Sozinha em Gotham

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Arlequina respirou aliviada quando se deu conta que tudo não passava de um sonho horrível. Quando ela escutou passos  vindo em direção à sua cela, era Coringa que tinha vindo para soltá-la.

-Sentiu minha falta?_disse ele com seu sorriso sinistro de sempre.
 
  Arlequina sentiu o corpo inteiro se arrepiar, afinal o seu pesadelo começava exatamente assim.

   -Por favor não complete a frase dizendo que é um bom momento para fazermos as pazes_disse ela já se levantando.

-Eu ainda não tinha pensado nisso, mas já que deu a idéia..._disse libertando Arlequina.

-A gente precisa conversar! Você...quer dizer...eu...eu preciso saber se você..._ela tentava se impor mas não conseguia, Coringa tinha um controle emocional muito grande sobre ela.

-Ah...mulheres!! Num momento querem "fazer as pazes" e no outro já querem descutir a relação. Quem entende??_disse ele colocando a mão no queixo fingindo estar pensativo.

  -Você não pode me tratar dessa maneira!!_ela finalmente conseguiu se expressar e começou a desabafar jogando tudo para fora_me colocar pra dormir com os cochorros, me mandar limpar sua bagunça, dizer que sou sua propriedade??!!! Quem você pensa que é???! Você não sente nada por mim, eu sou só um objeto pra você_e ela aproximou seu rosto no dele para olhá-lo nos olhos.

   Então Coringa segurou com força o queixo de Arlequina puxando-a para perto dele mais ainda.

  -Eu é que pergunto...quem você pensa que é para levantar a voz assim pra mim? Você está mesmo muito atrevida, talvez eu deva colocar um pouco de juízo nessa sua cabeça oca_disse ele pela primeira vez muito sério.

  Quando Coringa disse essas palavras, Arlequina se lembrou imediatamente de seu pesadelo, e ela perdeu o foco por alguns instantes, sem saber o que dizer, ou como agir.

-Eu...eu...me perdoe pudinzinho, eu tenho que ir, eu não posso mais ficar aqui com você...eu...

    Antes de terminar ela correu para a saída, Coringa foi atrás dela mas desistiu assim que chegou na porta permitindo que ela fosse embora.

  -É isso mesmo, pode ir, vá
embora! Mas saiba que eu vou ficar com as crianças!_disse ele se referindo aos cães de Arlequina. Ele não tinha limites para debochar e fazer piadas.

  Arlerquina saiu sem rumo pelas ruas de Ghotam City, apenas com a roupa do corpo, a sua característica vestimenta nada discreta, com as cores preto e vermelho em um tecido bem colado que realçava suas curvas, o cabelo loiro preso em um ponytail duplo, dando à ela um ar meio infantil. Na verdade Arlequina tinha um jeito e aparência doce de menina que nem faria alguém imaginar que  ela era capaz de matar e cometer crimes bárbaros, mas apesar disso tudo ela ainda trazia consigo uma certa ingenuidade, como por exemplo acreditar que Coringa à amava, e ela se achava uma idiota por amar tanto alguém que não à correspondia com ela merece. Ela estava com fome, nem teve tempo de tomar café,  então ela assaltou uma lanchonete e roubou alguns hambúrgueres, batatas fritas e refrigerante, e claro, o dinheirinho do caixa também, rendendo alguns funcionários e tocando terror com sua arma. A polícia foi chamada e ela teve que correr para longe em algum lugar afastado. Ela encontrou um lugar distante da cidade e parou em baixo de uma ponte deserta para descansar. Enquanto comia suas batatas fritas, ela notou que não estava sozinha. Logo à frente havia um homem, vestido com roupas sociais, um suéter verde e sapatos bem engraxados, cabelo arrumadinho...apesar de não fazer o tipo de Arlequina, ele era muito bonito. Parecia estar procurando por alguém chamando pelo nome "Alice". Depois de procurar um pouco sem sucesso, ele se aproximou de Arlequina.

  -Oi, eu sou Jerry. Por acaso você não viu uma cadelinha passar par aqui?

-Olá, Jerry, tudo bem? Pode me chamar de Harley. eu sinto muito mas não vi nada passar por aqui a um bom tempo_disse ela dando um gole em seu refri_você aceita?

-Ah! Não não, obrigado. Na verdade estou preocupado com Alice. Ela se soltou da coleira e fugiu pra cá. Você trabalha no circo?_perguntou sem maldade, é que as roupas de Arlequina remetia à isso.

  -Não bobinho_disse soltando uma gargalhada_eu nunca trabalhei em um circo, mas sabe, eu já vivi com um palhaço. É uma pena que sua cachorrinha tenha sumido. Eu adoro cães.

   Arlequina já tinha ficado entediada com aquele papo, então ela se levantou e estendeu a mão para se despedir de Jerry e ir embora, mas ele continuou.

  -Sabe...tem a estréia de um filme bem legal no cinema mas eu não estou a fim de ir sozinho,
você gostaria de ir comigo? Acho que com certeza será mais divertido do que passar o dia sozinha embaixo de uma ponte.

   -Ah...tudo bem...eu acho_disse ela com medo de se arrepender depois.

Insano AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora