Capitulo 50- porto seguro

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Júlia,
00:08

Dirijo rápido, ainda furiosa e triste por tudo que aconteceu comigo hoje.

E enfim, chego na casa do meu melhor amigo.

-- Sim? -- ele abre a porta coçando os olhos, continua lindo como sempre-- Júlia! O que houve? Porque está chorando? --me olha confuso--

-- Desculpa por vir tão tarde, me abraça por favor?  --ele concorda me abraçando forte, ai como eu amo esse abraço-- 

Ele pede pra eu entrar e fecha a porta. Sentamos no sofá da sala e eu me aconchego no peito dele.

-- Vai me contar o que houve? -- Pedro pergunta enquanto faz um cafuné em mim--

-- Guilherme... me traiu -- começo a chorar novamente--

Pude perceber que ele ficou com raiva, mas continuou me abraçando. Deu um beijo na minha testa e me juntou ainda mais a ele.

-- Eu não vou vir com o papo de eu te avisei, mas eu disse que era pra você pensar bem, só de ter visto ele eu percebi que ele nao prestava. Que raiva daquele garoto, eu vou matar ele --fala com frieza--

-- Pedro! --o repreendo com o olhar-- você não vai matar ninguém! Isso só me machucaria ainda mais, é isso que você quer? --ele nega--  você não é mais daquele jeito. Me prometa que não vai fazer nada!

--ele suspira-- tudo bem, prometo.

-- Eu estou tão decepcionada com ele, eu ter visto aquela cena ridícula dele com a ex foi uma das piores coisas que eu já vi, me machucou muito, e meus amigos sabiam e mesmo assim não me contaram, estou magoada com todos --suspiro--

-- Imagino que deve estar sendo bem difícil pra você... que tal você dormir aqui? Assim você descansa e amanhã conversamos melhor, se você se sentir a vontade -- ele sorri e alisa meu cabelo--

-- Se não for nenhum incômodo...

-- Ah que besteira, você nunca incomoda, meu amor --sorri e me guia ate o andar de cima-- pronto, você pode dormir aqui no quarto de hóspedes, eu mesmo limpei tudo esses dias. --fala orgulhoso de sua limpeza--

-- Eu não queria dormir sozinha... tem algum problema se eu dormir com você? --pergunto manhosa-- 

-- Problema nenhum --sorri-- então vamos, vou te dar uma camisa pra você dormir.

Concordo e fomos pro quarto dele. Está praticamente igual desde a última vez que eu vim aqui, agora tem uns posters nas paredes e uma cama de casal que parece ser bem confortável.

Ele vai até o guarda roupas e me entrega uma camisa.

-- Quer uma bermuda também? Pra se sentir mais a vontade --pergunta preocupado--

-- Tudo bem, a camisa já basta --sorrio-- vou tomar banho e vestir tá bom?

-- Certo, fica a vontade viu --da um beijo na minha testa--

Ligo o chuveiro e deixo a água escorrer pelo meu corpo junto com minhas lágrimas. Eu queria não ficar tão triste assim, mas eu não consigo, porque isso tinha que acontecer comigo?

Ainda bem que eu tenho o Pedro, nos somos amigos desde criança, mas ele foi crescendo e ficou um pouco problemático, muita gente que se dizia amigo dele o deixou de lado, mas eu sempre estive com ele, e o ajudei em todos os momentos difíceis. Eu acredito muito que uma pessoa quando quer, pode sim mudar pra melhor. E desde então, a gente sempre se ajuda, um é o porto seguro do outro.

Ele era meu vizinho quando éramos crianças, mas depois de um ano ele se mudou pra um bairro mais longe. E hoje em dia ele mora sozinho. O pai dele morreu quando ele ainda era criança, e a mãe vive viajando a negócios, mas ele diz que ela é uma boa mãe.

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