ep 2 / outono

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Eu nunca havia visto o sol brilhar de tal maneira como observei está manhã. Aproveitei que minha mãe ainda estava em viagem e dediquei meu dia inteiro para a praia de New jersey.

  Mas se eu tivesse ficado em casa para arrumar a casa eu não teria sido furtada no momento em que eu estava pegando um bronze, vulgo sol.  Levaram cinquenta dólares meus, mas não fiz questão de ir à uma delegacia. 

"A senhora precisa de alguma ajuda ?" – O rapaz do quiosque da praia me perguntou, após assistir o pequeno furto.

"Não foi nada, mas agradeço!" – Sorri sem ânimo, a juntar minha bolsa.

Assim que pus minha bolsa em mãos, começou a ventar e cair alguns pingos d'água em meu rosto, parecia que o mundo estava contra mim hoje, mas isso não me abalou tanto, eu não era alguém pessimista.

Para melhorar as coisas meu dinheiro de volta havia sido furtado, e para o mundo isso não era suficiente, até que a chuva começou a apertar mais ainda, se tornando em trovões e ventos de se congelar, eu odiava o outono.

"Tudo bem, nada vai me abalar, a não ser que isso não seja ainda suficiente e sei lá, alguém derrubar um sorvete em cima de mim e me dar uma rasteira.." – Disse irônica ao andar apressadamente pela chuva.

"Charlies sempre me falava sobre levar um guarda-chuva, Céus como ele faz falta em algumas horas." – Rolei os olhos – "Nem sinal eu tenho." – Encarei meu celular em mãos.

"Eu posso emprestar o meu, se quiser, é claro." – Um rapaz disse ao me encarar molhada, ele continuou encostado no batente do enorme prédio espelhado. – "Toma.." – Ele me entregou seu celular.

"Obrigada." – Tossi levemente, provavelmente ficaria resfriada estando de biquini no meio da chuva – "Droga, Charlies sempre desliga esse celular." – Disse a mim mesma após tentar ligar para meu ex namorado.

"Olha, se você quiser eu até posso te dar uma carona." – Ele sacudiu os ombros mas eu recusei, o agradecendo. "Nada!" – Ele acenou.

Continuei a caminhar para minha casa, parecia que estava cada vez mais longe e a chuva fazia questão de aumentar cada passo meu, o que estava a me fazer desistir de correr.

Após eu consegui tomar meu banho fresco e me aquecer, decidi ir até a cafeteria mais próxima e ler algum de meus romances favoritos, era uma das coisas que eu gostava de fazer, ir ao Luks no final de semana, tomar algo e ler algum dos milhares livros que tinham na cafeteria.

"Veio ler Os Contos de Jessie ?!" – Louis brincou ao me ver encarando as opções de café no painel atrás dele no caixa.

"Dessa vez não, vou querer somente um café e vou pegar esse aqui!" – Disse ao mostrar um livro de guerra nas galáxias, O amor de Ana. –" Fica com o troco." – Sorri.

Sentei-me na mesa próxima à entrada, era meu lugar favorito, eu podia observar o tempo lá fora e apreciar meus livros. Era o que eu gostava de fazer quando não tinha tarefas..

"Que internet ruim." – Um rapaz á minha frente resmungou em tom baixo, mas ainda sim pude observar ele brigar com o celular na mesa. Parecia irritado, com pressa e parecia que iria explodir por causa do aparelho. – "Merda.." – Ele suspirou.

Eu pertencia a esse lugar assim como Louis, que trabalha aqui fazem dois anos, a diferença é que eu nunca havia trabalhado, mas peguei amizade com as pessoas daqui, eu vinha aqui quase toda semana. E eu poderia muito bem ajudar o rapaz do terno escuro, ele parecia estar trabalhando, pois estava extremamente concentrado.

"A melhor internet é a que tem senha.." – Disse ao me aproximar do rapaz, que tratou de me encarar. – "A senha é essa daqui.." – O entreguei um papel com a senha da internet.

Dei-lhe as costas assim que meu celular começou a apitar, eu estava atrasada para o pequeno jantar que teríamos hoje, lá em casa, iríamos receber meu primo e minhas tias. E é claro que seria eu a recebe-los com a comida, pois minha mãe estava atrasada no trabalho.

Enquanto eu terminava de subir o zíper no vestido, encarei a foto de meu pai na guerra, ele havia sido executado quando estava enfrentando uma guerra na Inglaterra, e segundo a minha mãe isso foi um grande trauma para nós duas, pois a última vez que eu o vi, eu tinha apenas dez anos, mas eu discordo. Meu pai lutou por pessoas, ele lutou por nós, para nos proteger, e por isso vou acreditar que ele ainda é um grande soldado.

"Tia Carmen!" – Sorri empolgada, apesar de eu não ver meus parentes á tempos, eu ainda gostava deles. – "Tia Nathy!" – A abracei apertado. – "Manuel ?!" – Disse ao encarar um rapaz alto, branco e desnorteado. – "Que saudade!" – Sorri, apertando seu rosto.

"Eu já tenho dezesseis anos, tá bom ?!" – Ele brincou. Manuel havia assumido sua homosexualidade á anos atrás, e isso o fez ser totalmente ele, o que eu apoiava, era meu primo favorito. – "Já podemos ir para as boates de New Jersey ?! Ainda bem que foi embora da Inglaterra, aquilo lá não tem nenhuma festa boa." – O branquelo rolou os olhos, fazendo sua mãe, Nathalya rir.

"Sinto poucas saudades da Inglaterra! Aqui em New Jersey tem tudo o que você precisa.. Exceto empregos, estou procurando um local para mim e nada para iniciantes!" – Reclamei, me sentando na cadeira ao lado de minha Tia Carmem.

"Querida, Manuel tem um amigo daqui, talvez esse amigo possa te ajudar em emprego, ele tem um trampo, não é Manuel ?!" – Sua mãe o encarou sorridente, se servindo de macarrão.

"Sim! Era pra ser surpresa, mas então.." – Manuel me encarou sorridente – "Sua mãe me contou, e então eu contei para meu amigo daqui, e ele disse que trabalha com o irmão dele que pode te dar essa chance! Seria uma entrevista de emprego, mas aposto que consegue!" – Todos se empolgaram. – "O irmão dele é dono da empresa, então ele iria ver se és aprovada para a empresa ou não!" – Sorriu.

Após passarmos a noite inteira a falar sobre passeios que minha mãe faria com minhas tias aqui em New Jersey, e Manuel dizendo que teria que aproveitar os dias dele aqui em boates, e me alertou que eu iria junto, mas logo escapei dele, eu não era de boates.  E eu ainda teria que descansar cedo, amanhã eu tenho uma entrevista de emprego á tarde..

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