Capítulo 1- casamento

22 3 5
                                    


  — acha que estou bem?— patrícia sorriu virando as costas para Carlos, ele a observou por inteira vendo todo o caimento da peça no corpo bem estruturado e esguio da jovem.

Ele viu quando as bochechas dela avermelhou-se, quando ela pôs mechas do cabelo para detrás da orelha e ele observou todo o movimento.

A noite estava fria, o vento bagunçava-lhe os cabelos, ela sequer dizia nada pois tinha vergonha talvez de ser compreendida mau.

Como em sua infância, havia sido criada para satisfazer as pessoas de grande estima, de grandes fortunas onde viveu presa em um mundo cor de rosa sendo insensível e mimada, sendo repreendida pela simples aproximação com alguém de baixa renda.

Lembra-se que no passado maltratou pessoas que nunca sequer a tratou mau, tudo era ensinado e obrigado, apenas jogado como fardos, de todo sua vida não foi tão cor de rosa, poderia ser agora que estava apaixonada pelo seu futuro marido.

— você está ótima!— Carlos sorriu segurando-lhe a mão beijando delicadamente o dorso.— agora precisa descansar amanhã afinal será o grande dia.— entrelaçando seu braço ao dela a guiou para o carro onde o motorista os esperava.

Comprimindo os lábios em uma fina e reta linha praguejou por conta da presença insignificante daquele espião. Sabia que tudo aquilo era para não ficar sozinho com patrícia pois seu pai era muito severo com a pureza da filha, soltando lentamente a respiração se contentou com o simples fato de que a partir de amanhã ela seria sua, sua para tudo que quisesse, para por seus planos em prática.

Reparou nela o caminho inteiro, enquanto ela se manteve atenta ao vidro do carro ele a observou, ela havia mudado, sorriu sem som. Mau sabia ela do que era capaz para alimentar a sua dor passada.

Sentiu o gosto da vingança o preencher, só de pensar que tudo se resolveria logo e que ela pediria perdão de joelhos era animador.

Consolador, especialmente para ele por lutar na vida como apenas ele lutou, como venceu para no futuro encontra-la e mostrar o monstro que ela própria havia criado, só em lembrar as vezes que foi humilhado sentiu a respiração acelerar, precisava controlar os hormônios se quisesse que sua máscara não fosse tirada.

Ela o olhou e sorrindo de lado segurou a mão dele a entrelaçando.

— eu amo você!— Carlos mordeu os lábios com dor por seu corpo, como era fácil amar alguém com dinheiro, como era fácil declarar-se abertamente por fortuna, de certo ela não havia mudado.

— fico feliz que me ame querida, isso é muito bom de se ouvir.— ele sorriu, patrícia desfez o sorriso ao sentir a falta das palavras que tanto queria ouvir, seria pedir de mais que retribuisse na mesma intensidade?

Ao descer do carro depois de constatar que estava em frente à mansão dos seus pais, sentiu uma certa solidão, não duvidava do amor do seu noivo apenas esperava palavras, sabia que um gesto valia mais que palavras, mas era bom ouvir que era amada e por isso queria ouvir ele dizer.

— tem certeza do que quer Carlos? Me ama de verdade? Às vezes parece que tudo é obrigação, Oque me faz amar você não é o fato de nossos pais ter escolhido e sim que eu realmente ame você.— ela soltou, Carlos aproximou-se tocando o rosto dela.

— mas é claro que tenho certeza querida, desculpe a falta de palavras, sabe que me importo com as minhas ações e não com palavras.— ela assentiu de cabeça.

Depois de despedir-se jogou-se na cama enquanto olhava o teto tentando entender aquela alegria sufocante que sentia, tudo porque o amava? Nunca chegou amar como estava amando Carlos White Crof e estava certa que se entregaria a ele sem medo pois o sentimento era grande de mais.

E quando disse sim a ele aquela manhã de sábado em frente à tantas pessoas sentiu que estava fazendo o que era certo, o amava e jamais se feria com outro, foi o sim mais bem dito que em toda sua vida havia dito e quando ele a beijou daquela maneira tão íntima sentiu o corpo mole, frágil e sensível a ele, aquele homem era o certo.

— quando vai me levar embora daqui?— ela sorriu depois de partir o bolo junto a ele.

Ela viu quando ele sorriu malicioso, segurando-lhe a cintura a beijou intensamente a erguendo do chão enquanto flashs era direcionado a ambos.

— fique calma querida, ainda não é a hora.— ele disse sorridente, fitando os lábios dela sorriu só de pensar na situação sentia o passado virado, a aproximação lhe causava tremor de emoção, e só ele sabia do que era essa emoção.

— quero dar os parabéns ao casal preferido.— Maria beijou a bochecha do filho orgulhosa.

— obrigada dona Maria.— patrícia a respondeu prontamente curvando um pouco o corpo.

— hah minha querida eu que agradeço por fazer tão bem ao meu filho.— Maria a abraçou fortemente mostrando o intrusismo.

Sendo abraçada e elogiada por tanta beleza na cerimônia patrícia sentia a falta do marido que sumiu um bom tempo na festa mas afastou os pensamentos ao lembrar que ele agora era seu e que tinham uma vida toda.

Por volta das seis da tarde adentrava o carro que a levaria para sua nova casa com seu marido, ele segurou-lhe a mão de maneira carinhosa e ela o observou sorridente.

Na sala da sua nova casa ela contemplava sorridente todo o espaço, era tudo muito decorado, aquela casa lhe despertou novos sentimentos, enquanto Carlos empanturrava-se de bebida no escritório patrícia observava o quarto luxuoso e enorme, a cama macia, concluiu ao deitar sobre ela.

Depois de muito tempo sem a presença de Carlos o procurou pela casa e quando o encontrou ele olhava a janela do escritório também muito decorado.

— amor oque faz aqui? Você me deixou sozinha pela casa.— tocando-lhe os ombros o virou para si. Sentiu o cheiro de bebida, franzindo o cenho ela o observou calada esperando que ele dissesse algo com tudo ele não disse, apenas agarrou-a forte colando o corpo dela no seu e quando a beijou patrícia sentiu que o beijo não era calmo e romântico como os outros, sentiu que aquele era firme e urgente, ela percebeu que aquilo causava causava-lhe medo.— Carlos?! Er... eu... você.— ela afastou-se lentamente tentando proferir a frase mas ele a calou novamente com outro beijo.

— patrícia! Retribua ao beijo direito.— ele disse firme ela soltou a respiração lentamente.

— mas eu estou retribuindo meu amor só que você está me machucando ao me apertar assim seria melhor que...— ela calou-se ao sentir a mão dele firme no seu cabelo, arregalando os olhos o observou nos olhos, viu o brilho nos seus olhos, aqueles olhos não pareciam o mesmo de hoje cedo, aquele homem não parecia seu amoroso noivo e agora seu marido, resolveu aceitar que era a bebida.— Carlos eu acho que você poderia não puxar assim meus cabelos é que está me...

— oque?— ele a impediu com um sorriso de lado._ não gosta que eu a trate desse jeito? E o engraçado era que você era uma garota na muito má.— Carlos a soltou arrodeando ela a observou.

— do que está falando?— ela virou-se o encarando, Carlos percebeu que não podia mostrar todas as cartas naquele mesmo momento.

— esqueça minha querida, estou pensando de mais.— patrícia sorriu largo e o agarrou firme.

— eu não me importo.— ela soltou. "Mas deveria!" Falou em pensamentos.

Mas Carlos sequer conseguiu não mostrar um pouco dos seus planos pois a possuiu sem pensar nela um segundo sequer, não foi delicado nem gentil como ela precisava, não pensou nela nem um minuto e tudo só veio rondar por sua mente depois de recobrar o juízo, ela o encarava assustada e só então ele percebeu que deixou amostra a sua real personalidade.

— Carlos?! Oque...— tentando erguer-se da cama sentiu desconforto na sua intimidade.

— me desculpe querida acho que a machuquei.— mas tudo pareceu não acontecer no exato segundo que ele perdiu-lhe desculpa e foi então que Carlos percebeu que ela o amava de mais para perceber, ela achava que tudo era normal, era um tanto inocente. porque ele era seu marido e então notou que a vingança seria ainda mais fácil do que imaginava.


Ódio & Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora