The Bad Boy is my half brother

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  "Vamos Aubrey, não é um monstro de sete cabeças" Harry volta a dizer.

  "Mas é um monstro de duas rodas" eu digo e ele revira os olhos.

  Bem, logo hoje o idiota do Harry resolveu tirar a sua moto da garagem, de acordo com ele chegar no lugar onde vamos com a van rosa do meu pai seria um suicídio, ou seja, seria vergonhoso demais para o ego orgulhoso dele. É exatamente por isso que estamos parados a mais de quinze minutos em frente a entrada de casa. 

  "Eu me recuso a subir em cima desse treco" digo novamente afundando a sola da bota nas pequenas pedrinhas no quintal.

  Harry suspira e abaixa o braço que estendia o capacete para mim. 

  "Primeiro, isso não é um treco, isso é uma moto" ele faz uma pausa suspirando "Segundo, para de criancice e sobe nessa porra logo"

  Droga, eu sei que estou agindo como uma criança, mas vai que eu subo nesse treco, caio e morro? E aí? 

  "Bruto" 

  Arranco o capacete de suas mãos e vejo ele reprimir um sorriso enquanto eu tento - inutilmente - enfiar o capacete na minha cabeça.

  "Deixa que eu te ajudo" ele diz. Harry pousa as mãos gentilmente em cima das minhas e encaixa o capacete em mim "Agora você sobe e segura em mim, difícil não?" ele diz irônico e eu estou pronta para meter um soco nessas lindas esmeraldas dele.

  Passo a perna esquerda por cima da moto e sento no assento de couro, eu nem sei como a calça apertada dele não rasga depois de todo esse sufoco, Harry ri do meu corpo tenso e passa meus braços envolta de seu tronco. Ele liga a moto e eu aperto minhas mãos. Uh, eu posso sentir seu corpo parcialmente musculoso. Morri.

  "Ei, Ei, não precisa abrir um buraco na minha barriga" ele brinca e eu fecho os olhos quando vejo a moto pegar velocidade na estrada de pedras. 

  "Desculpa" sussurro afundando meu rosto em seu casaco e sinto o cheiro acolhedor. Eu nunca admitiria isso em voz alta, mas eu me senti aliviada assim que abri a porta vulgar do quarto dele e vi a cama familiar, os retratos familiares, as roupas e o cheiro familiar. Eu me senti em casa e então percebi uma coisa, eu quero mesmo que a reforma no meu novo quarto dure um pouco mais, porque o quarto do Harry já é tão meu quanto é dele. Estranho, eu sei.

  Eu sinto o vento chicotear meus cabelos e aperto inconscientemente meus braços envolta do Harry, fazendo assim a risada rouca dele ecoar por cada canto da trilha.

  Posso me acostumar com isso.

                                                                              *

  Sabe quando a gente quer voltar no tempo e refazer as besteiras que fizemos ou falamos? 

  Eu quero fazer exatamente isso agora. Se eu achava que subir naquele treco já era demais, eu estava muito enganada. Onde merda eu vim parar?

  "O que estamos fazendo aqui?" perguntei passando o capacete para o Harry que insiste em deixar a moto nesse beco vazio.

  Não tem exatamente nada nesse lugar, tipo, nada mesmo, nem casas, centros comerciais ou humanos (extra-terrestres quem sabe) nesse fim de mundo. Aqui é definitivamente o lugar onde Judas perdeu as roupas e as botas.

  Harry enlaça sua mão na minha e eu sinto o formigamento e o calor se espalhando pelo meu braço. Ele olha para mim e depois começa a andar e sussurrar.

  "Você já vai ver docinho"

  "Docinho? Que merda é essa?" pergunto e ele revira os olhos.

The bad boy is my half brotherOnde histórias criam vida. Descubra agora