5 - Serra "Santa"

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Se você não aproveitar sua vida fazendo as coisas que você realmente gosta, então você estará eventualmente, de outra forma, vivendo mediocremente.

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5

Papai me ligou no sábado de manhã. Ele parecia apressado e escutei por diversas vezes o choro de uma criança por perto. Era a primeira vez que ele entrava em contato desde que chegamos, o que me despertou certa angústia, porque, bem, já haviam mais de uma semana que estávamos exilados em Monte Verde.

—Você está bem? — ele perguntou, porém sua atenção se dividia entre mim e a família do outro lado da linha.

Estou ótima! — digo, sarcasticamente. Eram 7:00 da manhã e ele demorou nove dias para telefonar, como ele esperava que eu estivesse?

—Papai vai depositar um dinheiro na sua conta e na do Dani. Fala para a Juliane me ligar se vocês estiverem precisando de mais alguma coisa.

Como se dinheiro fosse suprir a falta que ele faz. Como se dinheiro fosse tudo o que a gente precisa!

     —Tudo bem, pai.

    —As coisas vão melhorar por aqui e eu vou comprar um apartamento digno para vocês, viu? Eu preciso ir agora, tchau — e desligou.

    Eu sei que as empresas da família não estão indo bem, e que meu pai perdeu a maioria de nossos patrimônios, mas não me saia da cabeça o porquê da mansão ainda estar intacta, e dele ter desfeito de nós. Será que não somos bons o suficiente para Rodrigo Gotisch?

    De qualquer maneira, eu estava morrendo de sono e Giovanna grunhia para que me calasse. Sendo assim, deitei-me novamente na cama e tentei desviar os pensamentos relacionados ao meu pai da minha cabeça, porém quando consegui, os Hernandez pousaram-se sobre meu cérebro.

—Gih, você acha que o Conrado fez aquilo para mostrar a todos que está bem? Tipo, me beijando e tal, na frente de todos. Foi bem estranho.

    —E faz diferença, Morgana? — Giovanna diz com a voz embargada, pouco querendo conversação.

     —Faz, Giovanna. Porque se ele estiver fazendo isso, está me usando — virei-me na cama de modo que pudesse ver minha amiga deitada no colchão. Ela repousava o travesseiro sobre o rosto e como bem a conheço, sei que seu espírito matinal é incontrolável, por isso tento falar brevemente.

—E se estiver?

Parei um pouco para raciocínio, indignada. Será? Não podia ser! Não o Conrado. As ideias fervilham-me a cabeça, enquanto tento pensar numa maneira de descobrir as verdadeiras intenções de Hernandez. Além desse problema, a imagem do Óliver partindo abruptamente na quinta-feira retorna-me as lembranças, atribuindo mais pensamentos ao meu único e sobrecarregado cérebro.

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