Almas quebradas

5.9K 388 40
                                    

Sinu Cabello - Cordélia Castillo
Clara Jauregui - Susan Jensen
Taylor Jauregui - Olivia Jensen

...

O grande problema em pensar demais é que isso se torna um hábito, e com o tempo vamos pensando meticulosamente até nas mínimas coisas. Alycia era a prova viva disso, foi uma longa noite pensando em Sophie e em tudo que aconteceu no último mês. Quando os primeiros raios de sol adentraram a janela iluminando a parede do quarto ela desistiu de dormir, era cedo, não passava das seis e meia, levantou-se e colocou sua típica roupa de corrida saindo em seguida com uma maçã em mãos, todos ainda dormiam e ela agradeceu por isso, sua cara não estava nada boa. Seu consolo era ser sábado. Ela odiaria ter que encarar Sophie depois daquele beijo.

Na verdade ela estava com medo, medo de todos os sentimentos que entraram forçados em seu peito, ela nunca havia se apaixonado, mas temia que essa fosse a sensação. Riu de si mesma, como poderia se apaixonar em um dia!? Talvez essa fosse a grande questão, não era apenas um dia, mas sim dias observando a latina de longe, e se convencia de que estava fazendo isso por curiosidade e nada mais.

O caminho até o parque era curto, cerca de 5 minutos correndo estava entrando em frente ao lago, ela adorava aquele lugar, perderá as contas de quantas vezes esteve ali, de quantas coisas pintou sobre aquele lugar e quantas fotos tirou. Sim, ela amava as fotografias tanto quanto os desenhos. Andou calmamente até o banco que costumava sentar-se, o mesmo que pintou com a garota que se parecia com Sophie. Sophie, ah, ela realmente não conseguia esquecer a latina. Era um fato.

Ficou perdida em pensamentos que nem sequer se deu conta do tempo que estava ali. Precisava voltar para casa e assim o fez.

-Você poderia ter feito tudo diferente, Sophie. Mas você não fez, qual a novidade nisso?

Ela dizia a si mesma em frente ao espelho pela manhã de sábado, estava sonolenta ainda, mas pôde ouvir vozes no andar de baixo, isso chamou a sua atenção. Levantou e espiou pela janela enquanto via uma cabeleira loira andar até o carro estacionado em frente sua casa, ela conhecia aquela pessoa. Bethany. Instantâneamente seu sangue gelou. O que ela fazia ali?

Desceu as escadas cautelosamente esperando não ser nada demais, mas quando viu sua mãe parada olhando nostálgica para um retrato delas com o pai de Sophie. Ela soube, nada estava bem.

-Mamá? - a mulher não se virou, apenas suspirou - Quem era na porta?

-Sua amiga! - disse simplesmente - Bethany. - Sophie esperou os gritos que não vieram. Isso a fez ficar confusa - Vocês sempre foram muito ligados, não é!?

Ela acariciava a foto de maneira quase dolorosa. Sophie aproximou-se.

-Sinto falta dele - disse contendo as lágrimas, ela era uma chorona - Todos os dias.

-Devia ter sido eu.. - sua mãe disse simplesmente e Sophie franziu o cenho - No acidente, devia ser eu e não ele. Ele saberia entender você de uma forma que eu não sei. - ela tentou interromper, mas a mãe a deteve - Apenas escute, eu sei o que você sente. Mas eu não posso concordar com isso. Não posso, Soph.

Sophie já esperava todo o discurso sobre como era errado gostar de uma garota.

-Mãe, eu só quero ser eu mesma, pelo menos uma vez!

-Eu tenho medo, filha. - virou-se com uma expressão dolorosa e sentou-se no sofá - Você não entende. O mundo não está preparado para isso. As pessoas são maldosas. Eu não quero a minha filha machucada! - chorou - Sua amiga - riu em escárnio - Sabe o que ela veio fazer aqui?

-Provavelmente algo para me deixar encrencada!? - tentou ser uma piadista, nunca soube lidar com a sua mãe antes e não sabia agora.

-Ela veio me contar como você defendeu uma garota na festa ontem, sobre o seu discurso de amor, disse que você está sendo influenciada por uma tal de Alycia, uma garota que gosta de garotas. O que tem a me dizer sobre isso?

Encontros!Onde histórias criam vida. Descubra agora