sunshine

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Um dia qualquer eu notei uma coisa.

Que nunca havia percebido antes.

Brilhava, aquecia, esclarecia, iluminava.

Eu conheci uma pessoa. Tão radiante que me perguntei como não havia a reparado antes.

Ela era tão amável.

Passamos um tempo juntas.

E então o que era constante passou a ser intercalado.

E de intercalado até sumir completamente.

Eu não a vi mais.

Em vez de me sentir aquecida, senti frio, como se toda a neve do mundo me cercasse e eu apenas usasse roupas finas.

Em vez de me esclarecer fiquei perdida, confusa, tão perdida que não sabia identificar o lugar onde estava e nem como parei ali.

Em vez de me iluminar, senti toda a escuridão me cercar, não enxergava mais nada. Logo não sabia que dias eram ou quantas horas se passaram.

Parecia o fim.

Com tanto tempo parada no mesmo lugar passei a me questionar, talvez tudo voltasse a ser como era.

Me perguntei se fiz algo errado, podia ser isso, eu sempre fazia algo bobo sem querer. Talvez fosse essa a razão.

Mas então não era isso. Afinal tudo estava do mesmo jeito.

Me perguntei se falei algo errado. Mas passava a maior parte do tempo encantada que esquecia o que dizer.

Não, não era isso.

Então, pensei. O problema não foi o que eu fiz ou não fiz.

O problema era eu.

Não sei quanto tempo fiquei refletindo naquele mantra. "O problema sou eu" "A culpa é minha"

Só sei que um dia tudo ficou iluminado de novo. A pessoa havia voltado. Porém não me iluminava mais.

O brilho forte era destinado a outra pessoa.

A alegria momentânea havia passado.

Enquanto observava o brilho um pouco distante, enquanto tudo ainda era um pouco escuro do meu lado, eu disse embora a pessoa não fosse ouvir.

"Não seja o raio de sol de alguém, se for a deixar no escuro"

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Some Words •Onde histórias criam vida. Descubra agora