Recuar

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Três batidas fracas foram ouvidas. O silêncio do cômodo de dentro continuou e a madeira da porta nem se moveu.

Marinette: Emma?

Silêncio.

Ela deu duas batidas e esperou por uma resposta. Quando não a obteve, adentrou o quarto, vendo que sua filha estava abraçada aos joelhos, no canto da parede.

Marinette: Filha... - ela se aproximou e sentou ao lado da menina de olhos verdes, a abraçando de lado. - Está tudo bem, tá?

Ela não respondeu e uma figura loira apareceu na porta, com o celular numa das mãos.

Adrien: Nino disse que estão liberando visitas... - ele parou quando encontrou os olhos de Marinette que pediam o silêncio.

O homem se aproximou das duas e sentou-se ao outro lado da sua filha, a envolvendo também em um abraço.

Emma: É minha culpa... - murmurou baixo, mais para si mesma.

Adrien: Princesa, não é sua culpa. Se acalme um pouquinho... - ele falava calmamente, olhando para Marinette, como se estivesse com medo de que sua esposa o pulverizasse caso dissesse algo errado. - Olha, podemos ir vê-lo. O que acha?

Ela levantou os olhos para o pai, os estreitou quando os mesmo se encheram de lágrimas e se agarrou ao peitoral forte do loiro.

Emma: Ele nunca mais vai querer me ver! - soluçou. - Nunca, nunca mais!

Adrien: Não acha que "nunca mais" é muito tempo?

Marinette: Adrien! - ele levantou os olhos para ela.

Adrien: O que? - ela olhou para Emma e depois para o seu marido. Ele deu de ombros. - Emma, olhe para mim, filha.

Ela assim o fez, sentindo seu pai passar suavemente o dedo por seu rosto, limpando suas lágrimas que aos poucos paravam de cair.

Adrien: Você é filha de Adrien Agreste, e filha nenhuma minha recai assim, mocinha. Você não é assim tão mole. Trata de colocar aquele sorriso maravilhoso do seu pai e parar com essas lágrimas antes que eu te deserde - ela riu fraco, passando os pulsos abaixo dos olhos acabando de secar as lágrimas que sobraram.

Emma: E a mamãe? - Marinette sorriu fraco, o loiro levantou seus olhos para a azulada e lançou um sorriso debochado. Era a hora perfeita para irritá-la, como "nos velhos tempos", era como ele gostava de chamar.

Adrien: Ah, é só um bônus irrelevante.

Marinette: Oi?

Emma estava com um sorriso fraco no rosto, observando a indignação de sua mãe.

Adrien: Isso aí. Emma, você não sabe como essa mulher louca ficava me perseguindo, dizendo o quanto eu era incrível, inteligente, perfeito... Implorando para que eu a desse uma chance.

Marinette: Ora, seu...! - pegou uma almofada na cama de Emma e lançou no rosto do seu marido. - Nem parece que era você que estava correndo atrás de mim!

Emma gargalhou, Adrien riu enquanto Marinette revirava os olhos. A Agreste mais nova se levantou e foi ao banheiro, tomar um banho e trocar de roupa, segundo ela.

Adrien e Marinette se levantaram depois e saíram sem pressa do quarto.

Adrien: Ainda bem que ela parou de chorar.

Ela concordou com um "A-hã". Adrien olhou para ela, sorrindo desacreditado.

Adrien: Ah, você ficou realmente brava? - sorriu maroto. Ela o olhou e revirou os olhos. Ele riu pelo nariz e esfregou a cabeça no pescoço da mestiça  - Ah, M'Lady, perdoe seu gatinho e não lhe negue carinho.

Marinette: Vá puxar o saco de outra pessoa, seu vira-lata de rua - assim, foi para o seu quarto. Adrien ficou parado no meio do corredor, encarando a porta. Ela o estava provocando.

Emma: Pai?

Ele a olhou. Emma agora estava usando um tênis cinza, uma calça cropped jeans e uma camiseta preta escrita "F.B.I.  Federação Das Baixinhas Invocadas". Adrien queria rir.

Emma: Podemos... Podemos ir?

Adrien: Claro, querida. Vá para o carro, vou pegar as chaves - a garota assentiu e desceu os degraus, o loiro pegou as chaves e bateu fraco na porta de seu quarto. - Mari, estamos indo para o hospital, tudo bem? 

Ele não esperou uma resposta e saiu em direção ao seu carro. Ligou o mesmo e foi para o hospital com uma Emma inquieta no banco ao seu lado.

...

Para Sempre Os ProtegereiWhere stories live. Discover now