A garota dos meus sonhos

Capítulo 4

 Acordo e tomo um banho e vou direto para a empresa, no caminho de ida estaciono meu carro em um café e espero para atravessar a rua porém de alguma forma os carros param assim como as pessoas, era como se o tempo estivesse congelado, olho para o outro lado da rua e vejo uma garota, ela é a única que está se movendo, quando olho para o seu rosto meu corpo gela, é a mesma garota do espelho e ao mesmo tempo é a mesma garota dos sonhos, então tudo faz sentido a garota do dos sonhos é a garota que apareceu aquela noite no meu reflexo, olho novamente para ela e saio em disparada ao seu encontro, um frio estranho passa em minha espinha e então passa um carro apagando a imagem da moça e junto apaga minhas esperanças de saber o que está acontecendo. Então só então escuto as buzinas e percebo que estou no meio da rua impedindo a passagem dos carros que se enfileiraram em um congestionamento, rapidamente saio do meio da rua e vou para a empresa.

POV Alexa

Volto para casa depois de um dia intenso de trabalho e me jogo na cama, olho para o relógio e suspiro ao constata que daqui a uma hora a pior pessoa da face da terra voltara de uma viagem na qual me rendeu um dia sem apanhar e ser abusada, porém estranhamente ontem eu chorei mais do que os outros dias.

Vou para o banheiro e penso em inventar a história de estar menstruada para poder me livrar de mais um dia, porém lembro de que ele acompanha meu ciclo menstrual desde que comecei a menstruar.

Faço uma busca rápida pelo banheiro em busca de minha escova de cabelo já que ele me obriga à se arrumar todos os dias para sua chegada, porém quando levanto vejo um reflexo no box do banheiro e estranhamente não é ele, olho tentando encontrar o seu rosto e vejo uma moça alta de olhos azuis e cabelos negros com uma calça larga e uma jaqueta de couro, a moça olha diretamente em meus olhos e então vou me virar para ver a linda mulher atrás de mim e me deparo com um nada, olho novamente para o box e não vejo nada além de mim.

Algumas coisas estranhas aconteceram comigo ultimamente, durante o dia diversas vezes sinto meu peito doer e estranhamente sinto a falta de uma mãe, o que é estranho já que eu nem cheguei à conhecer a minha.

Olho para p relógio e vejo que já está na hora dele chegar, me deito e finjo dormir como de costume para ele não ter o trabalho de me bater e levar até o quarto, escuto o barulho da porta e então ele abre e vem até mim e se senta ao meu lado e me beija de uma forma que eu tenho vontade de cuspir e bater nele até não existir mais nenhum vestígio seu no mundo, porém apenas continua fingindo dormir. Ele levanta e sai do quarto me fazendo limpar minha boca com fúria e raiva deixando meus lábios levemente inchados.

Como de costume as 3 horas da manhã ele aparece no meu quarto, liga a luz e me tira da cama. Ele brutalmente me joga na cama e começa a tão famosa tortura de cada dia, quando marcam três e quarenta e cindo ele cai sobre mim saciado de se brinquedo sexual e então levanta as calças e apaga a luz. E eu como de costumo desando à chorar até pegar no sono. Nunca fiz nada à ele, e ele nunca me tratou como filha. Eu só precisava de um pai.

Acordo com uma grande dor de cabeça, levanto e vou até a cozinha onde está Hemily minha irmã mais nova. Quando completei 16 anos eu comecei a me rebelar contra Richard o homem que eu deveria chamar de pai, então Hemily nasceu, quando ela completou 2 anos eu já estava com 18 e de alguma forma tive o senso de proteção sobre ela como de uma mãe. Hemily é fruto de Richard e uma prostituta que engravidou e praticamente jogou a criança para os seus cuidados. Quando completei 21 anos Richard ameaçou me substituir por Hemily que tinha 5 anos, eu imediatamente me desesperei e pedi para que ele continuasse a fazer suas maluquices apenas comigo e que não encostasse uma dedo em Hemily. Richard é delegado da cidade o que significa que é praticamente impossível denunciar ele já que quando eu tinha 15 anos ele alegou que eu tenho distúrbios mentais o que me deixa em grande desvantagem.

Hoje é o aniversário de 6 anos de Hemily e eu prometi que a levaria em um parque de diversão, Richard não gostou da ideia alegando que eu ficaria muito cansada e não estaria disposta para ele quando voltasse. Porém como hoje é minha folga eu não poderia deixar de realizar um desejo de Hemily.

-Lexa, você não se lembra que dia é hoje?

Disse Hemily com seus olhinhos brilhando.

- É claro que eu sei meu amor! Feliz aniversário!

Me abaixei e a peguei no colo girando com ela que gargalhava gostosamente em meus braços.

- Hemily vá se arrumar que eu vou preparar as coisas para irmos para o parque.

Porém antes dela sair Richard à olha de conto de olho.

-Hemily!

Disse ele em um tom de reprovação.

- Oque senhor?

Fecho minhas mãos em punho e uma raiva ferve meu sangue, se ele encostar um dedo nela eu juro que eu mato ele agora mesmo.

-Não quero mais você fazendo barulho pela casa, aqui não é um lugar de loucos.

- Tudo bem senhor, me desculpe.

Falou e abaixou a cabeça indo em direção ao quarto.

- Será que você não poderia ser um pouco menos arrogante no próprio aniversário dela?

- Se eu tratar ela como uma delinquente, vai crescer e me causar problemas, agora não se meta no jeito que eu crio minha filha.

- Sua filha?

Digo ironicamente.

- Você nem ao menos deu parabéns pra ela, ela tem só 6 anos Richard!

- Porque devo parabenizar ela por envelhecer, o jeito que eu crio ela não cabe à você interferir.

- Você é um mostro!

- Eu? Um monstro? Se você quiser eu posso te mostrar como um monstro age, talvez Hemily goste do meu lado monstro.

Meu coração errou a batida e eu tive que me segurar para não chorar.

- Você não ouse encostar um dedo nela ou eu te mato! Me ouviu?

- Você quer mesmo voltar pra clínica Alexa? Vai deixar a pequena Hemily aqui sozinha comigo? Você sabe muito bem que posso te por lá de volta a hora que eu quiser.

- Vai se ferrar.

Peguei minhas chaves e meu casaco e fui arrastando Hemily para fora de casa. O dia foi tranquilo e quando cheguei em casa coloquei Hemily na cama e como de costume as 3 da manhã Richard invadiu me quarto e me estuprou de uma forma mais violenta que o normal. Porém eu já sabia que isso aconteceria, afinal toda vez que nós brigamos ou quando as coisas na delegacia ficam estressantes ele age assim.

- Porque você precisa complicar as coisas? Não percebe que as coisas estão como devem estar?

Falou em cima de mim depois da sua violenta tortura. Eu não disse nada apenas esperei ele sair de cima de mim e então virei para o lado ouvindo apenas a porta se fechando alegando que eu finalmente estava sozinha. Eu não chorei ou gritei dessa vez, eu apenas fechei meus olhos e dormi.