Independência e os Primeiros anos

10 0 0
                                    

O território que viria a ser conhecido como o Brasil foi reivindicado por Portugal em 22 de abril de 1500, quando o navegador Pedro Álvares Cabral desembarcou em seu litoral. Uma colonização permanente seguiu-se e, de 1532 aos 300 anos seguintes, os portugueses expandiram lentamente seus domínio para oeste até chegarem a quase todas as fronteiras do Brasil moderno. Em 1808, o exército do imperador francês Napoleão Bonaparte invadiu Portugal, obrigando a família real portuguesa - a Casa de Bragança, um ramo de mil anos da dinastia capetiana - ao exílio. Eles restabeleceram-se na cidade brasileira do Rio de Janeiro, que se tornou a sede oficial do Império Português.
Em 1815, o príncipe português Dom João (mais tarde, Rei D. João VI), atuando como regente, criou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o que elevou o Brasil de colônia a reino. Ele subiu ao trono português no ano seguinte, após a morte de sua mãe, D. Maria I. Regressou a Portugal em abril de 1821, deixando para trás seu filho e herdeiro, o príncipe D. Pedro, para governar o Brasil como seu regente. O governo português imediatamente procurou revogar a autonomia política que ao Brasil havia sido concedida desde 1808. A ameaça de perderem seu limitado controle sobre assuntos locais inflamou uma oposição generalizada entre os brasileiros. José Bonifácio de Andrada e Silva, juntamente com outros líderes brasileiros, convenceram Pedro a declarar a independência do Brasil do domínio de Portugal em 7 de setembro de 1822. Em 12 de outubro, o príncipe foi aclamado , o primeiro imperador D. Pedro Ir do recém-criado Império do Brasil, uma monarquia constitucional. A declaração de independência foi combatida em todo o Brasil por unidades militares armadas leais ao governo português. A guerra de independência que se seguiu foi travada em todo o país, com batalhas nas regiões norte, nordeste e sul. Os últimos soldados portugueses renderam-se em março de 1824 e a independência foi reconhecida por Portugal em agosto de 1825.
D. Pedro I enfrentou uma série de crises durante o seu reinado. Em 1824, ocorreu a Confederação do Equador, principal reação contra a tendência monarquista e a política centralizadora do seu governo. O centro irradiador e a liderança da revolta couberam à província de Pernambuco, pois esta esperava que a primeira Constituição do Império seria do tipo federalista, e daria autonomia para as províncias resolverem suas questões. A repressão ao movimento foi severa: Pernambuco acabou perdendo grande parte do seu território (a antiga Comarca do Rio de São Francisco), e vários líderes da rebelião, como Frei Caneca, foram enforcados ou fuzilados. Já a rebelião separatista na província Cisplatina, no início de 1825, e a tentativa posterior das Províncias Unidas do Rio da Prata (que mais tarde se iriam tornar a Argentina) de anexá-la levaram o império à Guerra da Cisplatina: "uma longa, inglória e, finalmente, inútil guerra no sul". Em março de 1826, D. João VI morreu e D. Pedro I herdou a coroa portuguesa, tendo brevemente se tornado o rei D. Pedro IV de Portugal, antes de abdicar em favor de sua filha mais velha, que se tornou a rainha D. Maria II. A situação piorou em 1828 quando a guerra no sul terminou com perda da Cisplatina pelo Brasil, que viria a tornar-se a república independente do Uruguai. No mesmo ano, em Lisboa, o trono de D. Maria II foi usurpado pelo príncipe D. Miguel, o irmão de D. Pedro I.
Outras dificuldades surgiram quando o parlamento do império, a Assembleia Geral, foi inaugurado em 1826. D. Pedro I, juntamente com uma percentagem significativa da legislatura, defendeu um sistema judiciário independente, um legislativo eleito pelo povo e um governo que seria liderado pelo imperador que deteria amplos poderes executivos e prerrogativas. Outros no Parlamento defenderam uma estrutura semelhante, apenas com um papel menos influente para o monarca e com o poder legislativo sendo dominante na política e na governança. A luta sobre se o governo seria dominado pelo imperador ou pelo parlamento foi travada em debates entre 1826 e 1831 no estabelecimento da estrutura governamental e política do império. Ao não conseguir lidar com problemas tanto no Brasil quanto em Portugal simultaneamente, o imperador abdicou em nome de seu filho, D. Pedro II, em 7 de abril de 1831 e imediatamente embarcou para a Europa para restaurar sua filha ao seu trono.

República Golpista; Desde A Colonização Até O GolpeOnde histórias criam vida. Descubra agora