Capítulo 2.

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De manhã cedo acordo antes do despertador tocar,aproveito o tempo para organizar a mochila e rever a tarefa na qual eu tinha feito com bastante esforço,ao menos ia garantir uma nota mediana. Pelo cheiro de café minha mãe já deveria estar acordada,em seu cantarolar se nota uma melódia animada e agitada.

— É hora de me juntar a ela. — Falei indo me arrumar.

Depois de estar pronto vou até a cozinha...

— Nossa,você já acordou. — Disse ela surpresa ao me ver.

— Já estou a muito tempo,cadê o Gustavo?. — Perguntei.

— Ainda dorme,ontem a noite ele chegou tarde da faculdade,provavelmente está cansado. — Respondeu ela.

— Entendo...

Com um pão delicioso e um café quentinho meu dia novamente começava,minha mãe que não tirava o sorriso do rosto conversava sobre muitas coisas aleatórias e eu ali,com um sorriso bobo no rosto...infelizmente não posso acompanhar pessoas como ela com meu humor nos dias de hoje.

...

Já na escola eu passeava pelos corredores a procura de algo para fazer,acabo me deparando com Brandon brigando com a máquina de refrigerantes.

— Devolve meu dinheiro sua máquina dos infernos. — Disse ele enfurecido.

Suspiro...essa cena se repete quase toda semana. Me aproximo da máquina e dou um leve tapa na parede fazendo a lata de refrigerante cair.

— Era só ter feito isso?. — Disse ele confuso.

— Você já deveria saber,isso acontece quase toda vez. — Falei.

— Eu sempre esqueço que essa droga não presta.

Brandon é desse jeito,reclama de tudo assim como eu,mas diferente dele tento me conformar com as coisas do jeito que são.

— Aonde estão as meninas?. — Perguntei.

— A Glória vem vindo ali e a Dena ainda não chegou. — Respondeu ele.

Olho para trás,Glória vem em nossa direção com uma cara séria.

— Oi Glória,tudo bem?. — Perguntei.

— ...

— É ótimo saber. — Falei.

Ela é uma pessoa quieta,quase nunca fala,mas quando abre a boca deixa qualquer um confuso com sua filosofia.

— Acho melhor a gente ir para a nossa sala,o sinal bate daqui a pouco. — Disse Brandon.

— OK...a gente se vê no recreio. — Falei.

Eles saem andando e eu continuo ali esperando pela Dena.

— Te procurei por todos os lugares...

Uma mão gentilmente toca em meu ombro me dando um susto...

— Você me assustou Dena.

— Desculpe. — Disse ela.

E juntos fomos andando e conversando ao mesmo tempo.

— Fez o dever de casa?. — Perguntei.

— Você não sabe?...o professor disse que não viria hoje por causa da dor na garganta e remarcou a entrega do trabalho para a próxima semana,mas provavelmente ele esqueça como sempre faz. — Respondeu ela.

Apenas suspiro...

— Você é o único dessa escola que não utiliza as redes sociais por isso perde as coisas da atualidade. — Disse ela rindo.

— Eu não preciso disso. — Falei.

— Até a Glória é mais comunicativa do que você.

— OK Dena já entendi. — Digo em voz alta.

Eu devo ser a pessoa mais estranha do mundo por não ter uma rede social,mas se é para ver gente reclamando da vida prefiro escutar o Brandon.

...

Dena e eu chegamos em nossa sala de aula assim que o sinal toca,a maioria dos alunos já estavam presentes menos o maldito professor. Como sempre sento no mesmo lugar de antes com a cara vazia,momento perfeito para refletir na vida...sei,isso já tá ficando clichê.

Em um momento de distração deixo o lápis cair,quando me abaixo para pega-lo vejo um papel amassado de baixo da mesa,a folha era muito diferente das que estavam no meu caderno. Sem interesse pensei em arremessar a bola de papel na Dena que lia um livro tranquilamente,mas minha curiosidade aumentou quando vi algo escrito nele...

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(Continua No Próximo Capítulo)

A Pessoa Que Não ExisteOnde histórias criam vida. Descubra agora