Encontro

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Alejandro Cabello - Alberto Castillo
Michael Jauregui - Ted Jensen

...

Você já parou para pensar em quantas vezes você foi feliz verdadeiramente? Mas felicidade de verdade, aquela que faz o seu coração ficar quentinho, Sophie pensava nisso, em quantas vezes ela esteve nesse estado de êxtase, e ela não se lembrava de nenhum. Era difícil ser feliz com tantos pedaços soltos em sua vida, afinal ela era uma pessoa "incompleta" consigo mesma. A morte de Alberto foi apenas mais um dos motivos para ela sentir-se quebrada, amava o pai de uma forma totalmente intensa. Existia uma amizade que ela julgava a melhor de todas. Era fácil falar com ele.

-Já rodamos a sessão de shampoo toda e você ainda não me disse o porquê de comprar dois shampoos ao invés de um condicionador, Soph- ela riu nervosamente, seu plano de contar ao seu pai sobre sua sexualidade parecia mais fácil na cabeça dela - Filha?

-Eu só.. - pensou por um momento e respirou fundo, era o seu pai ali, seu amigo de todas as horas - Eu só não acho que eu preciso de um condicionador e não há nada demais em comprar um outro shampoo, certo? Quer dizer, as pessoas são cheias de formalidades idiotas e eu não quero ter que seguir isso. Quero poder escolher se eu quero o maldito condicionador.

Alberto parou analisando a filha. Um pai sempre sabe internamente como um filho é, e ele sabia, Sophie tinha medos e ele não queria isso. Ele a amava independente da escolha dela.

-Ok, em que momento paramos de falar sobre shampoo? Estou confuso - olhou para a filha que mordia o lábio nervosa - Você sabe que pode confiar em mim, certo?

-Eu sei disso, pai. - abaixou a cabeça envergonhada - Eu sou diferente.

-Claro que é, ninguém é igual a ninguém, filha. E está tudo bem. - ela negou.

-Não! - ela estava quase em colapso, não era para ser tão difícil assim - Eu acho que e-eu sou.. gay - sussurrou a última parte e ele franziu o cenho.

-Você acha? - ela assentiu nervosa sobre se abrir - E por que acha isso?

-Garotas - ele arregalou os olhos, era a sua garotinha ali e isso era ainda estranho, não o fato de ser garotas, e sim por saber que a sua filha estava crescendo e se interessando romanticamente por alguém - Digo, eu reparo nelas, mais do que eu deveria. É inevitável.

-Bom - voltou a andar empurrando o carrinho para o caixa - Eu acho que já sabia - deu os ombros - Que você não gostava muito de condicionadores.

Sophie riu olhando o pai, ele era incrível em absolutamente tudo. E ela amava a companhia dele, toda a sua compreensão, sairá totalmente a plenitude do pai.

-E você está bem com isso? - perguntou sinceramente, ela precisava que ele estivesse.

-Você está? Por que eu estou se você estiver, você é linda filha, uma pessoa linda e eu não quero que você sofra por achar que é anormal, porque não há regras para o amor - sorriu - Eu não ligo de ser um garoto ou uma garota, eu só quero que essa pessoa tenha a certeza que eu sei usar muito bem minha arma de caça caso você saia magoada!

-Pai - ela disse alto e brava - Você não tem uma arma de caça, você nem sequer atiraria em um animal que atacasse você.

-Estou pensando seriamente em comprar uma por garantia, não quero nenhuma garota machucando a minha princesa - a moça do caixa olhou assustada para eles - Eu te amo, seja você quem for e quem você ame.

-Você é o melhor pai do mundo - abraçou o pai de lado enquanto a caixa passava as mercadorias - Mas você já sabe disso, não é? - ele faz uma cara de orgulho próprio e ela riu - A mamãe, ela, eu não sei como falar com ela, ela vai surtar e gritar comigo.. - Alberto pagou as compras e eles saíram em direção ao estacionamento - Estou com medo.

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