Crescimento

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No início da década de 1850, o Brasil gozava de estabilidade interna e prosperidade econômica. A infraestrutura do país foi sendo desenvolvida, com o progresso na construção das estradas de ferro, do telégrafoelétrico e de linhas de navios a vapor que uniam o Brasil em uma entidade nacional coesa. Depois de cinco anos de mandato, o gabinete conservador foi dissolvido em setembro de 1853. Honório Hermeto Carneiro Leão, o Marquês de Paraná, o chefe do Partido Conservador, foi acusado de formar de um novo gabinete. O imperador D. Pedro II quis aplicar um plano ambicioso, que se tornou conhecido como "a Conciliação", que visava reforçar o papel do parlamento na resolução de disputas políticas do país.
O Marques de Paraná convidou vários liberais para se juntar às fileiras conservadoras e chegou a designar alguns como ministros. O novo gabinete, embora altamente bem sucedido, foi atormentado desde o início pela forte oposição dos membros ultraconservadores do Partido Conservador, que repudiaram os novos recrutas liberais. Eles acreditavam que o gabinete havia se tornado uma máquina política infestada com liberais convertidos que não eram genuinamente parte dos ideais do partido e estavam interessados ​​principalmente na obtenção de cargos públicos. Apesar dessa desconfiança, Paraná mostrou resistência em retirar as ameaças e superar os obstáculos e contratempos. No entanto, em setembro de 1856, no auge de sua carreira, ele morreu de forma inesperada, embora o seu gabinete tenha sobrevivido até maio de 1857.
O Partido Conservador tinha sido dividido ao meio: de um lado estavam os ultraconservadores e do outro os conservadores moderados que apoiaram a Conciliação. Os ultraconservadores eram liderados por Joaquim Rodrigues Torres, o Visconde de Itaboraí, Eusébio de Queirós e Paulino Soares de Sousa, o 1º Visconde de Uruguai — todos os ex- ministros no gabinete de 1848-1853. Esses estadistas mais velhos haviam tomado o controle do Partido Conservador após a morte do Marquês de Paraná. Depois de 1857, nenhum dos gabinetes sobreviveu por muito tempo, todos rapidamente entrando em colapso devido à falta de uma maioria na Câmara dos Deputados.
Os membros restantes do Partido Liberal, que definhavam desde a sua queda em 1848 e a desastrosa Revolução Praieira em 1849, aproveitaram o que parecia ser iminente implosão do Partido Conservador para voltar à política nacional com força renovada. Eles entregaram um poderoso golpe para o governo, quando conseguiram ganhar vários assentos na Câmara dos Deputados em 1860. Quando muitos conservadores moderados desertaram para se unir aos liberais para formar um novo partido político, a Liga Progressista, continuar no poder se tornou insustentável para os conservadores devido à falta de uma maioria governista viável no parlamento. Eles se demitiram e, em maio de 1862, D. Pedro II nomeou um gabinete progressista. O período desde 1853 tinha sido de paz e prosperidade para o Brasil: '"O sistema político funcionou sem problemas, liberdades civis foram mantidas. A partida tinha sido feita na introdução no Brasil das linhas da estrada de ferro, do telégrafo e do vapor. O país não era mais conturbado pelas disputas e conflitos que se acumulou durante seus primeiros 30 anos."

República Golpista; Desde A Colonização Até O GolpeOnde histórias criam vida. Descubra agora