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- Mas Professor como vamos saber quem vai ganhar se não temos urna eletrônica? – perguntou Paulinha balançando os seus cachinhos.
- Não precisamos de urna eletrônica. Vamos fazer à moda antiga e nós mesmos vamos fabricar a nossa urna. Cada um de vocês vão escrever em um papel o nome da pessoa que querem que os representem no Conselho da Escola e vão colocar na urna. Depois nós vamos contar todos os votos e saber quem ganhou – explicou o Professor Jerônimo para a turma.
- Professor, vamos fazer campanha, né?! – falou Benjamin como candidato olhando para Paulinha.
- Isso mesmo, Professor! Nós temos que dizer o que iremos fazer - completou Tiago.
- Vão para o recreio. Depois escutamos cada um de vocês – disse o Professor Jerônimo liberando toda a turma que saiu apressadamente para o pátio da escola.
- Paulinha! Paulinha! O que você vai dizer? Eu vou votar em você. – Angelina correu para contar a Paulinha sobre o seu voto, curiosa sobre o que a amiga iria dizer.
- Psiuuu, Angelina! A gente não pode falar assim...em quem vai votar, não. Mas, obrigada. – Paulinha parou surpresa com o que via a sua frente: Benjamin discursando para todos os coleguinhas da turma.
- Vou aumentar o recreio para duas horas. Vou pagar o lanche de todos que votarem em mim. – Benjamin gritava para os seus colegas de turma.
- Isso não pode. Não pode! – Paulinha correu para falar com Benjamin.
– Benjamim, você está fazendo errado. Não pode pagar o lanche para as pessoas votarem em você.
- Como assim, não pode? Como eu vou ganhar? Quem votar em mim precisa ganhar alguma coisa também? Eu não sou bobo. Vou ser o representante da turma, você vai ver.
Benjamin se voltou para os colegas e começou a perguntar o que cada um mais gostava de comer no recreio. Ele queria fazer os cálculos, dizia, sem nem ao menos se preocupar em conseguir cumprir o que tinha prometido. Ao voltar para a sala de aula, toda a turma se aplicou em fazer a urna com o papelão que o Professor Jerônimo tinha providenciado. Os candidatos falaram para toda a sala o que poderiam fazer como representantes. Paulinha, primeiro:
- Eu posso representar a classe se vocês me escolherem. Vou levar para o Conselho todas as nossas preocupações, as nossas sugestões e tudo o que queremos. Mas, primeiro vou conversar com vocês antes de levar para o Conselho.
- Vocês já sabem o que eu prometi. Tudo que eu falei no recreio, eu vou cumprir – disse Benjamin já tendo como certo que iria ganhar as eleições.
- Eu sou Tiago! Eu gosto de jogar bola, tomar sorvete e comer chocolate. Todo o dia no recreio, vou chamar vocês para jogarem no meu time de futebol .
- Eu não gosto de jogar futebol, prefiro brincar de pular corda – disse Soraia.
- Soaria, eu não vou chamar você, eu sei que você não gosta de futebol, então não vai brincar comigo e, além do mais, você também é candidata – disse Tiago olhando para o Professor Jerônimo.
- Ok! Todos vocês já se apresentaram e o mais importante disseram o que pretendem fazer como representante desta turma no Conselho da Escola.
No segundo dia, Benjamin distribuia biscoitos para os seus colegas, Tiago organizava o time de futebol e Soraia batia corda chamando quem não queria jogar bola. Já Paulinha. Bem, Paulinha resolveu fazer campanha. Conversou com cada criança de sua turma. Ela dizia que queria ouvir as pessoas para saber qual era a sugestão para melhorar a escola.No dia das eleições, as crianças fizeram uma longa fila dentro da sala de aula e cada uma marcava no papelzinho o nome escolhido, Tiago, Soraia, Paulinha ou Benjamin; e depositava na urna.
Todas as 23 crianças da turma votaram, Paulinha teve 15 votos, Soraia, 2, Tiago, 5 e Benjamin, 01 voto.
- Não acredito que ninguém votou em mim. Seus traíras! Não brinco mais com nenhum de vocês, não divido o meu lanche e duvido que a Paulinha vai conseguir recreio durante duas horas.
- Eu votei na Paulinha também. O Benjamin falou que eu não poderia votar em mim mesmo –argumentou Tiago.
- Isso não é verdade, não é Professor Jerônimo? – perguntou Paulinha.
Só então o Professor Jerônimo entendeu o que estava acontecendo. O porquê da turma estar tão inquieta com as eleições.
- É verdade Paulinha. Quem está se candidatando pode votar em si mesmo. Parabéns, Paulinha! Você é a representante da turma e o Tiago, o vice. Espero que vocês façam um bom trabalho.
- Obrigada, Professor! Obrigada, turma! – agradeceu Paulinha.
- Espero não ter que parar de jogar bola no recreio. Ser representante deve dar muito trabalho. Mesmo assim, obrigado por quem votou em mim. – disse Tiago.
A turma toda gostou das eleições. Até as crianças que perderam e Paulinha ficou muito motivada para outras eleições.
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Short StoryContos para crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Contos para autoleitura e leitura acompanhada. Contos para dar asas à imaginação.