Capitulo Dois

5.1K 427 30
                                    


Ulisses

Estou tendo um dia exaustivo, cheio de reuniões e à noite tenho um jantar de negócios com Otto Albuquerque, há dias quero ter esse encontro com ele, os negócios que pretendo fazer com ele serão muito bons para ambas as empresas.

No final do dia Márcia minha secretaria me avisa que meu carro já esta pronto para me levar ate o restaurante. Mas como tudo pode ficar pior o transito estava parado. Recebo uma ligação de Otto perguntando o que acho de jantarmos na casa dele, que por sorte não era longe de meu escritório. Chego à casa dele junto com ele e entramos.

Ao entrar vejo que a postura de Otto mudar completamente, ele exala raiva e tudo esta direcionado a uma garota que se encolhe quando ouve sua voz. Ela ainda esta de costas para nós, mas quando se vira me deparo com uma garota com o rosto de um anjo, pele clara, cabelos loiros ondulados e franjinha reta. Deveria ter 1,60 metros de altura, pernas bonitas e torneadas, mas o que mais me chamou atenção foi o medo que ela demonstrou sentir de Otto.

Ela pede desculpa por estar na sala e por um momento penso que ela é filha de algum empregado, mas tudo muda quando ela chama Otto de pai. Então essa é a filha dele, já ouvi dizer que ela não gosta de se mostrar para os jornais apesar da vida do pai ser publica.

Ela passa por ele, e ele diz que não quer vela ate no dia seguinte, ela afirma com cabeça sinalizando que entendeu, ele continua segurando o braço dela, e ela diz que ele a esta machucando, é apenas um sussurro, mas suficiente para que eu ouça. Ouvi-la dizer que ele a estava machucando desperta uma fera em mim, e tudo que penso é em pegá-la nos meus braços e protegê-la do próprio pai. Pigarreio para chamar atenção e ele solta o braço dela, ele me encara com rosto banhado por lagrimas e quando ela olha nos meus olhos é como se ela pudesse enxergar minha alma. Ela sobe as escadas sem olhar para trás e a sigo com meu olhar.

- Você não se cansa de fazer isso? – pergunta um homem que suponho ser o filho mais velho de Otto. – Não se cansa de machucá-la?

Então essa não é a primeira vez.

- Ela é sua filha. – ele praticamente grita.

- Estamos com visita Max. – Otto diz.

- Agora se lembrou da visita? Por que quando apertou o braço da Malu agora a pouco você não se importou. E fique sabendo que se encostar um dedo na Malu de novo eu a tiro dessa casa e o senhor não vai nos ver nunca mais. É a ultima vez que falo isso. – diz e vai atrás da irmã.

Então quer dizer a Malu... não permito meus pensamentos irem por esse caminho, Otto não deve bater na filha. Lembro-me de uma reportagem onde ele dizia sentir orgulho da filha por ter conseguido entrar para três das melhores faculdades do país e optou por estudar perto de casa.

- Me desculpe por isso. Hoje não é um dia muito bom nessa casa. Mas vamos falar de negócios.

Ele nos conduz ate o escritório da casa discutimos por horas as relações contratuais, os benefícios que nos trariam e os gastos e lucros que teríamos. No final da reunião a mesma empregada que estava na sala quando cheguei veio e nos disse que o jantar estava pronto.

- Obrigado Claudia. – Otto agradece e ela se retira.

O acompanho ate a sala de jantar, e discutimos mais alguns assuntos, mas não consegui parar de pensar na filha do Otto, a Malu. Penso tanto nela que acabo perguntando por ela.

- E sua filha, Malu?

Percebo que suas feições mudam quando falei de sua filha, era como se sentisse raiva.

Ulisses - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora