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As nuvens formando sombras de animais no céu cobriam a claridade do sol impedindo que queimasse minha pele clara. Estava andando em direção ao café da faculdade, o café que sempre vou para estudar. Meus pés estavam a centímetros da porta quando um ombro fino esbarrou no meu e Seulgi e Irene entraram na minha frente me parando automaticamente.

- Bom dia... florzinha! - Irene fala e não respondo - Que droga foi aquela de ontem?

- Não sei do que esta falando. - Digo e lanço a ela um sorriso falso.

- Claro que sabe. Jungkook não namoraria você nem que fosse a última garota no mundo.

- Claro, e ele namoraria alguém que não sabe diferenciar o periélio do afélio como você. - Digo.

- O que? - Ela me olha confusa e entro no café passando por elas.

Dei passos largos para minha mesa de costume ao lado da parede rosa bebê, em seguida as duas moças de cabelos lisos e com o rosto com muita maquiagem entraram no café e sentaram na mesa impossivel, aquela que nenhum mero mortal que não seja milionário ou popular poderá sentar algum dia. Pedi um macchiato com muito caramelo e abri meu livro de pedagogia, escrito por um autor que nunca ouvi falar em minha vida. Josh Speegman.

Quando meu tão amado café macchiato chegou, senti seu cheiro delicioso e levei a xícara grande até meus lábios sentindo o doce sabor do caramelo, senti dedos pressionados sobre o meu pulso e deixei a bebida pousar em cima da mesa.

- O que você quer? - Vejo Jungkook sem expressão ainda segurando meu pulso.

- Pode sentar na minha mesa? - Esse tom de voz calmo me faz pensar se este é mesmo o cara irritante de sempre - Por favor. - Reviro os olhos e levanto, então ele me puxa em direção a sua mesa impossivel.

Todos estavam com seus olhares voltados a nós mas isso parecia nao incomodar o garoto segurando meu pulso fortemente, ao chegar na tal mesa, jungkook me lançou a um sofá altamente confortável e seus amigos olhavam como se eu fosse um pedaço de carne, talvez fosse, talvez eles me devorariam fria e crua ali, seus olhos pareciam me despir e todos os garotos daquela mesa sorriam cinicamente, como se imaginassem o que eu escondia debaixo da roupa para que Jeon Jungkook quisesse me namorar.

- Então, você é a florista? - Um de seus amigos pergunta, o de cabelos preto com mechas azuis.

- Meu nome é Yeon. - Digo visivelmente chateada por ele ter me chamado de florista.

Não sei por que, mas essa palavra não fica bem na boca de qualquer pessoa, na verdade, Florista só fica bem para mim quando Jungkook pronuncia esta palavra.

- Que roupas são essas? - A garota cujo o nome é Wendy pergunta, e completa - Por acaso comprou na liquidação das vovós?

- E você, por acaso as suas são compradas pela internet? Na vadias.com? - Digo e todos os garotos na mesa riem.

- Escuta só... - Ela é interrompida pela voz calma de Jungkook.

- Levem ela ao shopping. - Suas mãos vão para debtro do bolso da jaqueta jeans branca - Seria legal mostrar coisas diferentes para ela.

- O QUE? - Irene está furiosa - Você pode fingir que namora esta pedinte, mas eu não vou ser vista com ela!

- Irene. - Ele lança um olhar a ela e a mesma parece estar bem mais calma, mas, com seus olhos cheios de fúria.

Depois do café, nós quatro fomos passar um tempo juntas. Fizemos compras que foram essencialmente ridículas pra mim, mini saias e calças apertadas não são bem o que eu chamo de roupas confortáveis. Fomos no shopping da mãe de Seulgi e não tivemos que pagar nada, mas ainda assim, eu me sentia esquisita, apesar de Wendy não parecer tão ruim quanto as outras duas. Voltei para o dormitório e decidi vestir algumas das roupas para ter a sensação de conforto mas nada funcionava. Elas me ensinaram coisas de garotas a tarde toda, coisas como moda, maquiagem e garotos.

A tarde foi longa e deprimente já que esses assuntos me deixavam nauseada pela irrelevância que carregavam. Olhando para a pilha de livros que tinha que estudar, lembrei do livro de pedagogia, esqueci no café mais cedo. Troquei rapidamente aquelas roupas de garotas compradas pela sociedade e corri para o café. Ao chegar lá apenas uma luz estava acesa, agradeci mentalmente um milhão de vezes e entrei no lugar, uma silhueta conhecida estava dançando no meio de todas as mesas, no centro do café.

Seus passos altamente precisos e aparentemente difíceis me deixavam de boca aberta, seus lábios emitiam sons como um, dois, três, a velha contagem de passos que se aprende nas aulas de dança. Ao fim de sua performance seus olhos encontraram os meus e Jimin pareceu não saber se ficava ou corria, emiti uma risada fraca de meus lábios.

- A quanto tempo está aí? - Um sorriso se forma nós lábios dele.

- O bastante para aplaudir de pé. - Digo e o silêncio reina.

Apenas olhares estão sendo dados, seus olhos estranhamente escuros como a noite estão penetrados nos meus, como se pudessem ler minha pobre alma.

- E-Eu... vim buscar meu livro. - Finalmente quebrei aquele silêncio.

- Livro? - Seus olhos emitem confusão.

- Perdi mais cedo quando o Jun... nada!

Sua sobrancelha direita é erguida em desconfiança e ele volta ao seu normal.

- Eu não o vi. Mas se achar, entrego a você.

- O-obrigada. - Digo.

Meus olhos continuavam presos no olhar dominante dele.

- Então. Boa. Noite. - Digo dando pausas.

Dou passos para trás e esbarro na parede rindo nervosamente enquanto ele também ri e acena dando "tchau". Deixo seus olhos e sinto-me triste por ter que deixa-los, meu coração não parava de acelerar ao sair, como se estivesse em uma corrida loucamente desesperada para ganhar.

GOOD NIGHT ✿ JJK (Livro 1) |EM EDIÇÃO|Onde histórias criam vida. Descubra agora