Vida "normal"

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Arlequina comprou algumas roupas com o dinheiro que havia roubado, e se vestiu para ir ao encontro de Jerry. Ela ficou muito diferente, com cabelo em um coque alto, e um vestido de seda em um rosa pastel, calçou seu sapato de salto alto e fez uma maquiagem discreta. Ela se olhou no espelho do quarto do hotel que ela alugou pra passar a noite, estava caindo aos pedaços, além de alguns insetos nojentos como baratas e aranhas. Mas era o que tinha. E a mulher que ela via no espelho, se parecia com a mulher de antes, a mulher que ela era antes de conhecer Coringa, uma psicóloga determinada e disposta a fazer o bem, ajudar as pessoas com seus conflitos internos, salvar vidas. Mas de um modo estranho ela não gostava do que via. Sentia falta de seu Coringa o tempo todo, se perguntando se ele também pensava nela.
Ela já estava um pouco atrasada, então saiu e pegou um taxi para o local onde eles iriam se encontrar. Quando chegou encontrou Jerry perto de um restaurante chique à sua espera.

-Você está linda, Harley_disse ele pegando sua mão e beijando-a_depois do filme, que tal um jantar delicioso?

-Ah é, acho que vai ser legal.

  Jerry achou graça, Harley tinha um jeito meio moleca de ser e de falar apesar de estar parecendo uma mulher madura e comportada. Eles pagaram as entradas e foram assistir o filme. Era um romance meloso, beirando à insuportável, Arlequina quase dormiu em um das partes do filme. Ela queria sumir dali a cada diálogo dos mocinhos apaixonados

"Oh Raquel, Raquel...eu não tenho culpa de amar-te tanto, eu não tenho culpa se meu coração à pertence, não me deixes meu amor...ou eu morrerei com este sentimento que me consome a cada dia..."

  Era de chorar, mas não de emoção com certeza. Depois do fiasco que foi o filme, ela já nem queria saber mais do jantar, mas quando seu mr.J veio à sua mente, ela quis algo para se distrair. Mas ela já imaginava o que vinha pela frente. Eles se sentaram à  mesa que  Jerry havia reservado, Harley pediu uma salada e ele uma macarronada. Ela tentava fingir que se interessava pelos assuntos de Jerry.

  -Meu pai, é dono de uma empresa multinacional de sucesso, ele sempre quis que eu seguisse os passos dele, mas eu não queria ser um empresário, minha paixão é a medicina...ah você tem que conhecer a minha família, Elisabeth, minha irmã, se formou na Universidade de Harvard esse ano ela vai...

  O jantar finalmente tinha acabado, e Arlequina estava ansiosa para se ver livre de Jerry mas ele insistiu demais para que ela aceitasse sua carona, então ela passou alguns minutos a mais ouvindo seus assuntos chatos sobre negócios, política, medicina e em como iria ficar o tempo, até que eles chegaram no hotel e Arlequina agradeceu educadamente pela noite "agradável." Jerry deu pra ela o número de seu telefone e disse para ela ligar se precisasse de algo. Ela agradeceu de novo e entrou para o quarto do hotel, enquanto ouvia o carro de Jerry sair. Ela tomou um banho e se deitou, não coseguia dormir, Coringa vinha à sua mente o tempo todo. Ela começou a imaginar que ele estivesse ali com ela, imaginou ele a pegando com força como costumava fazer, seus beijos alucinantes, seu jeito de amá-la sem pudor, sem limites, sem certo ou errado. Isso a excitou, fazendo com que molhasse de tesão sua calcinha preta rendada. Ela levou a mão embaxo de seu shorts de dormir e tocou seu clitóris suavemente com os dedos, fazendo movimentos rápidos e contínuos, pensando o tempo todo em seu Coringa e imaginando que fosse ele lhe tocando. Depois que gozou pensado em seu mr.J ela adormeceu. Ela acordou com batidas fortes e a voz de um rapaz, ela se levandou correndo e atendeu. Era a um dos funcionários do hotel.

-Olha moça, a sehorita tem que sair agora, o quarto foi alugado só por uma noite, na verdade o seu prazo expirou já faz umas duas horas.

-Tudo bem, tudo bem. Já estou saíndo, só vou pegar minhas coisas_disse ela protegendo seus olhos ainda meio adormecidos da luz forte do sol.

   Arlequina saiu para rua e não tinha pra onde ir, seu orgulho não ia deixar que ela voltasse para o sanatório do Coringa. Ela teve uma ideia que não era das melhores, mas era o único jeito.
Ela foi até uma cabine telefônica e ligou para Jerry.

  -Alô? Jerry? Hmm...será que eu poderia passar uma noite aí na sua casa? As coisas...ficaram um pouco complicadas pra mim. O quê? Ah, sim! Vem me pegar daqui a pouco? Ok. Muito obrigada Jerry, nem sei como agradecer.

  Ela saiu da cabine e esperou por Jerry, que depois de alguns minutos chegou para buscar Arlequina. Ele a levou para casa, na verdade era uma mansão linda, com piscina e até um campo de golfe. E depois de uma semana morando com Jerry, ela quase não se reconhecia mais, vivendo ali naquele ambiente ela passou tambem algum tempo com a família dele, umas irmãs fofoqueiras, falando sobre a última moda em paris, as viagens ao exterior, os trabalhos voluntários para ajudar aos pobres, os homens sarados da academia. E para poder continuar ali até que se estabilizasse, ela tinha que aturar tudo isso, ouvindo e fingindo se interessar por aquele universo que não a pertencia. Fingindo ser a boa e recatada namorada de Jerry, como eles haviam combinado. Jerry sujaria seu nome "importante"  de bom moço se descobrissem que uma mulher desconhecida tinha ido morar com ele.

Insano AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora