Eu não sabia mais o que era cor, eu só via preto e cinza. A luz do "quarto" era monitorada, sempre no mesmo horário da noite ela apagava. Apesar dos problemas com minha mãe, eu sinto tanto sua falta... Era difícil acreditar que isso estava mesmo acontecendo, eu não sabia se a dor que eu sentia passaria em algum momento.Eu emagreci, muito. Não comia como deveria e muito menos bebia, depois do dia em que eu derramei água, eu só podia beber quando o seqüestrador vinha até o quarto. Ele me assustava sempre.
— Aqui está sua comida e sua água. — Evangeline o fitava com pavor. Enquando ele se acomodava em uma cadeira próximo a porta. O mal cheiro da garota já pairava, afinal desde seu desaparecimento a mesma não tomava banho.
— Eu preciso de um banho. — Disse olhando para o homem em sua frente.
— E eu preciso de dinheiro.
— Por favor, olha eu não vou fugir ou tentar algo, mas eu me estou com um péssimo cheiro. Se por favor me levar pra tomar banho ou ao menos trazer água para que eu possa me lavar... — Ele foi até ela e alisou seu rosto, olhando o hematoma deixado eu seu rosto.
No mesmo dia o mesmo trouxe dois baldes com água e disse que traria todas as noites dois baldes, para que ela pudesse fazer sua higiene. Parecia bondade, mas não se sabia o que se passava na mente psicopática daquele homem. Por noites Evangeline foi obrigada a ficar junto aquele homem, por mais sinistro que fosse tudo aquilo ele era alguém doente e precisava de atenção e afeto.
Com passar dos meses, já era de costume ele passar mais horas que o normal com Eva. Certa noite ele levou um pequeno rádio antigo e cantarolava algumas músicas. Evangeline já não tinha tanto medo como antes, apesar de suas agressões, ela sabia como lidar com seu sequestrador.
Ele atendia alguns de seus pedidos, e lhe trazia comidas diferentes.
— Por que eu estou aqui? Por que me sequestrou?
— Você não entenderia, ninguém entenderia.
— Você parece alguém muito influenciável, isso não é bom, você tem família? — Evangeline queria tirar algo do mesmo para saber quem ele era.
— Cala à maldita boca, acha que sou burro ao ponto de te contar sobre minha vida? Eu sei o que está tentando fazer, e gracinha... Não vai colar. — Eva se recostou novamente na parede.
Ela só não entendia o por quê ainda não à encontraram, tinha a sensação de que não estava longe de casa.
*******Já se faziam três meses e nada acontecia, depois do segundo mês parece que o caso foi pra a caixa e ninguém queria mais tirar.
Era uma pena, mas era como se nem mesmo seu tio se importasse com o seu sumisso.— Bom dia, estou procurando o Detetive Paul. — a moça da recepção lhe indicou o caminho.
— Pois não? — Disse o detetive.
— Desculpe, meu nome é Débora, eu sou uma das amigas da jovem desaparecida, Evangeline Ohai. — Paul a olhava seriamente e logo viu que a moça estava interessada.
— Não tenho tempo pra isso moça, estou muito ocupado com vários outros casos em mesa, e não tenho e não gosto de ajuda.
— Então deve ser por isso que nunca resolve nenhum. Você tem que encontra-la, isso é o certo, então por que não levanta dessa cadeira e resolve algo? Soube que ela é sua sobrinha. Qual o seu problema? Essa autoridade toda para se exibir pra seus amigos que resolvem de dois a três casos por dia. Quer saber como eu sei disso? Senhor eu sou uma quase jornalista formada, então faz o seu trabalho. Ou eu mesmo tento descobrir o que aconteceu. E pode ter certeza que tratarei para que todos saibam que uma estudante te venceu nessa. Passar bem! — A jovem moça saiu sem esperar a resposta do Detetive Paul. Ela o calou literamente. Ele por sua vez buscou tratar com o responsável pelos arquivos recente para que o trouxessem o registro do desaparecimento.
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O DESAPARECIMENTO DE EVANGELINE
Mystery / ThrillerMeu nome é Evangeline Ohai Duarte, e eu estou desaparecida. Meu caso? Fechado! Buscas? Totalmente paradas, as pessoas desistiram de me encontrar. Sinto com se já estivesse morta, e esquecida na escuridão de algum lugar na imensidão do universo. Mas...