Presa Ao Contrato - L1 da Série Smith

capítulo 41 : O Grande E Irresponsável Homem Que É

Megan Narrando...

- onde estava? - pergunto ao ver Matthew passar pela porta principal, parece abatido. Matthew passa por mim e sobe às escadas em silêncio - MATTHEW! - grito, ele para porém não me olha - o que houve?

- hipócrita! - xinga ainda de costas, o deixo ir

Não consigo entender o porquê do comportamento do Matthew, teria escutado minha última conversa ao telefone? estaria magoado comigo por algum comportamento?... odeio nossa falta de diálogo, só tem efeito em nos separar e complicar tudo. Preciso perguntar se tem notícias sobre a investigação de minha mãe, porém não quero ser rejeitada, o amo tanto que qualquer tipo de rejeição é como um tiro diretamente em meu peito. Matthew havia deixado escapar sua intenção de procurar o responsável pela morte de meu pai, acredito que tem as respostas para todas as minhas perguntas mais não fala comigo. Sinto muito medo de que esteja magoado, se for isso voltará a ser como antes, o senhor Smith abusado, arrogante, hipócrita e prepotente, já me acostumei com meu Matt de sempre, e não quero que outra oscilação de humor chegue e esmague o espaço que venho conquistando em seu coração, principalmente agora com minha gestação.

Decido não aborrecer meu marido novamente, então venho tentando ficar o mais longe possível dele e só falar o indispensável e suficiente. Matthew se aborrece fácil, principalmente com perguntas constantes. Porém elas ainda estão aqui! Loren foi uma das mulheres com quem manteve o contrato antes de mim? Quem foi Ashley exatamente? Sua mãe sofreu por uma traição? Por que odeia tanto o Andrew? ... São tantas e tantas perguntas que muitas vezes me perco nelas. Também gostaria de saber a origem de tanta obsessão por mulheres e poder! 

Gostaria tanto que Matthew voltasse a ser como antes, como quando namoravamos, era tudo tão...normal.

Não dormi um segundo sequer, Matthew ficou acordado virando o copo de whisky a cada dois minutos, não falamos sobre nada, como se ele não estivesse ali ou eu aqui, distante, frio e impenetrável, se quer me olhou. Imagino sua dor por Emily, pela possível traição dos pais, por seus contratos fracassados, deve ser horrível viver apenas para a empresa da família, sem festas, só jantares chatos, nada de viagem por lazer, apenas para reuniões ainda mais chatas e ainda por cima ninguém para apoiar o grande e irresponsável homem que é: Matthew O'Connor Smith.

Acordei e não encontrei Matt, provavelmente já foi para a empresa. Está me evitando. Fiz minha primeira refeição do dia sozinha e amedontrada, o que Matthew estaria pensando. Pintei um quadro, a pintura foi fria e sem vida, apenas um céu, sem estrelas, sol ou lua, o quadro reflete totalmente o que sinto no momento.

- oi, como é que você está? - pergunta Peter me ligando de sua lua de mel

- bem, eu acho! Joyce já saiu da sua cola?

- não miga, ela não saiu, mas isso nem importa tanto, amo a companhia dela.

- diz pra ela que mandei um beijo.

- pode deixar, notícias da boneca?

- está na mesma, estou pensando em ir visita-la hoje

- é muito bom mor, Emily merece - disse ele

- mas e você? - pergunto largando o pincel que havia pegado com o intuito de fazer outra obra, desisti

- eu estou maravilhosa. Tenho que vir ao Brasil mais vezes - sorri pelo que disse - Megan!

- sim

- você está precisando de um choque de realidade, ninguém melhor que eu pra isso.

- pode começar com seu discurso!