Incompatível

CAPÍTULO 3

CARINE

Passei o dia inteiro trancafiada nesse quarto, porque pelo que me informaram, eu tratei mal o  senhor mandão, que ele se dane! Eu não vou acatar suas ordens, ele que se acostume com isso! Alguns minutos atrás a mesma senhora que me arrumou para o jantar, veio me arrumar novamente. Não respondeu nenhumas das perguntas que fiz sobre o porque estar sendo arrumada, então depois de um tempo simplesmente desisti e prestei atenção na minha roupa. Ontem eu estava completamente formal, hoje pareço estar vestida pra sair numa noitada, meu vestido azul cintilante iluminava todo o quarto, meus saltos pratas de tiras finas era a única coisa menos chamativa em mim porque de resto eu estava chamando a atenção descaradamente, mordo minha bochecha por dentro pensativa quando a porta abriu.

— Que bom que está arrumada. — Louis fala me analisando detalhadamente — Você está bonita.

Reviro os olhos internamente, agora eu to bonita, né? Ergo minha cabeça o encarando.

— Pra onde vamos? — falo secamente. Ele sorri, mas sem alegria.

— Para a Luminnus, hoje você e Stella vão entender um pouco as coisas pra ver se acordam logo pra vida. — diz impaciente e me puxa pela mão sem piedade nenhuma para que eu levante.

— O que é isso? — pergunto enquanto vejo ele ir para a frente do espelho e arrumar o terno já impecável.

— A Luminnus é minha boate, parte do meu império.

— Por que nunca ouvi falar dela? — perguntei não para provocar, mas realmente estranhei.

Eu não era de sair muito, mas meus pais sim e eu sempre ficava sabendo onde iam, às vezes eram até pagos para isso, como uma espécie de marketing.

— Você vai ver o porquê.

Ele diz enquanto pegava a minha mão e saia do quarto.

•

Isso nem de longe era uma boate, mulheres quase nuas andavam observando as coisas, outras mais arrumadas estavam sentadas nas mesas acompanhando homens e algumas sem qualquer tipo de roupa dançavam em cima dos palcos. Agora eu entendi o porque nunca tinha ouvido falar desse lugar.

— Não pare. — Louis diz impaciente me empurrando até uma área cercada, assim que entro, braços me rodeiam e eu respiro aliviada por ver que são finos, delicados e familiares.

Viro pra poder ver Stella e quase engasgo, eu sempre admirei a beleza dela, os fios loiros do cabelo e os olhos claros, mas hoje, ela estava incrível.

— Não me olhe assim, eu não mando nas roupas que vou usar. — ela diz revirando os olhos.

— Eu sei, eu sei. — suspiro baixo, ela do nada parece se lembrar de algo, pois segura meu braço fazendo com que eu a olhe atenta.

— Encontrei uma pessoa quando cheguei aqui, venha

Ela caminha tão rápido entre as pessoas da área privada que quase sou obrigar a gritar para que me espere quando a vejo parar ao lado de uma menina morena de cabelos longuíssimos e olhos negros, ela também estava bastante arrumada, mas ao contrário de mim e Stella, parecia estar familiarizada com o lugar, tanto que sorria