Contos de Lugar Nenhum

Luzes no Céu, Demônios à Caminho

                    Isso aconteceu há muito tempo...

                   Quando os homens ainda temiam os deuses. E a estrela negra ainda se exibia no céu diurno.

                    Tudo ia bem, já havíamos conquistado o nosso espaço nesse paraíso onde fizemos surgir grandes nações.

                    A guerra contra os nativos havia acabado depois de quase levá-los a extinção.

                    A paz reverberava por todos os cantos, até que o mal veio dos céus.

                   Aquele foi o princípio de mais uma luta sem fim, o recomeço de um ciclo do qual sem querer passamos a fazer parte.

                   Começou numa das mais belas noites já vistas, o céu limpo fazia com que as estrelas mais distantes fossem vistas facilmente.

                    De repente surgiram raios e explosões em toda parte que tingiam a noite das mais diversas cores. Tudo brilhava em flashes rápidos seguidos por tremores que fizeram as mais enraizadas árvores tombarem ao chão.

                     O caos tomou conta do céu e se refletiu em terra, os deuses estavam em guerra num confronto direto que fez até estrelas caírem.

                     E isso durou horas, chegando ao fim perto do amanhecer. Foi quando a última estrela caiu. A estrela negra despencou dos céus desenhando uma linha de fogo em direção a terra, aquela foi a primeira derrota da deusa que usou suas últimas forças para partir a estrela tentando enfraquece-las e diminuir os estragos.

                     Com isso os seus fragmentos se espalharam pelo continente e apesar de enfraquecida, inevitavelmente encontrou formas de destruir a vida dando origem a dois fenômenos que por centenas de anos mataram quem estivesse por perto, verdadeiras maldições vivas que nem aquele que mais queria o poder do Wakas ousou chegar perto.

                    No extremo sul do continente um dos fragmentos atingiu uma antiga árvore frutífera, uma espécie nativa daquela região, o mais provável seria a sua morte instantânea, mas o Wakas entrou um simbionte com a árvore tornando-a extremamente venenosa e atrativa, suas flores exalavam um odor doce e quase irresistível capaz de enfeitiçar e atrair qualquer um para a morte.

                      As frutas de formato semelhante a maçãs e textura de uva tinha um gosto jamais comparado a qualquer outro alimento, com o simbionte aqueles frutos se tornaram mais doce e atrativos apesar da cor negra, enfeitiçados pelo aroma todos comiam o fruto por completo e definhavam numa morte lenta e dolorosa.

                    Um segundo fragmento atingiu uma mina nas terras do leste, muitos acreditam que ali havia um ovo do pássaro primordial de onde algumas das espécies mais raras deste mundo tinham origem, segundo as lendas o Wakas corrompeu o ser que viria dali criando verdadeiros demônios sem forma definida que se alimentavam de sonhos e bons sentimentos deixando apenas o corpo vazio das suas vítimas sendo corroído pelos seus piores sentimentos, isso quando não se tornavam os maiores medos de suas vítimas e os caçavam matando-os ou ainda forçando-os a viver sendo atormentados por seus pesadelos constantemente.

                    Outros fragmentos foram perdidos entre aqueles países sendo o alvo do deus exilado como fonte de poder para uma última investida contra a deusa que agora se encontrava enfraquecida, outros também ansiavam pelos fragmentos a procura de poder assim como fez a grande rainha para salvar o seu reino.