Uma voz intrigante

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Eu já estava péssima, minha vida estava horrível e a causadora disso tudo estava em minha frente

- O quê você veio fazer aqui? Veio zombar de mim? Parabéns conseguiu o que queria.

- E o que você acha que eu queria?

- Me afastar do Gabriell. E conseguiu. Mas, afastou pra sempre.

- Bella, eu não queria que ele morresse. Assumo, eu queria te afastar dele mas, isso não.

- Não importa. Você acabou com a minha vida e isso eu nunca vou perdoar.

- Olha, eu sei que a culpa foi minha mas, por favor não faça eu me sentir mais culpada ainda.

- Vai embora, Vick.

- Tabom.

E então ela foi embora. Eu subi para o meu quarto e chorei muito.
Estava muito difícil aguentar. A única pessoa que me fazia feliz, que me entendia a única pessoa que me fazia ter vontade de viver era ele e eu não o tinha mais. A unica coisa que me restava era morrer.
Então peguei um canivete dentro de uma gaveta no escritório do meu pai e fui para o banheiro. Fiquei olhando para o espelho enquanto passava um filme em minha mente de todos os momentos bons que vivi. Peguei o canivete, olhei para o meu pulso esquerdo e quando eu ia pressionar o canivete em minha veia, ouvi a mesma voz doce de Gabriell dizendo:

- Não faça isso por favor.

Olhei para o espelho e vi o reflexo dele no espelho, comecei a chorar e falei:

- Gabriell?- Me virei e vi ele- Eu não entendo...

Sai do banheiro com as mãos sobre o rosto dizendo:

- Eu devo estar ficando louca. Ele morreu e eu preciso aceitar isso.

- Eu morri sim. Mas, você  não está louca. Eu não iria deixar você se matar por causa de mim.

Ele não estava de branco como muitas pessoas acham que os anjos tem que ser, ele usava uma blusa de manga comprida preta e uma calça moletom cinza, ele era o mesmo e mesmo não conseguindo acreditar muito em anjos, eu sentia que era ele mesmo estando morto.
Sentei na cama chorando muito e olhando para ele:

- Eu não aguento mais. Sinto sua falta todos os dias, todas as horas, o tempo todo.

- Eu sei. Mas, você não está sozinha. Eu to aqui.

Corri e o abracei. Era estranho mas, eu conseguia sentir- lo.

- Está tudo bem...

°°°

No outro dia quando acordei vi que ele não estava em meu quarto. Pensei que ele já estivesse ido embora. Mas, quando fui para o corredor que dava na escada, fiquei encostada no corrimão e quando olhei para o lado vi ele.

- Eu nunca vou te deixar, Bella.

Eu sorri com os olhos cheios d'agua.

- Vamos dar uma volta?

- Claro.

°°°

Fomos para o parque e sentamos em um gramado que ficava um pouco isolado:

- Por quê só eu posso te ver?

- Por quê eu vim por sua causa.

- E os seus pais?

- Eles tão sofrendo mas, tão tentando seguir em frente. Logo eles vão ficar bem.

- Entendi...

- Bella, não quero te ver assim. Eu quero te ver feliz.

- Eu nunca vou ser feliz.

- Vai sim, é só questão de tempo.

- Você vai embora?

- Talvez.

- Não me deixe por favor.

- Anabella, você não precisa de mim para ser feliz, você precisa entender isso.

- Claro que preciso. Como você acha que fiquei quando você morreu?

- E como você acha que eu fiquei? Tendo que deixar você sabendo que você iria sofrer muito. Tendo que deixar meus pais, meus amigos. Você acha que fiquei feliz de ter que me despedir das pessoas mais importante pra mim?

As lagrimas rolavam, eu não queria que ele fosse mas, sabia que ele precisava e eu sabia que eu estava sendo egoísta.

- Desculpa. Eu sei que você sofreu com isso. E eu também sei que preciso seguir em frente, e eu vou tentar.

- Você é uma pessoa maravilhosa. Meresse ser feliz. E você vai ser feliz.

Não falei mais nada só concordei balançando a cabeça.

- Bella, eu preciso ir. Mas, eu sempre vou estar com você. Eu te amo.

- Eu também te amo.

Ele me deu um beijo na testa e sumiu. Fiquei chorando por um momento e fui embora para casa.

Eu preferia acreditar que ele não havia me abandonado, que ele na verdade, não tinha virado um anjo e tinha ido me ver. Eu queria acreditar que eu estava ficando louca e que eu precisava seguir em frente.

°°°

Chegando em casa estava todos sentados na sala parecendo uma familia "Normal", eu não entendi mas, decidi ir ao meu quarto sem dizer uma palavra. Tomei um banho e depois deitei na cama mechendo no celular, entrei na caixa de mensagens e revi as minhas conversas com Gabriell, fiquei chorando enquanto olhava as lindas palavras que ele dizia e quando olhei as ultimas mensagens vi uma mensagem que eu disse que queria ver ele, e eu não tive resposta, pra falar a verdade eu nunca mais tive respostas dele, eu não ouvia mais sua voz, não sentia seu toque, eu ligava e só dava na caixa postal, eu não sentia mais seus beijos nem seu abraço, sabia que se eu fosse em sua casa, não iria o ver comendo uma laranja ou assistindo seus filmes favoritos, e isso me deixava cada vez mais triste.
Eu continuava mechendo em meu celular, quando ouvi a campanhia tocar. Eu nem ligava, estava mais ocupada com meus pensamentos. E então de repente ouvi uma voz de homem que não conhecia, uma voz que soava em meus ouvidos leve. Não, não era a voz do Gabriell, pra falar a verdade era a primeira vez que ouvi aquela voz. Minha mãe sempre disse que eu era curiosa. Bem... Acho que ela tinha um pouco de razão. Eu fiquei intrigada com aquela voz e decidi descer para ver quem era.
Quando cheguei na sala, meu pai parecia estar conversando com alguém, cheguei mais perto e vi que era um homem do cabelo castanho e olhos escuros, tinha uma barba feita e muito musculoso. Mas, nunca havia o visto na vida. Meu pai nos apresentou dizendo:

- Filha, esse é Stefen Luckers. Ele é filho de um amigo de infância, e vai morar com agente.

Ele se virou para ele

- Stefen, essa é minha filha mais velha, Anabella.

Ser humano ou AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora