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O frio estava se infiltrando em meu corpo, congelando meus pensamentos. Meu coração parou de bater freneticamente com as horas que passavam, mas retomou uma batida forte toda vez que alguém se aproximava do prédio, lembrando-me a razão pela qual eu estava lá.
As pessoas estavam passando, apertadas em seus casacos quentes com as mãos segurando as mãos quando deixaram os bolsos quentes vazios. Pessoas felizes, conversando e rindo.
Todas eram s pessoas erradas.
Eu assisti o ponteiro dos minutos no meu relógio, circulando, implacavelmente reconhecendo todos os números e, em seguida, começando novamente desde o início.
Ele atingiu o número de ouro 12 uma vez. E então novamente.
Eu estava esperando por Jamie por mais de duas horas. Cento e vinte minutos. Sete mil e duzentos segundos. Não que isso realmente importasse, eu poderia esperar por ele por séculos, se fosse necessário.
O tempo estava se esvaindo como a noite arrastando minhas esperanças, mas eu fiquei lá, na porta de Jamie, com a leve garoa caindo sobre mim.
Eu estava totalmente encharcada e indescritivelmente fria quando senti uma mão no meu ombro. Virando a cabeça para ver quem tinha aberto a porta atrás de mim, encontrei dois olhos sorridentes que coloriam com gentileza um rosto redondo. Tentei sorrir de volta, apenas para sentir meu rosto marcado pelas lágrimas protestar contra o movimento inadequado.
"Você vai se tornar um cubo de gelo em breve, moça, se você ficar aqui fora", a senhora disse com uma voz doce e amigável. "Venha para dentro, para que eu possa te dar um pouco de chá e aquecê-la,sim?"
Cada palavra escocesa que ela dizia tocava nos meus ouvidos, quase trazendo lágrimas aos meus olhos. Eu quase ouvi Jamie me dizendo: "Venha aqui, Sassenach, deixe-me aquecê-la, sim?" Mordi o lábio para parar a memória. "Oh eu estou bem. Obrigado. Tentei negar a gentil oferta da maneira mais convincente que pude. Ela já balançou a cabeça em desaprovação.
"Sim, tudo bem. Entendo. Agora venha comigo para que possa estar bem em um lugar mais quente. Ela estava determinada.
"Eu estou esperando por ... alguém. " Eu terminei com um gesto para rua vazia.
- Eu não vejo ninguém aqui moça, e já é um pouco tarde, você não acha que será melhor a pessoa te encontrar segura e aquecida. Com uma mão me puxando ela sorriu novamente e acenou para a entrada do prédio.
"Tudo bem." Eu disse, pegando minha bolsa enquanto eu me levantava, para ouvir pequenos estalos da minha espinha, protestando pela minha postura desconfortável anterior. "Eu acho que esperar lá dentro não fará mal algum."
Ela tentou me convencer a aceitar seu convite e ficar na frente de sua lareira até que eu estivesse seca e aquecida, mas depois de estar familiarizada com a minha teimosia ela trouxe uma colcha e um manta e uma xícara de chá ao meu lado. Me sentei nas escadas do primeiro andar .
"Eu vou dormir agora", ela disse acariciando minha cabeça como faria com um neto e eu senti um aperto quente no meu coração. "Se você precisar de alguma coisa, há uma chave de reserva escondida neste pote ", ela mostrou um pote marrom com uma enorme planta verde feliz espalhando suas folhas ao redor.
"Obrigado, senhora ..." Eu parei, percebendo que eu não sabia o nome do meu salvador.
"FitzGibbons. Mas você pode me chamar de senhora Fitz. Ela piscou para mim.
"Obrigado por tudo, Sra. Fitz. Eu sou Claire.
"Tome cuidado Claire. Espero que quem espera volte para casa logo". Ela disse e desapareceu atrás da porta.
A manta em volta dos meus ombros e a xícara quente foram devolvendo vida aos meus dedos congelados e rejuvenescendo minhas forças.
Era quase meia-noite agora. Ele voltaria para casa a qualquer momento. Angus e Rupert sempre ficavam até a hora de fechar, mas Jamie geralmente tentava voltar para casa mais cedo se tivesse que trabalhar na manhã seguinte. Ou pelo menos ele costumava fazer isso. Agora talvez este "James" tivesse uma rotina diferente.
De qualquer forma.
Tentei me concentrar novamente nas coisas que eu diria.
Como começamos?
Respire fundo. Fique tranquila. Diga "Ola" "Como você está", as coisas de sempre. Tudo vai ficar bem. Afinal ele ainda é o Jamie.
Eu virei minhas costas para parede, a xícara de chá, agora morno, descansava em meu joelho dobrado, fechei meus olhos, balançando os dedos dos pés em meus sapatos, eles ainda estavam lá Graças a Deus e a bondade da Senhora Fitz.
O som de uma chave arranhando a fechadura me trouxe de volta à realidade. Foi como música nos meus ouvidos. Engolindo em seco, encarei a porta novamente, assustada e excitada, deveria ser ele, ele voltou .
Minha respiração era superficial e senti o chá penetrando lentamente no meu jeans, trazendo um pouco de seu calor para a minha pele enquanto eu tentava compreender a imagem revelada por trás da porta aberta.
Jamie estava aqui, com certeza. Alto e impressionante, com o peito largo e musculoso cobrindo quase toda a extensão da porta. As clavículas que passei noites inteiras arrastando meus dedos estavam espreitando dos botões abertos de sua camisa. Suas mechas vermelhas se transformaram em um castanho mais escuro pelo chuvisco do lado de fora.
Seus belos olhos oblíquos estavam cheios de surpresa e terror quando se trancaram com os meus, um momento antes que ele pudesse reajustar sua máscara invisível para esconder todos os seus pensamentos.
Ele nunca usou essa máscara comigo antes.
Um braço musculoso estava pendurado de lado, os dedos ainda tilintando - de seu movimento anterior ou porque sua mão tremia, eu não soube dizer.
Ela estava ligeiramente virada para ele, com a mão em seu abdômen, provavelmente ele estava voltando da academia. Deus, quantas vezes discutimos sobre isso!
Seu outro braço estava em volta da cintura dela.
Senti um nó devagar, mas firmemente apertando em volta da minha garganta.
Eu pensei ter ouvido meu coração cair no chão e se despedaçar enquanto me levantava e andava sobre a porcelana quebrada da xícara da Sra. Fitz .
Com uma voz fria e estrangulada que não consegui reconhecer, ouvi-me dizendo: "Sinto muito. Eu não sabia.
E eu passei por eles e caí na noite, disposta a desaparecer da face da terra.
