Harry Pov.
O caminho no carro foi muito silencioso, Marcel que costumava falar muito ficou quieto o caminho inteiro, ás vezes soltando alguns suspiros. Decidi que era melhor deixar ele pensar um pouco sobre tudo, mas quando chegássemos em casa, eu faria de tudo para fazê-lo esquecer disso.
Quando chegamos em casa, tirei a mala de Marcel do carro e coloquei em cima do sofá, ele vinha logo atrás ainda calado .
Peguei ele no colo, começando a girar com ele bem rapidamente, enquanto ele soltava várias gargalhadas, já esquecendo o que tanto o preocupava.
Quando coloquei ele no chão, perguntei:
-Então, o que vai querer fazer primeiro
Ele olhou em volta meio em dúvida
-Ahm, cadê a Mel?
A Mel é a minha cachorrinha, ela é bem pequenina. Ela é muito fofinha, ela sempre está escorregando pelos cantos por não ter muito controle com as perninhas ainda hahah...
-Não sei, deixa eu chamar ela.. MEEL,MEEL
Não demorou muito para escutarmos passinhos rapidonhos pela casa, eu só vi uma bolinha de pelos correndo e se jogando em cima de Marcel fazendo com que ele caísse. Ela começou a lamber o rosto dele, enquanto ele não parava de rir um segundo, até que ele sentou e começou a fazer carinho nela.
-Marcel- disse chamando sua atenção- Eu vou fazer alguma coisa para comermos, enquanto isso você pode ficar brincando com Mel que eu tenho certeza que estava morrendo de saudades- disse sorrindo enquanto lhe mandava uma piscadinha.
Fui para a cozinha e eu não tinha idéia do que fazer.. Lembrei que a Demi já tinha feito um doce do Brasil que ela adora, um tal de brigadeiro, então resolvi fazer isso mesmo. Pesquisei a receita pelo meu celular e fui ver se eu tinha todos os ingredientes, certo eu tenho tudo.
E enquanto eu seguia todos os passos da receita, não pude deixar de pensar na Demi e em seus olhos cheios de tristeza quando sai de lá... Apesar de tudo, eu sei que ela estava certa, se não fosse eu na porta e fosse alguém perigoso? E eu realmente sempre deixo esse tipo de coisa passar, porque eu normalmente deixo para a Demi dar as broncas...
Normalmente Marcel não me desrespeita, acho que seja porque ele não me vê sempre e quando me vê, não quer passar o tempo levando bronca. Agora eu percebo, para a Demi é muito mais difícil, ela que tem que dar as broncas, agüentar as birras, cuidar dele quando esta doente, levar em consultas médicas... Mas eu sei que apesar de tudo, ela ama fazer isso, ama ele com todo o coração e que eu estou perdendo muito coisa da vida dele, o que eu detesto...
Depois que terminei de fazer o brigadeiro, peguei duas colheres e fui para a sala
-Pronto Marcel, vai lavar a mão
Ele foi correndo pro banheiro e logo estava de volta.
Começamos a comer enquanto assistíamos o Rei Leão. Quando acabamos, eu reparei que Marcel estava dormindo com a cabeça em cima da barriga de Mel, o que era uma cena bem esquisita e engraçada, então eu acabei por tirar uma foto.
Foi quando eu reparei que já era 21:30, peguei Marcel no colo e levei ele para o seu quarto, deitei ele e dei um beijo na sua testa antes de sair e fechar a porta.
Fui para o meu quarto, tomei um banho bem quente e fui me deitar, pensei um pouco na vida antes de finalmente cair na inconsciência.
.....
Acordei com alguns gritos e choramingos vindos do quarto de Marcel. Levantei correndo da minha cama, sem nem pensar direito e fui para lá.
Marcel estava deitado em sua cama se debatendo em um possível pesadelo, enquanto chorava e gritava "NÃO". Me aproximei e comecei a sacudi-lo não muito forte
-Marcel, campeão? - Falei em um sussurro em seu ouvido. Ele abriu os olhinhos ainda cheios de lágrima e levantou os braços para mim
-Papa
Peguei ele no colo e me sentei com ele em sua cama, coloquei ele no meu peito e fiquei fazendo carinho em sua cabeça enquanto dizia palavras de conforto. Após alguns minutos, seu chorar parou completamente e ele parecia mais calmo.
-Então campeão, quer me contar sobre o seu pesadelo?
Ele somente sacudiu sua cabeça em sinal de negação e eu suspirei cansado. Dei um beijo em sua cabeça e o coloquei na cama.
-Eu vou deitar campeão, boa noite.
Quando já estava levantando da cama, senti uma mãozinha nas minhas costas e me virei para encontrar aqueles olhos verdes arregalados
-Posso dormir com você papa?
Naquele horário e com aquela carinha, não tinha como recusar esse pedido, então eu peguei ele no colo e fui para o meu quarto. Nos aconcheguei na cama, com ele apoiado em mim e novamente cai na inconsciência.

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Give Me Love
RomancePor uma traição tudo acabou, com exceção de uma coisa, uma pessoa, o fruto do nosso amor. Graças à Marcel, nosso filho, ainda mantemos contato. O problema? Ele é um irresponsável, mas é um irresponsável que eu ainda amo ...