Margô não poderia estar pior, seu pai a deixara quando tinha 5 anos e sua mãe acabara de falecer com problemas cardíacos. Com apenas 17 anos já estava órfão. Sem ter pra onde ir, vendeu os objetos de maior valor na casa e a devolveu para imobiliária, não poderia viver mais ali depois de tudo.
Com as malas feitas, pegou o trem até a casa de seus avós, cerca de 12 horas de distância. Eles não sabia que Margô estava viva, receberam uma notícia 7 anos atrás de que a pobre garotinha havia se afogado no lago. Claro, seu padrasto que dissera isso aos parentes, queria sumir com Margô e sua mãe, não deixando pistas. Depois de alugar a casa onde chamava de lar, os abusos começaram e só pararam quando completou 17 anos e não conseguia mais aguentar aquilo.
Depois de um surto, seu padrasto sufocou sua mãe na sala de estar, Margô vira tudo. Desesperada por ser a próxima, pegou a faca mais afiada da cozinha e enfiou nas costas de Marco enquanto ele chorava suas lágrimas tóxicas em cima do corpo da mãe.
Margô nunca havia carregado corpos antes mas fez o que foi preciso, levou o corpo imundo de Marco até uma cova no lote ao lado de sua casa, limpou toda sujeira e chamou a ambulância de forma anônima contando que alguém invadiu a casa dos Connors e saiu pelos fundos.
Toda essa história estava acabando com ela, nada a fazia dormir, nem mesmo os sedativos que Marco dava para ela adormecer e não atrapalhar quando ele fazia coisas com ela..
- Temos um pastor na cidade que acolhe sem tetos e doentes mentais, por favor, vá até ele. - respondeu uma senhora que estava na estação de trem, assustando Margô que foi convidada a sair do trem após pegar comida do lixo para comer. Não sabia onde estava, a cidade ficava a pelo menos 3 horas de onde seus avós morava. Decidiu seguir o conselho da velha e foi para a única igreja da cidade.
- Sim, costumo abrigar pessoas em situação de rua em minha igreja, não há lugar mais seguro que aqui. - disse o pastor com um orgulho maior que seus olhos em Margô. Ela concordou em ficar, foi colocada em um cômodo úmido e pequeno, com iluminação a velas e uma cama desconfortável.
Toda noite subia até a cozinha para comer com os outros hóspedes, estava ali a meses e não falava com ninguém além dos ratos em seu quarto, até que um rapaz de sua idade apareceu no abrigo. Seu quarto era ao lado do de Margô, conversavam a noite por um buraco na parede. Ela estava apaixonada por Patrick e ele por ela. Começaram a namorar mas o Pastor não gostou da ideia, estava achando Margô cada vez mais distante da igreja. Ela já não se importava em participar das orações e não subia até a cozinha fazia semanas..
Preocupado, o Pastor foi até o quarto de Margô, estranhou quando viu todas as luzes daquela parte do abrigo apagada. O corredor com as 4 portas para os quartos estava escuro e úmido, com um cheiro muito forte no ar. Acendendo a luz, viu que a água no chão vinha do quarto de Margô, o único com um banheiro junto a ele.
Enjoou assim que abriu a porta do quarto, estava escuro, úmido e fedendo. Lembrou-se de como estava o quarto quando ela chegou; Beth, sua amiga e cuidadora do local, havia decorado o quarto de acordo com o que sabia que adolescentes gostava. Várias fotos, um armário para roupas e uma cama grande, com cobertores macios.
Acendeu a luz e não pode acreditar no que viu. O quarto estava ensanguentado, as paredes cobertas de papéis com o nome Patrick escrito de formas diferentes, alguns com sangue. Os cobertores estavam amassados como se formasse um corpo e estava apoiado na parede que havia um buraco ao lado. Ao se aproximar, viu a jovem Margô na cama com os olhos revirados, a boca aberta coberta de espuma, vários remédios em sua mão e em volta.
Seu diário estava aberto ao lado, nas páginas dizia que ter matado a mãe e o padrasto foi necessário, eles não a entendiam. Pretendia ir até a casa dos avós mas não conseguiu chegar a tempo pois fora pega tentando estrangular uma senhora que viajava consigo em um trem.
Jogaram-na em frente a igreja e foi presa no porão, pretendia matar o Pastor quando Patrick voltasse para ajudá-la.O Pastor ficou desolado, chamou por ajuda e quando tudo foi resolvido, os policiais lhe disseram que Patrick foi um serial killer que matou mulheres ao redor da cidade, cerca de 100 anos atrás.
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Conte meus Contos
Short StoryContos escritos na pressa pra não esquecer. Ideias que vem na hora e precisam ser escritas urgente. Sonhos malucos e sem sentindo se torna um conto tão incomum quanto. São pensamentos que coloco como capítulo, absorva e tenha seu próprio entendime...