelo e dançarino, é bem famoso e já apareceu em muitos programas e redes famosas da televisão. Ele merece isso. Eu estou feliz por ele e por ter conhecido ele. Foi um ano bastante animado e feliz, o ano em que eu perdi grande parte da minha timidez e comecei a fazer vários amigos.Um anos após, eu estava no quarto ano. Me sentia mais... adulta? Agora eu tinha um lugar, eu tinha alguém pra conversar, eu tinha um pouco de felicidade. Eu fazia parte de um quarteto. Eu, o Keven,a Isabella e o Yuri. Eu... era feliz, muito. No meio do ano, eu conheci um outro menino. O nome dele era Kauan. Foi amor a primeira vista... eu contei para a Isabella e ela começou a me ajudar a desenvolver algo com ele. Em pouco tempo, muitas pessoas ficaram sabendo sobre nós dois. Todos nos ajudavam. Houve um dia em que minhas amigas e amigos se reuniram para empurrar ele pra mim e eu pra ele para nos beijarmos. Era estranho, porém, eu gostava disso. Eu me sentia viva e bastante animada! Eu queria que nada daquilo acabasse. Mas eu descobri que ele se declarou para a Isabella. Não o julgo. Ela é modelo,bonita, inteligente, animada, tem muitos amigos e era viva. Se dá bem com todos e é amada por muitos. Também fico feliz por ela. Ela faz muito sucesso com tudo o que tenta. Seria uma ótima namorada ou esposa. Eu não deixei de ser amiga dela por causa disso. Não era culpa dela e nem foi ela quem pediu pra ele se confessar. Não foi ela que obrigou ele a se apaixonar por ela, não foi ela que fez ele me usar. Não foi.
Apenas mais um ano se passou, eu estava no quinto ano. Eu já tinha consiência do que acontecia e do que eu fazia, eu era muito cansada e imprestável. Eu voltei a ser solitária. Eu ainda era amiga da Isabella, mas não como antes. Não tinha mais aquela inocência e calmaria e amizade. Eu dormia muito nas aulas, eu era muito provocada pelos meninos da minha sala. Isso me irritava muito. Minhas notas eram a média da média. Eu estava satisfeita com elas... Eu estava voltando a apenas existir e a imaginar e lembrar da minha eu do passado. A eu intimidadora, forte, a eu que se dava bem com todos e tinha uma vida satisfatória. Eu estava morrendo. Morrendo devagar e sendo torturada pelos meus demônios. Sendo consumida pela tristeza e a indiferença. Em 2017 eu comecei a fazer amigos virtuais. Eu assistia muitos animes que me faziam sorrir e ter gosto pelos pequenos momentos de felicidade que eu tinha. Os animes viraram minha vida e felicidade. A minha vida era práticamente tida virtual. Estava tudo lá. Meus livros, meus amigos, os animes, os mangás,os memes, a minha vida. Os meus momentos de paz eram poucos. A minha professora havia sido trocada por uma bruxa. Ela era insuportável. Os meus momentos de paz eram minúsculos. Alguns meses depois da iniciação do proerd, eu e a minha amiga fomos assaltadas. E acabou. Tudo. A minha vida havia acabado. Tudo tinha sido levado naquele momento. Eu já sabia que os humanos eram ignorantes arrogantes insuportáveis nojentos egocêntricos etnocêntricos e impiedosos. Mas não pensei que fossem tanto até aquele dia. Eu estava aos prantos, como uma criança que tivera o seu doce predileto negado. Eu estava... morrendo. Cada vez mais. Eu sentia como se cada milímetro do meu corpo fosse consumido pela solidão e tristeza. Eu quase não existia. O pequeno avo da minha existência era muito poupado por mim.
Eu sou falsa ,e sei disso. Meus cabelos são falsos, meus sorrisos, meus sentimentos, meus amigos, minhas relações familiares, meus amores, minha "vida", minha felicidade, minhas lágrimas, meu caráter, o meu ser .
Eu sou apenas uma versão que eu criei pra mim mesma. Eu já não existo a muito tempo.
Eu tenho muito medo de que quem eu amo não me ame.
Eu tenho medo que ele esteja comigo apenas por dó.Eu quero gritar.
Quero gritar para tudo. Gritar me esperniar e fazer o mundo saber que a culpa disso tudo é dele.
Nada mais tem sentido.Eu tenho tanto medo... eu sou tão frágil e incompetente, eu não deveria existir.
Eu quero pedir desculpas à todos por ser tão falsa.
Me desculpem por estar aqui.
Hj foi dia 14/03/2018. O dia que acabou antes de começar. Assim como eu.
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minha vida de todos os dias
De Todoolá, meu nome é *******. Essa é a minha vida! Aqui eu direi um pouco sobre meus dias.....ou decepções....ou ...... nada