Descoberta

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Ian estava estranho, ele pediu desculpas várias vezes e não conseguia olhar nos meus olhos, eu achei mesmo estranho, mas tudo bem, deixei Sophia na creche e segui em direção ao trabalho, quando cheguei lá, tinha um presente embrulhado para mim, achei estranho, quando abri, tinha um ursinho dentro, abraçado a um coração que estava escrito te amo, dei um sorriso bobo, era de Ian, as meninas ao lado suspiraram e soltei uma risada, quando saísse daqui, iria almoçar com ele na fundação, iria fazer esse agrado, afinal, ele ainda queria transar na sala dele.

Passei a manhã olhando o ursinho, sai uns quinze minutos antes para comprar o almoço, depois iria buscar Sophia e iria pra casa, não demorou muito para eu chegar no estacionamento enorme do local, eu batucava a mão no volante tranquila, vi um corpo conhecido de costas, atrás do carro, era Ian, tinha, duas mãos nele e não era uma mão familiar, na verdade, era, eu diminui a velocidade do carro parando ali e foi quando o homem se virou, ele estava agarrado naquela vadia, eles estavam se beijando, meu estomago revirou, meu coração batia rápido fazendo meu corpo formigar e esquentar por todo canto, eu não acredito, ele realmente me traía com ela, como eu fui burra, como fui estúpida, eu dei ré no carro e sai feito uma bala, eu não enxergava nada, cheguei em casa guiada por Deus, eu entrei pegando meu celular e liguei para Jules.

— hey neens! Tudo bem?! — sua voz calma ecoou na linha, me fazendo voltar a tal realidade e as minhas lagrimas desceram - Nina?!

— Jules busca a Sophia pra mim por favor — minha voz saiu rouca pelo choro e abafada, ela suspirou forte.

Nina, o que aconteceu?! — ela falou e eu me encostei no sofá soluçando baixo.

— só busca ela e fica com ela até a noite, por favor — digo baixo e ela apenas fala um OK e desligou, eu virei a mão em um vaso, jogando ele no chão, soltando um grito irado de ódio, minha vontade de bater nela era enorme e eu devia ter feito isso lá, mas não iria fazer isso, agora ele, ah ele eu vou bater, ela é vadia, não devia dar encima de alguém casado, mas ele é mais errado ainda, eu subi correndo para o quarto, peguei as maiores malas do closet e as abri, começando a jogar as roupas dele dentro, um sapatos, outra mais roupas, peguei uma menor e joguei tudo lá, perfumes, as pulseiras, os chapéus, eu não queria nada dele aqui, limpei tudo que eu podia, não ficou uma meia para contar história, levei tudo para baixo quando a campainha tocou, eu fui abrir e me deparei com Brooks, ele me olhou preocupado e viu as malas e me olhou assustado.

— ele, ele vai embora, ele me traiu com aquela vadia, ele — eu comecei a soluçar e a chorar de novo, o homem entrou e me abraçou forte, e eu me permiti chorar ali, eu era fraca, eu fui nessa questão, eu não era assim.

— ah Neens, você tem ...

— eu vi os dois se beijando no estacionamento da meus olhos, ele não recuou, ele não a empurrou — digo baixo e ele se sentou comigo no sofá.

Estava anoitecendo, escutei o barulho do carro, nossa tão cedo assim, Brooks que ainda estava comigo, me encarou e se levantou junto comigo, então Ian abriu a porta e nos olhou surpreso.

— ei, não sabia que você estava tão cedo em casa, aconteceu algo?! — perguntou andando na minha direção, se curvou para me dar um beijo, mas a única coisa que recebeu foi um tapa, com força no seu rosto, ele levou a mão xingando — Nina está louca — diz e eu lhe dou outro, no outro lado do rosto, quando finalmente seus olhos chegaram nas malas, ele me encarou assustado

— você! Cretino, um hipócrita depois de ganhar seu urso, decidi ir na fundação almoçar com você, quando chegava vi você, agarrado naquela vadia — digo e ele realmente perdeu a cor, nem seus lábios tinha cor — a quanto tempo Ian?!

— Nina

— A QUANTO TEMPO IAN — gritei e ele se assustou, caindo os ombros e então abaixou a cabeça.

— ontem, depois que sai, fui no bar do bairro beber, ela estava lá, a gente conversou e transamos no banheiro — diz e um soco fui direto no meu estômago, perdi o ar e ele continou — Nina eu estava bêbado, eu não queria ter feito isso, e hoje ela quis conversar mas eu disse que não queria nada com ela, ela me beijou, eu retribui OK! Eu sei que errei, mas Nina, por favor — não esperei ele terminar e lhe dei outro tapa, seguido de socos, no seu peito, ele não me segurou.

— eu confiei em você! Depois de tudo, você fez o mesmo com Nikki e era comigo! Eu fui capaz de achar que não faria de novo, mas estava enganada — digo enquanto o empurrava até uma parede — sai da minha casa!

— ela também é minha!

— IAN SAI!

— Cara, melhor você ir — diz Brooks que estava calado o tempo todo, Ian pareceu derrotado, mas rapidamente ergueu o corpo.

— a Sophia — falou e então limpei meu rosto, das lágrimas que caiam.

— ela esta na casa do Brooks, passe lá e veja ela antes de ir, amanhã você vê ela.

— você não vai ditar quando eu for ver minha filha — disse sério e eu neguei.

— não vou, mas, vamos combinar dias para eu não olhar na sua cara tão cedo, só quando os papeis do divórcio sair — digo e ele se vira, pegando as malas — espera — falo assim que ele chega na porta, ando na sua direção tirando minha aliança, puxei seu queixo e em fração de segundos, ela se encontrava na sua boca, então me virei, subindo as escadas, sabendo que a partir de hoje, tudo vai mudar, eu não ter ele mais na minha cama, eu não vou mais dividir uma vida e uma casa com ele, mas terei que dividir minha filha, que também é dele, mas espero que seja a única coisa que nos ligue.

Ian narrando

Eu estava sem chão, sem rumo, sem mundo, tudo que eu tinha eu estraguei, Nina não iria me perdoar mais, eu errei muito, eu nem sabia para onde iria, o meu apartamento ta sem móveis, quando estava saindo, senti uma mão no ombro, era Brooks.

— não vou quebrar sua cara, já basta a boca machucada pelo anel, calma, sei que esta sem lugar, fica lá em casa até se ajeitar — diz e agradeço ele envergonhado, ele me ajudou com tudo, no pequeno caminho, pensei em tudo, cada segundo que tive com a Nina, cada sorriso dela, cada choro que eu causei, dor, eu sou um babaca, como eu fui fazer isso com ela, eu me sentia um lixo, realmente agora eu era, eu sentia raiva de mim mesmo.

— papai! — a voz animada de Sophia soou animada em minha direção e eu a peguei no colo, abraçando ela forte, beijando sua cabecinha, enquanto olhava olhava Jules que olhava as malas espantada, Brooks chamou minha filha para brincar e eu fui conversar com a loira, após quase duas horas de conversa, ela me encarou séria.

— posso te dar um tapa?!

— a vontade — digo e ela me acerta um tapa com força, a única mulher que deixo me bater além de Nina e minha mãe, era a Jules, as outras eu não revidaria nunca, mas não permitira, sei la, me afastaria, mas não bater — presta atenção Ian, se aconteceu como me disse, você vai falar com Nina, não importa como — disse se levantando e indo olhar a comida que estava fazendo, logo meu amigo e minha filha chegaram e fui dar a minha atenção para ela, eu ia aproveitar agora cada segundo com ela, por que quando o divórcio chegar, as coisas vão ficar feias.
Mas eu não iria desistir, eu ia tentar, tentar de todas as formas conseguir seu amor e sua confiança de volta, eu precisava, eu errei feio com ela, eu sabia disso, erro a anos com ela e ela ficou comigo, agora, eu não posso deixar ela simplesmente ir.

O Nosso Recomeço - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora