Three Days • Jackson Wang

first day • part two

Voltei meus olhos para o prato de comida intocado à minha frente.

Fechei minhas pálpebras e sacudi o rosto, a cabeça abaixada em direção à comida.

Por que você sentou à minha frente, maldito Jackson Wang?

Depois da abertura do Three-Idol Festival, eu, a equipe dos staffs, LuHan, Got7 e BTS, estávamos tendo uma refeição num restaurante em Myeondong.

Agora você me pergunta: como que, numa mesa com aquele tanto de pessoas, logo foi Jackson Wang que sentou à sua frente, Naomi?

É, caro amigo leitor. Eu fiquei me perguntando isso do início ao fim do jantar.

Eu sei que pode ter sido só a impressão, mas eu juro de pés juntos que o flagrei olhando para mim, descaradamente, tipo, um milhão de vezes.

E todas as vezes que eu resolvia levantar o rosto para conferir se ele me olhava, adivinha? Lá estava ele, tentando disfarçar. E falhando, claro. Estava mais do que na cara.

Em algum momento durante a refeição eu consegui olhá-lo sem que ele me olhasse de volta, porém, minha admiração pela dádiva da mãe natureza não durou muito, Jackson levantou os olhos e me pegou analisando-o.

Ao contrário do que meus instintos mandavam, sustentei seu olhar e ficamos assim por uns segundos. Mas ele não seria Wang Jia Er se não fizesse alguma gracinha.

Ele deu um sorriso discreto e fez uma expressão de quem estava saboreando, esta que fez eu me perguntar se o louro deliciava a comida ou o meu nervosismo diante de sua presença.

- So delicious... Hum... - Semicerrou os olhos, apreciando o gosto em sua boca.

Sacudi a cabeça de novo. Por sorte, acho que ninguém percebeu aquela tensão entre nós dois e BamBam, que se achava sentado ao seu lado, riu do hyung:

- Está para nascer alguém mais louco do que você.

Jackson o fuzilou com o olhar.

- Olha só quem fala. - Resmungou, a boca cheia de comida. - Rei do What The Fuckismo.

BamBam retrucou com algo em tailandês ou alguma outra língua que eu não entendia, então decidi fazer o que devia ter feito desde o começo: prestar atenção em meu prato, satisfazer meu estômago raivoso e fingir que Jackson Wang não existia.

Não vou mentir, foi a coisa mais difícil que eu escolhi fazer em toda minha patética existência.

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Achei mesmo que, quando voltássemos ao hotel, eu poderia descansar tanto meu corpo quanto minha mente.

Mas a vida não é uma fábrica de desejos. Obrigada por não me deixar esquecer disso, John Green.

Assim que saí do banheiro do quarto, já preparada para dormir, me deitei em uma das duas camas de solteiro da suíte. Comecei a checar minhas notificações pelo celular, tentanto me distrair um pouco antes de cair no sono.

- Eu vi. - A voz de LuHan, deitado na cama ao lado, soou. Virei meu corpo para o outro lado.

- Como? - Questionei baixando minhas mãos e como consequência, tirando o meu celular do campo de visão.

- Eu vi. - Repetiu, um sorriso ladino nos lábios.

- Viu? - Franzi a testa. - Viu o quê?

- Agora a madame vai se fazer de desentendida? - Sentou-se na própria cama.

- Eu não estou me fazendo de desentendida! - Protestei. - E onde você aprendeu isso?

- Eu gosto de memes brasileiros e... - Sacudiu as mãos. - Isso não vem ao caso, chingu. Eu estou falando de um chinês louro e ele não sou eu.