second day • part two

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- Já está com a pele feita, não? - Perguntei para LuHan, que estava sentado numa cadeira alta, apenas para confirmar.

- Sim. - Assentiu. - Só preciso que cuide dos detalhes.

Confirmei com um aceno.

- Dois minutos para LuHan entrar. - Uma organizadora veio à porta, avisou e saiu.

- Certo. - Falei para ninguém em específico, pincelando os lábios do idol com um batom nude. Guardei o apetrecho e peguei um outro produto. - Olhe para baixo. - Ordenei, tirando o aplicador de rímel de dentro de seu frasco. Depois fiz um gesto para que ele voltasse suas córneas para o sentido oposto e eu pudesse lhe passar um lápis da cor negra na extremidade das pálpebras inferiores.

- Trinta segundos! - A organizadora tornou a aparecer, dessa vez utilizando um tom um tanto mais agressivo para se expressar.

LuHan colocou-se de pé quando dei uns tapinhas em suas costas. Alinhei suas roupas e o liberei, este agradeceu com uma pequena reverência e saiu em direção às escadas que levavam ao palco.

Suspirei e me sentei na cadeira em que LuHan se sentava antes de sair. Peguei minha garrafinha de água e tomei longos goles. Meu descanso não durou nada.

Uma segunda produtora apareceu no mesmo local que a outra e começou a me dar uma bronca.

- O que está fazendo, menina? - Seu tom de voz era irritadiço. - Vamos, o Got7 está precisando de um staff. Eles estão desacompanhados.

É, eu tinha esquecido que eu tomaria conta do Got7 também. Quase dei uma resposta como "eles não estão grandinhos demais para precisarem de babá?", mas eu tinha amor ao meu emprego e, devo admitir, eu queria muito ir.

Resmunguei em concordância para a ahjumma e me levantei, já seguindo para a sala de ensaio número dois, da qual eu podia escutar a música título do último álbum dos meninos soando, Just Right.

Confesso que tomei um longo suspiro antes de criar coragem para abrir a porta. Por sorte, os rapazes estavam dançando, então todos estariam concentrados no ensaio e não dirigiriam sua atenção a mim.

Caminhei de cabeça baixa até o sofá que se posicionava um pouco distante dos espelhos da sala de ensaio.

O Got7 ensaiou mais umas três vezes até que Im Jaebum pedisse que parassem e poupassem energia para o show que aconteceria a seguir.

Após distribuir água para os rapazes, comecei a ajeitar os últimos detalhes de suas roupas e retocar o necessário na maquiagem de cada um.

E, sim, eu deixei para arrumar Jackson por último de propósito.

Não trocamos nenhuma palavra além das minhas ordens para que ele ficasse quieto na hora de eu finalizar sua maquiagem e ajeitar seu figurino.

- Hm... Naomi? - Namjoon, Rap Monster, apareceu à porta.

- Pois não? - Dei dois tapinhas no peitoral de Jackson para que ele entendesse que estava liberado.

- Eu e os meninos precisamos de ajuda.

- Não posso deixar esta sala sem staff, Namjoon-Sunbae.

- Bom, hã... - Olhou para as pessoas que passavam por ali, do lado de fora da sala de ensaio. - Ei, ahjussi. O senhor é staff? - Chamou a atenção de um homem por volta dos quarenta anos, que caminhava por aquela região.

O ahjussi apenas assentiu com a cabeça.

- Precisamos de um staff nesta sala, a que está aqui precisa sair. - Apontou para sala e para mim, respectivamente.

- Está bem. - Concordou, entrando no lugar.

Namjoon me olhou e fez um gesto de venha com a mão. O acompanhei, dando um último olhar de relance para Wang.

O líder do BTS me levou até uma sala cuja porta estava fechada. Antes que eu tocasse na maçaneta, ele disse:

- Só fique aí dentro e aguarde ordens oficiais para sair. - Após suas palavras sérias, o encarei um pouco confusa. Contudo, não o contrariei e fiz o que foi mandado.

A sala era idêntica a qual o Got7 ensaiava, tirando pelo fato de estar vazia.

- Mas que diabos...? - Eu não entendia nada do que estava acontecendo ali.

Caminhei um pouco pelo ambiente, estudando-o com os olhos.

Não possuía nada de especial, aparentemente. Um canto com espelhos, sofás pequenos para descanso e para staffs e umas caixas de som nos dois cantos espelhados da sala.

Estava um silêncio muito esquisito dentro dali, sem contar com o frio por conta dos aparelhos de ar condicionado.

Então a porta foi aberta de maneira brusca. Dei um pulinho, assustada, mas me tranquilizei ao ver quem era.

- Droga, Wang-Sunbae. - Reclamei. - Você quer me matar do coração, cara?

- Que dramática. - Fez uma careta.

- O que está fazendo aqui? - Eu falei. - Depois do BTS...

- Haverá um intervalo de quarenta minutos e, aí sim, o Got7 irá entrar.

- Ah... Mas ainda não me disse o que está...

- Quero ensaiar meu número com a Sunmi.

Naquele momento eu me lembrei, o Three-Idol Festival havia convidado a cantora Sunmi para um número surpresa. Mas eu não sabia que era com Jackson que ela iria se apresentar.

- Oh. - Foi o que eu disse. - E onde ela está?

- Não chegou ainda. - Explicou. - Avisou que se atrasaria um pouco, mas que estaria aqui em cima da hora para a apresentação.

- Hum... - Olhei para qualquer coisa que não fosse ele.

- Dance comigo.

Eu havia escutado direito?

- QUÊ?! - Virei meu pescoço em sua direção num movimento brusco.

- É, oras. - Deu de ombros.

- Jackson, eu não...

- Onde está o Wang-Sunbae? - Pôs as mãos apoiadas no quadril. - Anda logo, Naomi. Não vai ser difícil e eu não sou nenhum monstro para te machucar.

Tocar Jackson Wang de novo? Não que eu não quisesse, mas, aish, que sentimento confuso!

- Você só precisa se deixar guiada por mim. - Quando me dei conta, o dono da última fala já estava com uma das mãos em meu quadril e a outra esticando meu braço. Minhas costas estavam coladas contra seu tórax, eu de frente para o espelho.

Wang começou a balançar um pouco para os lados, e, sem música, eu permiti-me ser levada pelo ritmo das batidas de meu coração de manteiga.

Engoli em seco, mas não protestei um instante sequer.

- Agora, é a parte em que você se vira e olha no fundo dos meus olhos.

Veloz, Jackson posicionou suas duas mãos em minha cintura e girou meu corpo num ângulo de cento e oitenta graus.

O seu ato foi tão rápido que meus dois pés esquerdos não conseguiram acompanhar. Eu me desequilibrei e, como impulso para não cair, agarrei com os braços a primeira coisa que eu pude.

E esta coisa, era nada mais, nada menos, do que o pescoço de Jackson Wang.

Ambos paramos de nos mexer com a proximidade.

A proximidade tanto de nossos corpos, quanto de nossos corações acelerados, nossos rostos quase se tocando.

A proximidade de nossos lábios me fez congelar.

Three Days • Jackson WangOnde histórias criam vida. Descubra agora