Medo

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Medo.......

Esse era o único sentimento que Marlene McKinnon sentia naquele exato momento.

Fazia três semanas que ela se sentia enjoada por algum cheiro mais dominante. Nos primeiros dias, achou que se tratava de um simples mal estar, mas os dias foram se tornando semanas, até que ela resolveu abrir a mente e considerar outras ideias para o motivo do repentino enjoo, que veio, literalmente, da noite pro dia.

Não tinha como se esquecer daquela tarde, as aulas tinham começado a pouco tempo, menos de um mês, tinha começado quase no mesmo dia dos enjoos. Era pouco mais das quatro da tarde quando resolveu comprar um teste de gravidez, maldito teste, pensara Marlene no final da tarde do mesmo dia, não contara a ninguém sobre sua compra, estava torcendo para dar negativo, tinha somente 17 anos, ultimo ano, e uma criança não estava em seus planos, não tão cedo.

Sua tarde piorou quando, a atendente que lhe mostrou onde a prateleira de testes ficava, desejou o pior, na consideração da loira. Ela deve ter pensado que a McKinnon estava contente com a possível chance de ser mãe, pois desejou com um carinho enorme, espero que nasça saudável, mas vou lhe dizer, sinto que é uma menina, e terminou sua frase com um sorriso simpático no rosto, e para não ser entendida de forma errada, Marlene forçou um sorriso.

Quando chegou em casa agradeceu a todos os Deuses por seus pais terem saído para a casa de uma tia distante, e só voltar na próxima semana. Não esperou para abrir a caixa, tinha que estar errada, não podia estar grávida, o que seus pais diriam? Bom, eles não poderiam dizer muita coisa, afinal, sua mãe engravidara com 16. Ela era mais velha que sua mãe quando a mesma a teve, não é mesmo? 

Mas, e Sirius? O que ele diria? Com tantos problemas em casa que teve que passar, nunca o imaginara sendo pai. Nunca mesmo! Ele a deixaria? A deixaria e ela teria que cuidar da criança sozinha?

E seus amigos? Eles não a deixariam na mão, não é? Ou também fariam? 

Foi obrigada a parar de pensar para ver o resultado, não que isso lhe agradou, por sinal, só piorou, começou a chorar incansavelmente, não tinha força, nem mesmo vontade, para pegar o celular e contar a alguém a novidade.

Passou a noite em claro, hora chorando, hora se lamentando, não largaria criança, isso não, ela cuidaria do pequeno ser que crescia dentro dela até estar impossibilitada. Mesmo que fosse sozinha.

No dia seguinte ela não era a mesma, não ria das piadas dos meninos, não fazia as suas próprias, estava tão.......distante.

Durante o intervalo Sirius não aguentou mais, teve que perguntar o motivo dela estar assim. A chamou para uma sala qualquer e começou:

-Posso saber o motivo de estar tão triste? Ontem você estava tão sorridente, e hoje....hoje você esta péssima. Mal se arrumou, não riu de nada, o que houve ?

-Nada. -Ela realmente não queria dizer a verdade.

-Vamos lá Lene, não é verdade isso.

-Eu já disse, não e nada. -Mas ela não conseguia o olhar, não sabendo que estava grávida do filho dele e não conseguindo dizer.

-Marlene McKinnon! Nós namoramos a mais de um ano! Da pra você me dizer o que caralhas está acontecendo com você? -Ele realmente explodiu, e ela, não esperando tal ocorrido, se assustou, mas logo se irritou. Ela não queria dizer, dava para entender isso?- Vamo lá Marlene! Nós sabemos que você não esta normal!

Bom, dessa vez foi a vez dela explodir:

-VOCÊ QUER SABER O QUE ESTA ACONTECENDO? BOM, VAMOS LÁ! COMO QUALQUER CASAL NÓS TRANSAMOS, E POIS É, DEU MERDA, PORQUE EU ESTOU GRÁVIDA! POIS É, MEUS PARABÉNS, VOCÊ SERA PAPAI! PALMAS, PALMAS!

Com uma noticia dessas, geralmente acabamos travando, tentando entender a situação, e não foi diferente com o Black:

-O que? -Ele perguntou atordoado, tentando achar alguma câmera que apareceria e diria: pegadinha! Mas não apareceu.- Quando descobriu? -Ele perguntou, depois de longos minutos de silêncio.

-Ontem. Você não vai me deixar, né? -Era quase impossível não ver o medo na voz dela.

-Claro que não! De onde tirou essa ideia?

-Eu só pensei que... -Mas não conseguiu terminar a frase, pois começou a chorar como no dia anterior,mas havia uma diferença, a qual era óbvia, não estaria mais sozinha.

Instagram:  Era Dos Marotos - REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora