Rebeca, A união da dríade.

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Nas profundezas da Floresta Negra caminhava uma jovem dríade. Sua pele era marrom como o tronco das árvores, e seus cabelos eram verdes como a própria natureza daquela floresta. Seu nome era Rebeca e ela caminhava pela floresta tão suave como o leve tecido de relva que lhe cobria o corpo. Rebeca era o espírito das árvores daquele lugar. Nada acontecia sem ela saber. Ninguém entrava ou saía dali sem ela saber. Ela era a floresta.

Pelo seu corpo subiam raízes que eram como tatuagens em relevo. A beleza da jovem era estonteante e chamava a atenção de todos que passavam por ali. Apesar do nome, muitos viajantes, trabalhadores, jovens fadas e até mesmo guerreiros, que usavam aquela trilha para irem em direção a guerra, passavam pela Floresta Negra diariamente.

Em uma noite especialmente estrelada, Rebeca ficou sabendo de que a guerra estava por vir. Aquela seria a guerra dos tempos e ocorreria bem no meio de sua Floresta Negra. A jovem não se importava de ali ser apenas uma passagem, mas não aceitaria que destruíssem sua casa.

A floresta estava movimentada nos últimos dias, principalmente pelo tanto de guerreiros com armaduras douradas que ali se armavam. A menina apenas os observava, camuflada entre as árvores.

Outra noite estrelada chegou e Rebeca apenas deitou-se sobre grama, sob a noite silenciosa.

– Olá. – Interrompeu uma voz masculina.

O ambiente da Floresta Negra era-lhe tão relaxante ao espírito, que, às vezes, Rebeca se esquecia que ali, uma guerra estava para acontecer. Então, ao ouvir a voz masculina que inundou a noite pintada de pontos esbranquiçados, a dríade se assustou.

– Vá embora. – Rebeca disse, sem olhar para o homem.

O homem iniciou movimentos para se aproximar da jovem dríade. Ainda deitada, Rebeca enrijeceu o doce corpo de árvore, enquanto era capaz de sentir, através da grama, o soldado se aproximar.

– Quem é a senhorita? – o soldado perguntou.

Rebeca levantou-se, agilmente, da grama e olhou, pela primeira vez, para o soldado à sua frente. Ele era jovem, alto e com músculos definidos à medida. Seus olhos eram castanhos e combinavam perfeitamente com seus cabelos. Era um homem bonito. Muito bonito.

– Eu é quem deveria perguntar. O que faz na minha floresta?

O jovem soldado continuou a se aproximar, a cada passo, podendo notar mais detalhes sobre a pele com cor de tronco da dríade. Seus cabelos eram verdes como a floresta, seu corpo era encoberto por finas, mas sólidas raízes, e seus olhos mudavam de tons de castanho para verde em segundos.

– Estamos em guerra... é perigoso ficar andando por aqui sozinha. – O homem deu mais um passo à frente, agora admirado com a beleza exótica da mulher.

O silencio permaneceu entre os dois. Um olhava para os olhos do outro. Eram ímãs.

O homem tossiu envergonhado com a ausência de palavras e disfaçou.

– Eu posso acompanha-la a um lugar seguro. – Os olhos do homem eram bondosos e trasbordavam confiança.

– Estou bem onde estou. Você é quem deveria ir para um lugar seguro. Daqui a pouco, as coisas vão ficar um tanto movimentadas por aqui.

O homem de armadura não conseguia tirar os olhos daquela mulher tão incrivelmente bela.

– O que a senhorita está querendo dizer?

O Segredo dos NomesOnde histórias criam vida. Descubra agora